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Do Marco Civil ao golpe da Veja: momentos marcantes do Muda Mais

27 de Novembro de 2014, 10:40 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Oito meses de atuação trouxeram momentos inesquecíveis para nós. A eleição de 2014 foi histórica, e teve nas redes um dos principais espaços de disputa política. Ao longo de todo esse período, o Muda Mais esteve presente debatendo com a sociedade civil, unindo-se a lutas históricas dos movimentos sociais e se posicionando quanto a temas importantes do cenário político. Elegemos oito momentos marcantes que retratam nossa atuação durante a pré-campanha, o primeiro e o segundo turnos.

 

 

1. A luta pelo Marco Civil da internet

O trabalho do Muda Mais começou bem antes das eleições. Por marcar essa etapa pré-campanha, escolhemos um momento muito comemorado por nós, que atuamos na rede, e por toda a sociedade. A luta pelo Marco Civil da internet vinha de tempos e se intensificou na rede logo na nossa primeira semana online. Nossos primeiros tuitaços foram relativos a esta pauta: o primeiro, em 20 de março, consistiu em uma ação para desconstruir um tuitaço contrário ao projeto de lei; e o segundo, no dia 25, envolveu uma mobilização pela aprovação do marco civil. A declaração de Tim Berners-Lee, criador da internet, apoiando o Marco Civil, foi a nossa primeira pauta de repercussão significativa. Para a aprovação final do projeto, fizemos muitas ações - posts, tuitaços, joguinhos... No final de abril, o Marco Civil da internet,  fruto de diálogo democrático, construído em conjunto com a sociedade, passou por aprovação e sanção, tornando-se a garantia de liberdade e privacidade nas redes e referência mundial em temas como neutralidade da rede e privacidade na web. E a gente comemorou muito!

2. Os robôs de Aécio e Campos

Nós identificamos ao todo 6 mil robôs atuando na campanha dos nossos adversários. Em 9 de abril, o Muda Mais identificou a maior ação de robôs de todo o período eleitoral, com Eduardo Campos tendo o seu primeiro pico de menções na rede. Aécio divulgou, durante toda a campanha, por meio de robôs, vários conteúdos que o beneficiavam. Nosso papel foi sempre o de denunciar essa prática. No dia da mentira, mostramos, didaticamente, como funcionam os robôs e fakes que atuam na internet. E fomos incessantes na luta contra esses meios artificiais de promoção nas redes - fizemos quase 40 posts sobre o assunto.

3. Nosso número no Whatsapp

Nosso Whatsapp envolveu uma manobra ousada e pioneira na campanha presidencial. Lançamos nosso número no início de julho, no começo do período eleitoral. A partir de então, a militância começou a receber conteúdo pelo celular para poder debater com seus amigos e compartilhar com todo mundo. O momento foi marcante para nós: paramos em vários veículos de imprensa pela iniciativa inovadora.

O número de cadastros cresceu tanto que em 8 de setembro retomamos o Whatsapp, após uma parada para reorganização, com 5 linhas - uma para cada região. O Whastapp do Muda Mais tornou-se um dos grandes meios de interação e debate político ao longo da campanha, por meio da adesão espontânea de militantes, sem comprar dados, usar spam e espalhar boatos como fizeram outros candidatos!

4. O Caso CBF

No dia 8 de julho, o Brasil amargou a derrota por 7 X 1 para a Alemanha na semi-final #CopadasCopas. Ficou clara, mais uma vez, a precária estrutura do futebol brasileiro. Antiquado e engessado, nosso futebol havia parado no tempo. Decidimos lançar uma série de quatro postagens alertando para a necessidade de reformulação do futebol brasileiro: “Teixeira, Marin, a CBF e a necessidade de modernizar nosso futebol”, “Qual é o lugar da mulher no país no futebol?”, “O que podemos aprender com a derrota para a Alemanha” e “O futebol brasileiro já avançou, mas precisa mudar mais”.

O primeiro post da série repercutiu significativamente na grande imprensa. O posicionamento firme, contrário à estrutura antidemocrática e envelhecida do futebol brasileiro, ganhou destaque na Folha de S.Paulo, no Estadão, no Terra, no Brasil 247 e na Veja, entre outros veículos.

5. Santander e o terrorismo econômico

As consultorias há tempos alardeavam uma catástrofe econômica com Dilma vencendo as eleições. Mas chegou um momento em que um banco partiu para o terrorismo econômico/eleitoral. No fim de julho, o Santander enviou uma carta a seus clientes falando abertamente dos "riscos" para os negócios caso a presidenta fosse reeleita. Assim como fizéramos com as consultorias, apresentando as incoerências em seu passado e as previsões erradas, desconstruímos a mensagem do Santander assim que a detectamos em nosso monitoramento, mostrando como a mensagem do banco era pura prática de terrorismo econômico. Mais uma vez, o posicionamento do Muda teve ampla repercussão na mídia tradicional. O assunto se disseminou nas redes e, no mesmo dia, o banco pediu desculpas publicamente. A pergunta que ficou no ar: e o mea culpa da mídia, quando virá?

 

6. Censura da Marina

Saímos do ar no dia 16 de setembro, em cumprimento a uma liminar judicial expedida pelo TSE a pedido da ex-candidata Marina Silva. Mais uma vez paramos nas páginas dos jornais, nos sites de notícias, no Jornal Nacional e nas redes. Recebemos amplo apoio na internet, com tuitaços e petições: a hashtag #MarinaCensura ficou entre os trend topics do twitter durante todas as 48 horas em que estivemos fora do ar . O site passou dois dias fora do ar, com uma tarja em que se podia ler “Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho. Tentar calar o Muda Mais é tentar calar o debate político”.

A solução que encontramos foi usar intensamente nossas redes sociais, postando matérias completas no Facebook, por exemplo. No dia seguinte à decisão do TSE, a nossa página no Facebook amanheceu com a receita do macarrão genovês de Dilma: “Estranho começarmos com amenidades? Pois é. Houve um tempo no Brasil em que ter opinião era crime […] Os jornais da época, constantemente censurados, publicavam, nos espaços proibidos, receitas e poemas”.

Dois dias depois, o site estava de volta ao ar “com a mesma proposta de sempre: fazer o debate de argumento e ideias, sem ataques infundados ou pessoais. Na democracia, ninguém fala sozinho, e nós temos muito o que dizer!”.

7. A Campanha #MenosÓdioMaisNordeste 

O resultado das urnas no primeiro turno suscitou uma série de manifestações preconceituosas de boa parte da oposição raivosa.  As redes foram tomadas por mensagens de ódio contra o Nordeste, devido à expressiva votação em Dilma Rousseff na região. A internet viu a discrminação, o ódio e a xenofobia serem espalhados por aqueles que não aceitam a divergência, não respeitam o outro e difundem o preconceito. A fala elitista de FHC logo após o primeiro turno fez parte de tais manifestações : o ex-presidente tucano afirmou que só os desinformados votam no PT. 

Mas a internet não ficou calada frente a tanto desrespeito: em resposta à intolerância e ao preconceito, começamos a campanha #MenosÓdioMaisNordeste, que tomou as redes e as ruas em todo o Brasil. A hashtag ficou três dias entre os trending topics brasileiros (em primeiro lugar em boa parte do tempo),  e chegou a terceiro lugar nos trending topics mundiais. Lula e Dilma não ficaram de fora, e se manifestaram contra o ódio e a intolerância em suas contas de facebook e de twitter

Esse discurso deparatista quis tomar forma também depois do resultado do segundo turno, mas já ficou mais do que provado que foi o Brasil inteiro que reelegeu Dilma Rousseff!

8.  A atuação golpista da Veja

A atuação golpista da imprensa às vésperas da eleição assustou a todos. Desesperada pelas pesquisas que apontavam a vitória de Dilma, a revista Veja antecipou sua capa caluniosa. Nossa reação foi pronta: mostrar que a prática da revista de querer interferir no processo eleitoral divulgando dados sem qualquer comprovação é recorrente e fere qualquer princípio jornalístico. Resultado: #DesesperoDaVeja foi o assunto mais comentado no mundo no Twitter. Repercutimos os desdobramentos da reportagem mentirosa em outras matérias, como “Jornalistas internacionais criticam reportagem mentirosa da Veja” e “TSE concede direito de resposta ao PT pelas acusações caluniosas da revista Veja”. Além disso, mostramos o caminho da manipulação e do jogo sujo às vésperas da eleição: notícia sem nenhum lastro em provas na Veja, repercussão no Jornal Nacional, capa nos grandes jornais de circulação, boatos criminosos no dia da votação. Mas não adiantou: os brasileiros escolheram continuar com o projeto que vem fazendo uma verdadeira revolução no país ao longo dos últimos 12 anos.

 


Fonte: http://mudamais.com/fica-dica/do-marco-civil-ao-golpe-da-veja-momentos-marcantes-do-muda-mais