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Sociedade

28 de Fevereiro de 2014, 13:45 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.

Projetos Sociais

26 de Agosto de 2015, 11:07, por Marcelo Fernandes de Miranda

Olá. Abro este tópico para falar sobre projetos sociais. Sou atuante em vários projetos de educação e cultura. Atualmente o que tem sido mais difundido é um projeto chamado: A Árvore do Conhecimento. Este está dentro de um projeto maior chamado: Biblioteca Dinâmica. 

O projeto tem como público alvo os jovens e adultos da comunidade do DF. Ele visa o incentivo à leitura de livros literários. A proposta é que o contato com os livros se transforme em instrumento de aprendizagem e que seja semeado para outros da comunidade formando uma nova visão cultural.

Os livros são dispostos em árvores como se fossem frutos destas. Eles são “colhidos” e “saboreados” por todos. A pessoa "colhe" o conhecimento depois "semeia para outros". A Árvore do Conhecimento fornece os livros e por meio da Biblioteca Dinâmica eles são compartilhados. A consciência ambiental também será estimulada, visto que nenhuma árvore será podada ou arrancada de seu lugar. A preferência é dada a árvores que estejam próximas à praças, parques, paradas de ônibus etc.

Muitos são criados com esta proposta, pois é sabido que a curto ou longo prazo eles se incorporam ao ser pensante. Alguns destes são:

 

  • Estímulo da criatividade;
  • Melhoria do vocabulário;
  • Melhoria na vida pessoal e profissional;
  • Melhor percepção e entendimento das notícias;
  • Interpretação de textos;
  • Melhoria da comunicação;
  • Entre outros.

 

Com o passar do tempo poderemos perceber um melhor desenvolvimento da comunidade e sua inclusão no mundo social e cultural, através destes e outros benefícios.

Dê sua opião e fale um pouco sobre projetos que parcicipa. Trocar ideias assim só fortalece nossa rede social.

Segue link para um vídeo de um evento com o projeto em execução.

https://www.youtube.com/watch?v=83fz8TpscRI



PELA SALVAÇÃO DOS PONTOS DE CULTURA - PRESTAÇÃO DE CONTAS

20 de Agosto de 2015, 16:55, por Fr3d vázquez

Acabo de receber da minha rede de contatos, parceiros, amigos, conhecidos, cidadãos, artistas, produtores, militantes, etc... uma carta do fotógrafo e integrante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura - CNdPC, Davy Alexandrisky, direcionada ao Ministro da Cultura Sr. Juca Ferreira e às Ponteiras e Ponteiros.

A carta trata do embate entre o entendimento da sociedade civil (ponteiras e ponteiros de cultura, artistas e mestres da cultura popular) e a compreensão dos servidores sobre a regulamentação da Lei Cultura Viva (Lei 13.018).

Reproduzo, pois reconheço no autor a fala de tantos mestres e mestras que ainda sofrem para terem seus Direitos garantidos.

Segue a rima!

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Olá Ministro Juca e Ponteirada


Depois de 4 encontros de trabalho e 19 versões de propostas de minutas para a IN que irá regulamentar a Lei 13.018 – Lei Cultura Viva, chegamos a um impasse irreversível: a forma de prestação de contas.

Nunca é demais destacar que a grande novidade que a Lei 13.018 apresenta é a criação de 2 novos instrumentos que dão uma nova dinâmica ao desenho do Programa que se transformou em Política Nacional de Cultura: o Cadastro Nacional dos Pontos de Cultura e o TCC – Termo de Compromisso Cultural.

Há, ainda, muitas incertezas em relação ao Cadastro, que está a merecer muita conversa para a sua operação e, sobretudo, finalidade concreta. Até agora, da forma em que o debate está posto, ele se presta tão somente a um processo de adesão para demonstrar o peso da demanda pela Cultura Viva, na intenção de influenciar uma proposta orçamentária mais robusta para esta Política Nacional de Cultura. O que é pouco, muito pouco para um instrumento central da política.

A redação apressada para que Cadastro Nacional estivesse contemplado já nesta primeira IN (a gestão anterior da SCDC tinha deixado esta discussão para uma segunda IN) apresenta muitas lacunas, contradições e incertezas. Nada grave, que não possa ser prontamente corrigida com mais 3 ou 4 horas de conversas.

Porém, no que diz respeito ao TCC a situação é insustentável: não há acordo possível, na discussão tecnocrata. O Impasse é irreversível.

Na dialética a síntese não é uma média aritmética entre a tese e a antítese. Mas algo que deriva do confronto das ideias.

Se nós não reconhecermos isso vamos continuar discutindo firulas burocráticas, para tentar contemplar um lado aqui e o outro acolá, desprezando o fato concreto de que a Lei Cultura Viva se funda na necessidade de “... ampliar o acesso da população brasileira às condições de exercício dos direitos culturais...” (art 1º da 13.018), priorizando o benefício da Lei “...a sociedade e prioritariamente os povos, grupos, comunidades e populações em situação de vulnerabilidade social e com reduzido acesso aos meios de produção, registro, fruição e difusão cultural, que requeiram maior reconhecimento de seus direitos...” (art 3º da 13.018).

A 19ª versão de minuta, mais uma vez, insiste na vinculação da planilha financeira ao Plano de Trabalho, em franca contradição ao próprio texto de apresentação desta versão, que reforça o espírito da Lei, falando em vários momentos de “simplificação” e da “prioridade para a comprovação da realização do objeto pactuado”.

Sr. Ministro e Ponteirada, aqui vale um parênteses: NINGUÉM É LOUCO DE DEFENDER A ESTUPIDEZ DE USAR DINHEIRO PÚBLICO SEM PRESTAR CONTAS DO SEU BOM USO!

Sabemos ser indispensável a prestação de contas e FAZEMOS QUESTÃO DE MOSTRAR QUE GASTAMOS CORRETAMENTE OS RECURSOS PÚBLICO QUE NOS FOR CONFIADO!!!

Na tentativa de ser o mais didático possível me socorro à pedagogia de choque: diante da morte súbita de um dos cônjuges de um casal, o viúvo ou a viúva tem que reaprender uma função natural: deitar na cama para dormir à noite.

Quem já passou por esta experiência relata que a cama parece aumentar de tamanho, e que por um bom tempo é muito difícil encontrar um jeito de dormir.

A metáfora dramática e exagerada, como disse anteriormente, tem sua razão pedagógica.

Porque é o mesmo que parece acontecer aos técnicos, Servidores Públicos, dos Órgãos de Controle, diante da perda da referência da planilha financeira para o exercício de fiscalização da utilização dos recursos repassados aos Pontos de Cultura. É um outro tipo de viuvez, pelo visto não menos traumática.

Eles não sabem identificar exatamente aonde está o problema, a não ser repetir mecanicamente que “o dinheiro é público portanto tem que se prestar conta”.

Mesmo que morramos afirmando que não estamos nos furtando a prestar contas. Queremos provar FISICAMENTE que usamos corretamente o dinheiro. Sem truques para superarmos a burocracia da planilha financeira.

Não há como fazê-los entender que o controle financeiro é anterior à execução do Projeto.

Porque todos sabem que o governo não joga as chancelas de Ponto de Cultura de avião, para quem for mais alto ou mais rápido pegá-la no ar para fazer jus ao repasse de R$ 5.000,00 por mês (em TRÊS ANOS R$180.000,00). Obviamente não!

Para ser um Ponto de Cultura é necessário apresentar uma proposta com as informações do que se pretende fazer, para que público, em quantas etapas, detalhando os custos e seu cronograma de desembolso, quais as metas a serem atingidas, com que objetivo, devidamente justificado.

Todas essas informações são pontuadas por pareceristas que avaliam a qualidade do Projeto e a capacidade da Instituição proponente de alcançar as metas no prazo indicado e a coerência na proposta de execução da planilha financeira.

Somente depois desta draconiana prestação de contas antecipadas é que são liberados os recursos para o Ponto de Cultura. Ou seja, somente após restar provado que o julgado bom Projeto é factível com R$ 180.000,00 em três anos, é que a instituição vai começar a receber os repasses financeiro (na maior parte dos casos vai receber atrasado e irregularmente – mas esta não é a discussão).

Portanto, a pergunta que não quer calar é: se a realização do objeto estiver devidamente comprovada com fotos, vídeos, declarações, depoimentos gravados, listas de presença, relatórios, acompanhamentos de visitas técnicas, não é óbvio supor que os recursos previstos no Edital não foram executados corretamente?

Se os recursos não forem executados corretamente, as ações pactuadas não teriam como ser materialmente comprovadas. Há algo mais claro do que isto?

Não há nenhuma forma mais irrefutável de provar que o dinheiro público foi usado corretamente do que esta que comprova materialmente a realização do objeto pactuado. Para o conforto dos Órgãos de Controle, pela impossibilidade de serem enganados por impecáveis prestações de contas financeiras.

Ministro Juca, a esta altura é absolutamente previsível a pergunta que estará na ponta da língua dos opositores à desvinculação da planilha financeira do Plano de Trabalho para a prestação de contas: se as Instituições precisam manter em sua contabilidade todos os documentos fiscais relativos as suas movimentações financeiras, por que esta resistência em apresentar documentos fiscais na hora da prestação de contas do Ponto de Cultura?

Uma pergunta típica de quem, por força do seu ofício, tem pouco conhecimento da realidade, não só das atividades dos Pontos de Cultura, mas, também, das condições de vida fora dos grandes centros urbanos.

As questões relacionadas às dificuldades de mobilidade, por exemplo: não raro, muitos Pontos de Cultura estão localizados em regiões aonde o único meio de transporte é uma pequena embarcação de um barqueiro do local, ou uma carroça, ou um caminhão – “pau de arara”, ou mesmo um único automóvel que faz esporadicamente esse tipo de serviço em troca de uma pequena ajuda para a manutenção do carro.

Nenhum desses terá nota fiscal para fornecer. Como a Instituição não pode tirar dinheiro do seu caixa sem um documento, resta a alternativa do escambo. Ela pode comprar uma peça para o motor do transporte, no mesmo valor do serviço prestado, em uma empresa formal, para trocá-la pelo serviço prestado.

Do ponto de vista contábil e tributário não há nenhuma irregularidade. A Instituição está totalmente legal. Mas se houvesse a exigência da prestação de contas financeira para o Ponto, esta operação alternativa (comprar uma peça para o motor do barco, para pagar o custo do transporte), daria prisão perpétua. Imagina misturar despesa de Capital com despesa de Custeio. Uma ofensa imperdoável, não ao dinheiro público, mas às regras criadas para um outro tipo de relação, que acabaram sendo improvisada para a relação do Estado com uma pequena Organização da sociedade civil.

Este tipo de situação se repete com os Pontos de Cultura que trabalham com música e percussão (a grande maioria). Vale para a construção de instrumentos de percussão, ou seu simples “encouramento”; vale para os bonecos gigantes, bois, mamulengos... cujos artesãos do interior também não têm como fornecer documento fiscal, mas demandam produtos que podem ser adquiridos em comércios com CNPJ e documentos fiscais, que comprovem a saída do recurso do Caixa da Instituição, para serem trocados pelo material útil à ação cultural do Ponto.

Certamente, qualquer mercadoria que for comprada para permitir o escambo com esses artesãos não estará prevista na planilha financeira. Na planilha estará o objeto ou serviço que foi efetivamente “comprado” (trocado) para garantir a correta execução do objeto pactuado.

Outra despesa recorrente, com as mesmas dificuldades de comprovação fiscal dentro da prestação de contas financeira é com as costureiras que costuram os trajes típicos e outros figurinos para os espetáculos do Ponto, das cozinheiras que cuidam da alimentação da Ponteirada, dos lanches para garotada, comprados na “tendinha” montada na frente da casa do morador da Comunidade...

Os exemplos são intermináveis e se multiplicam em nossas ações culturais de base comunitária, por este Brasilzão a fora (ou a dentro).

Mas, independente de qualquer argumentação para justificar a falta da necessidade de se comprovar financeiramente o que já foi previamente comprovado na hora do Edital, basta ver a quantidade de Organizações encalacradas, tendo que devolver um dinheiro que já foi gasto honestamente, porque a Nota Fiscal tem a data anterior à assinatura do termo pactuado com o Governo, ou porque faltou um carimbo disso ou daquilo. Enfim, de um detalhe que em nenhum momento comprometeu o cumprimento do objeto pactuado, mas que penaliza quem fez bom uso do dinheiro público.

Uma condenação perpétua, porque, de um modo geral, esses valores exigidos para devolução (de ações que foram devidamente realizadas), porque apresentam algum mínimo detalhe cartorial fora do padrão da burocracia do Estado, são impagáveis, ainda que os responsáveis pela Instituição proponente trabalhassem a vida toda só para isso.

AONDE ESTÁ A SIMPLIFICAÇÃO PROPOSTA PELA LEI????

AONDE ESTÁ A PRIORIDADE DA EXECUÇÃO DO OBJETO PACTUADO????

Afinal se o TCC é um instrumento novo, sem precedentes nas cartilhas do Órgãos de Controle, o que impede que ao invés de se inspirar no instrumento jurídico que se mostrou absolutamente incompatível com as ações de Cultura Viva, o Convênio, ele venha a se inspirar em outros instrumentos jurídicos de transferência de dinheiro público, como os Prêmios, Bolsas, Contratos, que não exigem prestação de contas financeira?

Não se trata de transformar o TCC em nenhum desses instrumentos jurídicos citados a cima, mas usá-los como fonte de inspiração para a regulamentação do TCC, ao invés de praticamente copiar o modelo do Convênio, como vimos nas 19 versões de minutas da IN que vai regulamentar a Lei 13.018.

Com mais um detalhe a favor de uma decisão que respeite o espírito da Lei Cultura Viva: até a redação desta última versão, a 19ª, havia o fantasma do MIROSC (Lei 13.019) gerando um certo pânico e algumas dúvidas da prevalência de uma Lei sobre a outra. Este problema não existe mais, com a derrubada da Lei 13.019 no Congresso.

Ou seja, mais um ponto a nosso favor.

Não resta nenhuma dúvida de que para dar conta da “viuvez” dos Órgãos de Controle, com a perda das planilha financeiras, de carimbos, de documentos fiscais, para a análise de prestação de contas, que lhes deixam um “grande vazio na cama”, tirando-lhes seu Norte magnético, a discussão tem que deixar o campo técnico para ganhar uma dimensão política.

POR FAVOR MINISTRO JUCA FERREIRA INTERFIRA POLITICAMENTE NESTE PROCESSO, PORQUE TECNICAMENTE SEGUIREMOS CORRENDO ATRÁS DO PRÒPRIO RABO, SEM SAIRMOS DO LUGAR.

Só o Sr. tem poder para acabar com este cabo de guerra que se iniciou na gestão anterior e para a nossa decepção se estende na sua gestão, quando nos foi apresentada a 19ª versão, com os mesmos vícios.

Esta é uma decisão que foge da alçada da gestão da SCDC. É uma decisão para o peso da tinta da caneta do Ministro.

Beijos

Davy

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Para entender mais um pouco: Ponto de Cultura @ Revista GLOBAL

 



Belém 400 danos

17 de Agosto de 2015, 14:45, por ACMDSilva

Foram 1200 "manifestantes" na cidade de Belém, ontem (16), por ocasião do protesto contra a corrupção (EU, chamo tentativa de golpe sórdido).

Segundo se comenta o "protesto" foi convocado e financiadopelo PSDB/PPS/DEM e setores empresariais locais? Em algumas das faixas o velho chavão de FORA DILMA e o PT, a insanidade mental de impeachment e a pedida imperdível de volta dos militares (que não estão nem aí, não querem problemas com seus pijamas).

Na participação dos "manifestantes" diz-se que haviam muitos DAS da prefeitura de Belém (onde se tem uma enormidade de cargos de confiança dos tucanos), além de cidades da região metropolitana, outros DAS do governo do Estado, também controlado pelos tucanos.

No entanto, situações complexas de nossa cidade e do Estado foram completamente esquecidas propositalmente pelos "manifestantes": Saúde, Segurança, Educação. 

Como podemos observar não foi um protesto contra a corrupção e corruptores (o senador Flexa Ribeirto conhece seu proprio DNA), foi uma tentativa de demonstração que o PSDB é "expressivo" em Belém e no Estado do Pará. Tentam copiar São Paulo com a pecha de reduto anti-petista.

 



A OPERAÇÃO TAPA-BURACO JÁ COMEÇOU EM BOM CONSELHO

13 de Agosto de 2015, 20:28, por CLÁUDIO ANDRÉ O POETA - 0sem comentários ainda

Tudo isso seria mais fácil e mais rápido se houvesse um aplicativo para reportar buraco na rua.

 
 
A operação tapa-buracos na cidade de Bom Conselho já começou, especialmente na Avenida Tenente Raul de Holanda, lugar mais problemático. Tudo isso está sendo possível  graças as várias reclamações de populares e o secretário de infraestrutura, Saniel Gonçalo, agilizou junto a empresa Garoa os trabalhos de recuperação de várias ruas da cidade.



A encíclica do Papa Francisco, por Boff: “Esperança e confiança no ser humano”

22 de Junho de 2015, 0:42, por Escrevinhador

Por Leonardo Boff, no Estadão

É a primeira vez que um papa aborda o tema da ecologia no sentido de uma ecologia integral (portanto, que vai além da ambiental) de forma tão completa. Na encíclica Laudato si’, lançada nessa semana, o papa Francisco traz uma grande surpresa: ele elabora o tema dentro do novo paradigma ecológico, coisa que nenhum documento oficial da ONU até hoje fez. Fundamental é seu discurso com os dados mais seguros das ciências da vida e da Terra. Ele lê os dados afetivamente, com inteligência sensível ou cordial, pois discerne que por trás deles se escondem dramas humanos e muito sofrimento também por parte da mãe Terra.

A situação atual é grave, mas o texto do papa Francisco sempre encontra razões para a esperança e para a confiança de que o ser humano pode encontrar soluções viáveis. Honra os papas que o antecederam, João Paulo II e Bento XVI, citando-os com frequência. E algo absolutamente novo: seu texto se inscreve dentro da colegialidade, pois valoriza as contribuições de dezenas de conferências episcopais do mundo inteiro – dos Estados Unidos, da Alemanha, do Brasil, da Patagônia-Comahue, do Paraguai. Acolhe as contribuições de outros pensadores, como os católicos Pierre Teilhard de Chardin, Romano Guardini, Dante Alighieri, de seu mestre argentino Juan Carlos Scannone, do protestante Paul Ricoeur e do muçulmano Ali Al-Khawwas.

Por fim, os destinatários são todos os seres humanos, pois todos são habitantes da mesma “casa comum” (expressão muito usada pelo papa) e padecem das mesmas ameaças. Francisco não escreve na qualidade de mestre e doutor da fé, mas como um pastor zeloso que cuida dessa casa comum e de todos os seres (não só dos humanos) que habitam nela.

Um elemento merece ser ressaltado, pois revela a “forma mentis” (a maneira de organizar o pensamento) do papa. É tributário da experiência pastoral e teológica das igrejas latino-americanas, que à luz dos documentos do episcopado latino-americano (Celam) de Medellín (1968), de Puebla (1979) e de Aparecida (2007) fizeram uma opção pelos pobres, contra a pobreza e em favor da libertação. O texto e o tom da encíclica são típicos do papa Francisco e da cultura ecológica que ele acumulou. Mas me dou conta de que também muitas expressões e modos de falar remetem ao que vem sendo pensado e escrito principalmente na América Latina. Os temas da “casa comum”, da “mãe Terra”, do “grito da Terra” e do “grito dos pobres”, do “cuidado”, da “interdependência entre todos os seres”, do “valor intrínseco de cada ser”, dos “pobres e vulneráveis”, da “mudança de paradigma”, do “ser humano como Terra” que sente, pensa, ama e venera, da “ecologia integral”, entre outros, são recorrentes entre nós.

A estrutura da encíclica obedece ao ritual metodológico usado por nossas igrejas e pela reflexão teológica ligada à prática de libertação, agora assumida e consagrada pelo papa: ver, julgar, agir e celebrar. Primeiramente, revela sua fonte de inspiração maior: São Francisco de Assis, chamado por ele de “exemplo por excelência de cuidado e de uma ecologia integral e que mostrou uma atenção especial aos pobres e abandonados”.

Ver. E então começa com o ver, “o que está acontecendo à nossa casa”. Afirma o papa: “Basta olhar a realidade com sinceridade para ver que há uma deterioração de nossa casa comum”. Nessa parte, ele incorpora os dados mais consistentes sobre as mudanças climáticas, a questão da água, a erosão da biodiversidade, a deterioração da qualidade da vida humana e a degradação da vida social; denuncia a alta taxa de iniquidade planetária, que afeta todos os âmbitos da vida e cujas principais vítimas são os pobres. Francisco traz uma frase que nos remete à reflexão feita na América Latina: “Hoje não podemos desconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social que deve integrar a justiça nas discussões sobre o ambiente, para escutar tanto o grito da Terra quanto o grito dos pobres”. Logo a seguir, acrescenta: “Gemidos da irmã Terra se unem aos gemidos dos abandonados deste mundo”. Isso é absolutamente coerente, pois logo no início ele diz que “nós somos Terra”, na linha do grande cantor e poeta indígena argentino Atahualpa Yupanqui: “O ser humano é Terra que caminha, que sente, que pensa e que ama”.

Depois, condena a proposta de internacionalização da Amazônia, que “apenas serviria aos interesses das multinacionais”. Há uma afirmação de grande vigor ético: “É gravíssima iniquidade obter importantes benefícios fazendo pagar o resto da humanidade, presente e futura, os altíssimos custos da degradação ambiental”. Com tristeza reconhece: “Nunca ofendemos nossa casa comum como nos últimos dois séculos”. Em face dessa ofensiva humana contra a mãe Terra, que muitos cientistas denunciaram como a inauguração de uma nova era geológica – o antropoceno -, lamenta a debilidade dos poderes deste mundo, que, iludidos, “pensam que tudo pode continuar como está” como álibi para “manter seus hábitos autodestrutivos” com “um comportamento que parece suicida”.

Prudente, reconhece a diversidade das opiniões e que “não há uma única via de solução”. Mesmo assim “é certo que o sistema mundial é insustentável sob vários pontos de vista, porque deixamos de pensar os fins do agir humano” e nos perdemos na construção de meios destinados à acumulação ilimitada à custa da injustiça ecológica (degradação dos ecossistemas) e da injustiça social (empobrecimento das populações). A humanidade simplesmente “frustrou a esperança divina”. O desafio urgente, então, consiste em “proteger nossa casa comum”. E, para isso, precisamos, aí citando João Paulo II, “de uma conversão ecológica global”, “uma cultura do cuidado que impregne toda a sociedade”.

Julgar. Realizada a dimensão do ver, se impõe agora a dimensão do julgar. Esse julgar é realizado por duas vertentes, uma científica e outra teológica. Vejamos a científica. A encíclica dedica todo o terceiro capítulo à análise “da raiz humana da crise ecológica”. Aqui o papa se propõe analisar a tecnociência sem preconceitos, acolhendo o que ela trouxe de “coisas preciosas para melhorar a qualidade de vida do ser humano”. O problema é que ela submeteu a economia, a política e a natureza em vista da acumulação de bens materiais. Ela parte de um pressuposto equivocado, que é a “disponibilidade infinita dos bens do planeta”, quando sabemos que já encostamos nos limites físicos da Terra e grande parte dos bens e serviços não são renováveis. A tecnociência se tornou tecnocracia, uma verdadeira ditadura com sua lógica férrea de domínio sobre tudo e sobre todos.

A grande ilusão, hoje dominante, reside na crença de que com a tecnociência se pode resolver todos os problemas ecológicos. Essa é uma diligência enganosa porque “implica isolar as coisas que estão sempre conectadas”. Na verdade, “tudo se relaciona” – uma afirmação que perpassa todo o texto da encíclica como umritornelo, pois é um conceito-chave do novo paradigma contemporâneo. O grande limite da tecnocracia está no fato de “fragmentar os saberes e perder o sentido de totalidade”. O pior é “não reconhecer o valor intrínseco de cada ser e até negar um peculiar valor do ser humano”.

O desvio maior produzido pela tecnocracia é o antropocentrismo moderno. Seu pressuposto ilusório é que as coisas apenas possuem valor na medida em que se ordenam ao uso humano, esquecendo que sua existência vale por si mesma. Se é verdade que tudo está conectado, então, “nós seres humanos somos unidos como irmãos e irmãs e nos unimos com terno afeto ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão rio e à mãe Terra”. Como podemos pretender dominá-los e vê-los na óptica estreita da dominação por parte do ser humano?

Todas essas “virtudes ecológicas” são perdidas pelo desejo de poder como instrumento de dominação dos outros e da natureza. Vivemos uma angustiante “perda do sentido da vida e da vontade de viver juntos”. O papa Francisco cita algumas vezes o teólogo ítalo-alemão Romano Guardini (1885-1968), um dos mais lidos nos meados do século passado e que escreveu um livro crítico contra as pretensões da modernidade (Das Ende der Neuzeit, 1959).

A outra vertente do julgar é de cunho teológico. A encíclica reserva bom espaço aoEvangelho da Criação, justificando a contribuição das religiões e do cristianismo, pois, sendo a crise global, cada instância deve, com o seu capital religioso, contribuir para o cuidado da Terra. Não insiste nas doutrinas, mas na sabedoria presente nos vários caminhos espirituais.
O texto se abre para uma visão evolucionista do universo, sem usar a palavra, mas fazendo um circunlóquio, referindo-se ao universo “composto por sistemas abertos que entram em comunhão uns com os outros”. Utiliza os principais textos que ligam Cristo encarnado e ressuscitado com o mundo e com todo o universo, tornando sagrada a matéria e toda a Terra. É nesse contexto que cita Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955; jesuíta e teólogo francês, proibido de lecionar e publicar seus textos e cuja obra só foi reconhecida pela Igreja em 1981) como precursor dessa visão cósmica que integra ciência e teologia.

A encíclica conclui essa parte acertadamente: “A análise mostrou a necessidade de uma mudança de rumo. Devemos sair da espiral de autodestruição em que estamos afundando”. Não se trata de uma reforma, mas, citando a Carta da Terra(declaração de princípios éticos para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica; iniciativa da ONU ratificada em 2000), de buscar “um novo começo”. A interdependência de todos com todos nos leva a pensar “num só mundo com um projeto comum”.

Agir. O terceiro passo metodológico é o agir. Nessa parte, a encíclica se atém aos grandes temas da política internacional, nacional e local. Sublinha a interdependência do social e do educacional com o ecológico e constata lamentavelmente os constrangimentos que o predomínio da tecnocracia traz, dificultando mudanças capazes de frear a voracidade da acumulação e do consumo e de inaugurar o novo. Retoma o tema da economia e da política, que devem servir ao bem comum e criar as condições de uma plenitude humana possível. Volta a insistir no diálogo entre a ciência e a religião, como vem sendo sugerido pelo grande biólogo americano Edward O. Wilson (A Criação: Como Salvar a Vida na Terra, 2008). Todas as religiões “devem buscar o cuidado da natureza e a defesa dos pobres”.

Ainda no aspecto do agir, a encíclica desafia a educação a criar a “cidadania ecológica” e um novo estilo de vida assentado sobre o cuidado, a compaixão, a sobriedade compartida, a aliança entre humanidade e ambiente, pois ambos estão umbilicalmente ligados, e a corresponsabilidade por tudo o que existe e vive e pelo nosso destino comum.

Celebrar. Por fim, o momento do celebrar. A celebração se realiza num contexto de “conversão ecológica” que implica uma “espiritualidade ecológica”. Esta se deriva não tanto das doutrinas teológicas, mas das motivações que a fé suscita para cuidar da casa comum e “alimentar uma paixão pelo cuidado do mundo”. Tal vivência é, antes, uma mística que mobiliza as pessoas a viverem o equilíbrio ecológico, “aquele interior consigo mesmo, aquele solidário com os outros, aquele natural com todos os seres vivos e aquele espiritual com Deus”. Aí aparece como verdadeiro que “o menos é mais” e que podemos ser felizes com pouco. No sentido de celebração, “o mundo é mais que uma coisa a se resolver, é um mistério grandioso para ser contemplado na alegria e no louvor”.

O espírito terno e fraterno de São Francisco de Assis perpassa todo o texto da encíclica. A situação atual não significa uma tragédia anunciada, mas um desafio para cuidarmos da casa comum e uns dos outros. Há no texto leveza, poesia e alegria no Espírito e inabalável esperança de que, se grande é a ameaça, maior é a oportunidade de solução de nossos problemas ecológicos.
Francisco termina poeticamente com as palavras “Para além do sol”, dizendo: “Caminhemos cantando. Que nossas lutas e nossas preocupações por esse planeta não nos tirem a alegria da esperança”.

Apraz-me terminar com as palavras finais da Carta da Terra que o próprio papa cita: “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida”.

LEONARDO BOFF É TEÓLOGO E ECÓLOGO. ESTE TEXTO SERÁ UM CAPITULO DE UM LIVRO ITALIANO, CURARE LA TERRA (EDITRICE EMI, BOLOGNA 2015)

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