Panama Papers, o mais novo escândalo da Internet mundial, está em chamas nas redes sociais e nos portais de notícias. O que Edward Snowden chamou de “o maior vazamento na história do jornalismo” é uma ação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que expôs 11 milhões de arquivos de dados financeiros (equivalente a 2,6 terabytes de informações) de líderes mundiais, chefes de estado, criminosos e celebridades que mantinham enormes quantias de dinheiro em paraísos fiscais.
Os jornalistas tiveram acesso a registros de atividades ilegais em sua maioria feitos por uma firma de advocacia com sede no Panamá chamada Mossack Fonseca, empresa líder mundial na criação de empresas de fachada. O caso já é considerado por especialistas do setor como um dos maiores vazamentos pertinentes à corrupção global em toda a história do jornalismo investigativo, tendo exposto não somente políticos e empresários, como seria o esperado, mas também atores famosos e jogadores de futebol.
Entre os citados está o ator honconguês Jackie Chan, que tem pelo menos seis empresas de fachada registradas pela firma panamense, que também tinha arquivos de registros irregulares feitos pelo jogador de futebol Lionel Messi. Já entre as personalidades políticas estão o presidente da Argentina, Mauricio Macri; o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; o primeiro-ministro islandês, Sigmundur Davíõ Gunnlaugsson; e o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Além deles, também foram mencionados os primeiros-ministros do Paquistão, o rei da Arábia Saudita e os filhos do presidente do Azerbaijão.
O polêmico presidente russo Vladimir Putin também teve segredos revelados, acumulando cerca de US$ 2 bilhões através de empresas de fachada funcionando a seu benefício, junto a negócios escusos envolvendo o Bank Rossiya. O Panama Papers também revelou pelo menos 33 pessoas físicas e jurídicas que constam na lista negra do governo dos Estados Unidos por evidências de negócios com criminosos da máfia mexicana e com organizações terroristas como o Hezbollah e o Estado Islâmico, bem como grupos extremistas da Coreia do Norte e do Irã.
Em um vídeo com pouco mais de quatro minutos de duração, o ICIJ explicou melhor o caso, que já promete ser o maior escândalo de vazamentos de dados de 2016.