Assange elogia Dilma, pede asilo a militante e condena EUA
September 20, 2013 1:03 - no comments yetApós 15 meses enclausurado na embaixada do Equador em Londres, Assange segue o mesmo –pelo menos externamente. Mantém o bom-humor, a crítica contundente aos Estados Unidos, o apelo por ajuda aos parceiros na luta contra governos e grandes corporações e a defesa intransigente da transparência radical para governos e grandes empresas e da privacidade radical para o cidadão. Em outras palavras, o criador do WikiLeaks segue fiel aos mesmos princípios desde que foi preso em 1991 pela polícia de Melborune após invadir uma série de sistemas e era apenas um hacker australiano cabeludo recém-saído da adolescência.
Ontem em São Paulo não foi diferente. Elogiou o cancelamento da visita de Estado que Dilma faria aos EUA, condenou repetidas vezes o esquema mundial de espionagem americano, descartou as redes sociais como motor de mudança social e pediu asilo para Sara Harrisson, jornalista inglesa e ativista do WikiLeaks que ajudou na viagem de Edward Snowden (ex-agente que revelouo esquema de espionagem americano) de Hong Kong para Moscou. A videoconferência foi promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e pela editora Boitempo, que no Brasil lançou Cypherpunks: Liberdade e o futuro da internet, obra de Julian de 2012. Abaixo, algumas das frases (o vídeo ainda não está disponível):
“Dilma tinha mesmo que cancelar a reunião com Obama. Certos atos simbólicos são muito importantes, e ela representa o povo brasileiro… se não tomasse essa ação, seria visto como fraca. Ela tinha que tomar essa decisão, foi um importante ato simbólico, é obrigação dela defender o povo brasileiro.”
“O que é a soberania brasileira? Será que ela vale alguma coisa quando toda comunicação passa pelos Estados Unidos? Isso é soberania?”
“As forças contrárias têm sido maiores do que nunca contra nós. Glenn Greenwald [jornalista que revelou o esquema de espionagem dos EUA a partir das revelações de Edward Snowden] felizmente está no Brasil. Sara Harrisson está em auto-exílio em Moscou, e a presidente Dilma poderia oferecer asilo político a ela. É uma oportunidade para o Brasil pegar a bandeira dos direitos humanos que os EUA deixaram cair.” [Em outro momento da noite, Assange repetiu o pedido, sublinhando que Sara “já morou no brasil e gosta do país”.]
“Olhe meu caso: sou alvo dos EUA por coisas que fiz fora dos EUA, que também agem no Brasil. Esse tipo de coisa pode levar vocês do Brasil a se perguntar: o que significa um governo que atua fora de sua jurisdição, que faz sua jurisdição valer no estrangeiro?”
Respondendo sobre a proposta do governo brasileiro de exigir que bancos de dados do Google e outras empresas sejam mantidos no Brasil: “Isso não resolveria o problema. É interessante o país querer se proteger, mas essa solução é perigosa. Vocês poderiam passar a ser espionados pelo governo brasileiro, o que poderia ser ainda pior, já que ele está mais perto”. Perguntado sobre qual seria a solução então, Assange respondeu: “A única solução é não coletar dados [dos cidadãos]”.
“98% das comunicações eletrônicas da América Latina, do Brasil inclusive, passam pelos Estados Unidos. Cada um de vocês que se comunica aí no Brasil está inserido nesta estrutura, e isso é muito grave.”
“Por outro lado [a internet e a rede que ela forma] traz possibilidades. Sou um editor australiano, estou exilado em Londres, na embaixada do Equador. E estou neste exato momento falando a uma plateia no Brasil sobre abusos cometidos pelos Estados Unidos. Isso tudo vai produzindo uma espécie de corpo político internacional.”
“Os Estados Unidos espionam de 2 a 8 bilhões de comunicações [telefonemas e-mails etc] por dia. E a cada 18 meses o custo para se fazer esse mesmo monitoramento cai pela metade. Ou seja, com o mesmo orçamento, a cada ano e meio eles dobram a capacidade de vigiar as comunicações no mundo. Mas isso deve ter um fim, se eles continuarem com esse tipo de atitude, acabarão isolados”.
“E tudo isso [a espionagem americana] é feito de uma forma invisível. É um tanto assustador, parece um deus que tudo vê… e você tem que convencer as pessoas de que é o diabo.”
“Barack Obama perseguiu mais jornalistas do que todos os demais presidentes combinados desde a década de 1970. E isso se aplica também aos informantes, às pessoas que vazam informações. E aí não estamos falando só de Manning ou Snowden.”
“O Tor [programa que permite usar a internet de forma anônima] ajuda. Mas se o seu computador for da Apple, não muito, já que ele envia informações suas à empresa a todo instante e, como foi revelado, a Apple faz parte do esquema de espionagem dos Estados Unidos.”
“Não é fácil ficar 500 dias numa embaixada, mas é um luxo, ao contrário de vocês que estão aí eu não posso ser preso. É o lugar mais seguro do mundo para Julian Assange.”
Resposta a uma questão sobre o uso das redes sociais na Primavera Árabe e nos protestos de junho no Brasil: “Como foi revelado, o governo americano acessa os dados do Facebook, mas o Twitter tem ido bem no sentido de defender os direitos dos seus usuários. Mas isso uma hora vai fazer água, afinal eles estão baseados nos EUA… ou seja, você não pode depositar nas redes sociais todos os seus anseios revolucionários ou de avanços sociais.”
–PS do autor: Conheci Sara Harrison em 2011, quando passei 3 dias na casa de campo inglesa em que Assange cumpria prisão domiciliar, e fiz uma reportagem para a revista Trip. Sara é extremamente séria, obstinada e fiel aos princípios do WikiLeaks. Além disso é ótima pessoa e, de fato, adora nosso país. Em um pequeno lobby particular, endosso Julian: Dilma, dê asilo a Sara.
Com informações da Carta Capital.
Assange elogia Dilma, pede asilo a militante e condena EUA
September 20, 2013 1:03 - no comments yetApós 15 meses enclausurado na embaixada do Equador em Londres, Assange segue o mesmo –pelo menos externamente. Mantém o bom-humor, a crítica contundente aos Estados Unidos, o apelo por ajuda aos parceiros na luta contra governos e grandes corporações e a defesa intransigente da transparência radical para governos e grandes empresas e da privacidade radical para o cidadão. Em outras palavras, o criador do WikiLeaks segue fiel aos mesmos princípios desde que foi preso em 1991 pela polícia de Melborune após invadir uma série de sistemas e era apenas um hacker australiano cabeludo recém-saído da adolescência.
Ontem em São Paulo não foi diferente. Elogiou o cancelamento da visita de Estado que Dilma faria aos EUA, condenou repetidas vezes o esquema mundial de espionagem americano, descartou as redes sociais como motor de mudança social e pediu asilo para Sara Harrisson, jornalista inglesa e ativista do WikiLeaks que ajudou na viagem de Edward Snowden (ex-agente que revelouo esquema de espionagem americano) de Hong Kong para Moscou. A videoconferência foi promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e pela editora Boitempo, que no Brasil lançou Cypherpunks: Liberdade e o futuro da internet, obra de Julian de 2012. Abaixo, algumas das frases (o vídeo ainda não está disponível):
“Dilma tinha mesmo que cancelar a reunião com Obama. Certos atos simbólicos são muito importantes, e ela representa o povo brasileiro… se não tomasse essa ação, seria visto como fraca. Ela tinha que tomar essa decisão, foi um importante ato simbólico, é obrigação dela defender o povo brasileiro.”
“O que é a soberania brasileira? Será que ela vale alguma coisa quando toda comunicação passa pelos Estados Unidos? Isso é soberania?”
“As forças contrárias têm sido maiores do que nunca contra nós. Glenn Greenwald [jornalista que revelou o esquema de espionagem dos EUA a partir das revelações de Edward Snowden] felizmente está no Brasil. Sara Harrisson está em auto-exílio em Moscou, e a presidente Dilma poderia oferecer asilo político a ela. É uma oportunidade para o Brasil pegar a bandeira dos direitos humanos que os EUA deixaram cair.” [Em outro momento da noite, Assange repetiu o pedido, sublinhando que Sara “já morou no brasil e gosta do país”.]
“Olhe meu caso: sou alvo dos EUA por coisas que fiz fora dos EUA, que também agem no Brasil. Esse tipo de coisa pode levar vocês do Brasil a se perguntar: o que significa um governo que atua fora de sua jurisdição, que faz sua jurisdição valer no estrangeiro?”
Respondendo sobre a proposta do governo brasileiro de exigir que bancos de dados do Google e outras empresas sejam mantidos no Brasil: “Isso não resolveria o problema. É interessante o país querer se proteger, mas essa solução é perigosa. Vocês poderiam passar a ser espionados pelo governo brasileiro, o que poderia ser ainda pior, já que ele está mais perto”. Perguntado sobre qual seria a solução então, Assange respondeu: “A única solução é não coletar dados [dos cidadãos]”.
“98% das comunicações eletrônicas da América Latina, do Brasil inclusive, passam pelos Estados Unidos. Cada um de vocês que se comunica aí no Brasil está inserido nesta estrutura, e isso é muito grave.”
“Por outro lado [a internet e a rede que ela forma] traz possibilidades. Sou um editor australiano, estou exilado em Londres, na embaixada do Equador. E estou neste exato momento falando a uma plateia no Brasil sobre abusos cometidos pelos Estados Unidos. Isso tudo vai produzindo uma espécie de corpo político internacional.”
“Os Estados Unidos espionam de 2 a 8 bilhões de comunicações [telefonemas e-mails etc] por dia. E a cada 18 meses o custo para se fazer esse mesmo monitoramento cai pela metade. Ou seja, com o mesmo orçamento, a cada ano e meio eles dobram a capacidade de vigiar as comunicações no mundo. Mas isso deve ter um fim, se eles continuarem com esse tipo de atitude, acabarão isolados”.
“E tudo isso [a espionagem americana] é feito de uma forma invisível. É um tanto assustador, parece um deus que tudo vê… e você tem que convencer as pessoas de que é o diabo.”
“Barack Obama perseguiu mais jornalistas do que todos os demais presidentes combinados desde a década de 1970. E isso se aplica também aos informantes, às pessoas que vazam informações. E aí não estamos falando só de Manning ou Snowden.”
“O Tor [programa que permite usar a internet de forma anônima] ajuda. Mas se o seu computador for da Apple, não muito, já que ele envia informações suas à empresa a todo instante e, como foi revelado, a Apple faz parte do esquema de espionagem dos Estados Unidos.”
“Não é fácil ficar 500 dias numa embaixada, mas é um luxo, ao contrário de vocês que estão aí eu não posso ser preso. É o lugar mais seguro do mundo para Julian Assange.”
Resposta a uma questão sobre o uso das redes sociais na Primavera Árabe e nos protestos de junho no Brasil: “Como foi revelado, o governo americano acessa os dados do Facebook, mas o Twitter tem ido bem no sentido de defender os direitos dos seus usuários. Mas isso uma hora vai fazer água, afinal eles estão baseados nos EUA… ou seja, você não pode depositar nas redes sociais todos os seus anseios revolucionários ou de avanços sociais.”
–PS do autor: Conheci Sara Harrison em 2011, quando passei 3 dias na casa de campo inglesa em que Assange cumpria prisão domiciliar, e fiz uma reportagem para a revista Trip. Sara é extremamente séria, obstinada e fiel aos princípios do WikiLeaks. Além disso é ótima pessoa e, de fato, adora nosso país. Em um pequeno lobby particular, endosso Julian: Dilma, dê asilo a Sara.
Com informações da Carta Capital.
Governo da Argentina apresenta Huayra, seu sistema operacional livre
September 19, 2013 13:03 - One commentO governo argentino apresentou o Huayra, um sistema operacional baseado em GNU/Linux que funcionará no programa Conectar Igualdad. O software é desenvolvido pelo Governo e estará disponível para qualquer computador de forma pública e gratuita. O lançamento do Huayra esteve a cargo de Juan Manuel Abal Medina, chefe de Gabinete de Ministros da Argentina, Alberto Sileoni, ministo de Educação e Diego Bossio, diretor Executivo da ANSES.
“Somos protagonistas de uma tecnologia para todos, orientada a reduzir as desigualdades e a mudar a realidade de nossa gente desde os fatos, não desde os discursos. Sem um Estado presente e ativo, a brecha digital gera novas exclusões”, disse Abal Medina.
Huayra (“vento”, em quechua) baseia-se no sistema operacional de código aberto Debian GNU/Linux. Foi pensado para incorporar-se aos mais de 3 milhões de netbooks entregues pelo Governo da Argentina a docentes e alunos de todo o país.
Segundo explicou Silvina Gvirtz, diretora executiva de Conectar Igualdad, o software é livre porque trata-se de um código aberto que lhe permite aos estudantes poder reprogramar, inventar e trabalhar com os mais de 30.000 programas disponíveis para baixar e compartilhar.
O sistema operacional oferece centenas de aplicações instaladas e configuradas e vem com editores de imagens, áudio, navegadores, programas de ciências, simuladores, transportadora instantânea, jogos, ferramentas de programação e até edição de partituras.
“Huayra pode competir com os sistemas operacionais mais reconhecidos do mundo. Que existam garotos para criar um software é muito louvável, há muito talento no país, pelo que os argentinos temos um futuro enorme.”, destacou, a sua vez, Bossio.
O sistema operacional já está disponível para download de forma gratuita a partir do site de Conectar Igualdad.
Com informações de CanalAR.
Veduca lança comunidade de legendagem colaborativa
September 19, 2013 13:03 - no comments yetO Veduca (www.veduca.com.br), empresa de tecnologia para educação cujo propósito é democratizar o acesso à educação de alta qualidade, lançou nesta semana sua comunidade de legendagem colaborativa na plataforma on-line Amara.org. Com o projeto, qualquer pessoa pode contribuir como voluntária e ajudar traduzir conteúdo das mais de 5 mil videoaulas das melhores universidades do mundo disponíveis no Veduca, como Stanford, Yale, MIT, Harvard, entre outras.
Desde que o Veduca foi ao ar, em março de 2012, muitas pessoas mandavam e-mails, prontificando-se a ajudar na tradução das aulas. O número de voluntários foi crescendo e, nos últimos meses, o Veduca iniciou um projeto piloto na plataforma de legendagem colaborativa Amara.org para organizar o trabalho em equipe dos voluntários. As primeiras legendas que resultaram do projeto piloto, dos cursos Introdução à Filosofia, de Oxford, A Morte: Questões Morais e Filosóficas, de Yale, e Física II, do MIT, já estão no ar no site do Veduca.
“Há muito trabalho a ser feito e estamos muito felizes com a incrível rede de colaboradores que estamos construindo para nos ajudar a concretizar nosso propósito”, diz Carlos Souza, CEO do Veduca . “No Brasil, a popularização dos cursos on-line das melhores universidades estrangeiras ainda encontra muitas barreiras por causa do idioma. Apenas 2% dos brasileiros falam inglês fluentemente, por exemplo. Nosso objetivo é ampliar o acesso a esse conteúdo”, diz.
Qualquer pessoa que queria ajudar pode criar um usuário na plataforma Amara.org e se inscrever no time do Veduca na página www.amara.org/teams/veduca. Os requisitos são: fluência na língua inglesa e excelente s português e conhecimentos de gramática para ajudar na tradução, na revisão das traduções e também na legendagem de vídeos originalmente em português, das universidades brasileiras. Não é necessário ter experiência com tradução e legendagem, nem formação na área. Atualmente, videoaulas de 37 cursos de temas de diversas áreas de conhecimento (Humanas, Exatas e Biológicas) estão disponíveis para legendagem na página do time.
“ O Veduca já faz um trabalho sensacional para levar os melhores cursos on-line do mundo para o grande público no Brasil. Construir uma comunidade aberta de tradutores voluntários vai permitir que todos que acreditam no propósito do Veduca consigam contribuir para melhorar a educação no país”, diz Aleli Alcala, diretora do Amara. “Nós do Amara.org estamos honrados em poder ajudar o Veduca a perseguir seus objetivos.”
Em sua fase piloto, o projeto contou com a ajuda da Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (Fejesp) para gerenciar a comunidade e organizar as tarefas dos voluntários. ” A participação da Fejesp no projeto piloto do Veduca foi de grande aprendizado, pois os envolvidos puderam ter uma experiência de liderança, como responsáveis por orientar e motivar as equipes de voluntários a cumprir as metas de legendagem”, diz Sullyen Almeida, diretora de Desenvolvimento da Fejesp.
Com informações do Veduca.
Inscrições prorrogadas: 4ª Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto
September 19, 2013 1:02 - no comments yetComunicamos que as inscrições para a 4ª Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto foram prorrogadas. O evento é gratuito e tem como objetivo promover o compartilhamento, a discussão, a geração e a divulgação de conhecimentos, práticas e pesquisas sobre o acesso aberto em todas as suas dimensões e perspectivas, servindo de catalisador à disseminação de políticas, pesquisa e desenvolvimento na área.
A CONFOA 2013 será realizada no Brasil, na Universidade de São Paulo, e pretende reunir interessados em atividades de pesquisa, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso aberto à produção científica produzida em instituições luso-brasileiras de pesquisa e ensino superior.
Serviço:
O quê: 4ª Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto
Período: 6 a 9 de outubro
Local: Auditório István Jancsó, Biblioteca Brasiliana USP
Links: