Um dos poços manuais de água em Ghouta, uma das poucas fontes de água na região. Foto: UNOCHA
O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu no sábado (10) a imediata e incondicional redução da violência na Síria, enquanto civis no país destruído pelo conflito enfrentam um dos piores períodos de confrontos em quase sete anos.
Em comunicado atribuído a seu porta-voz, Guterres enfatizou que “todas as partes na Síria e na região têm a responsabilidade e precisam seguir a lei internacional e as resoluções relevantes do Conselho de Segurança”.
“Ele pediu que todos trabalhem para uma imediata e incondicional redução da violência e exercício da contenção”, disse o comunicado.
O chefe da ONU também pediu que todas as partes se movam rapidamente para uma solução política, em linha com a resolução 2254 do Conselho de Segurança, lembrando que este é o único caminho para acabar com a violência e o terrível sofrimento da população síria.
No sábado (10), o alto-comissário da ONU para os direitos humanos também enfatizou a necessidade de ação para proteger civis presos em “onda após onda” de ataques aéreos mortíferos.
“A natureza sem limites desses ataques é evidenciada por informações de que ao menos nove centros médicos, seis deles em Idlib e três no leste de Ghouta, foram atingidos por ataques aéreos”, disse o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, em comunicado.
“Mesmo pelos padrões atrozes da Síria, esses são acontecimentos excepcionalmente deploráveis — e a cruel ironia é que esses locais foram declaradas regiões de redução dos confrontos”, acrescentou.
De acordo com o ACNUDH, entre 4 e 9 de fevereiro, ao menos 277 civis foram mortos, com 230 deles em ataques aéreos pelo governo sírio e seus aliados. Outros 812 civis ficaram feridos.
Em comunicado, o escritório de direitos humanos da ONU também notou que diversos foguetes e morteiros continuam sendo lançados de áreas controladas pela oposição contra regiões populosas da capital controlada pelo governo, Damasco, e subúrbios adjacentes, com ao menos sete civis mortos e 18 feridos em várias localidades entre 6 e 9 de fevereiro.