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Agência da ONU pede medidas urgentes para a paz no Sudão do Sul

22 de Agosto de 2017, 17:54 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Filippo Grandi visita refugiados do Sudão do Sul em Al Nami, ao leste de Darfur, no Sudão. Foto: ACNUR/Petterik Wiggers

Filippo Grandi visita refugiados do Sudão do Sul em Al Nami, ao leste de Darfur, no Sudão. Foto: ACNUR/Petterik Wiggers

Enquanto a violência cresce no Sudão do Sul, mais homens, mulheres e crianças são forçados a deixar o país para salvar suas vidas. O alto-comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, fez na semana passada (17) um apelo às partes em conflito, aos países da região e à comunidade internacional para que criem medidas urgentes pela paz no país.

Grandi chamou a atenção para a situação do Sudão do Sul durante sua visita ao campo de refugiados de Al-Nimir, ao leste de Darfur, no Sudão, onde se encontrou com refugiados sul-sudaneses e seus anfitriões.

“Minha visita aqui tem um motivo: assim como em Uganda, Etiópia e em Juba, faço um apelo aos líderes e à oposição do Sudão do Sul, aos Estados da região e à comunidade internacional em geral, para ressaltar a urgência da questão da paz no país”, declarou Grandi durante a visita.

O apelo foi feito em um momento em que o conflito e a seca deslocaram aproximadamente 4 milhões de sul-sudaneses, tanto dentro do país como para outras nações, desde que a violência começou em 2013. Os esforços para retomar a paz, até agora, não tiveram sucesso.

“As vítimas desse fracasso, desde então, são civis. Os civis que vemos por aqui. Pessoas que deixaram tudo para trás”, declarou Grandi.

Durante sua visita ao Sudão, o alto-comissário ressaltou que o país tem importante papel no acolhimento de centenas de milhares de refugiados sul-sudaneses. O campo de Al-Nimir abriga mais de 5 mil refugiados, dentre os quais 90% são mulheres e crianças.

“Quero dizer ao mundo que o Sudão mantém suas portas abertas a qualquer hora, enquanto vários fecham as suas”, declarou Grandi, pedindo mais ajuda ao país. “Frequentemente esquecemos que o Sudão continua sendo um dos principais países de acolhida de refugiados, não somente para os que vêm do Sudão do Sul, mas também de diversas outras partes do mundo”, declarou.

Grandi elogiou o modelo de cooperação e a boa convivência entre os refugiados e a comunidade local no Sudão.

“Em todo o mundo, temos testemunhado novas formas de promover meios de vida, novas fontes de energia e outras maneiras de desenvolvimento sustentável para os refugiados e as comunidades que os recebem. Penso que o Sudão representa muito para esse modelo de desenvolvimento”, disse.

Durante sua visita ao campo, Grandi conheceu Sadia Mohammed Wali, de 42 anos, uma mãe refugiada. Ela deixou o Sudão do Sul com seus sete filhos quando o combate teve início em sua cidade natal em junho deste ano.

“Estávamos muito assustados”, disse ela, detalhando sua viagem de um mês, quando finalmente encontrou segurança no Sudão. “Para nós, a jornada foi muito difícil. Viemos com nossos filhos e não tínhamos nada para alimentá-los”, lembrou. “Aqueles que levavam um pouco de comida dividiam conosco para darmos às crianças”.

A refugiada expressou seu desejo de que suas crianças tenham acesso à educação de qualidade e que ela consiga montar seu próprio negócio, vendendo amendoim assado, bolinhos e doces.

Desde 2013, o Sudão abriga cerca de 416 mil refugiados do Sudão do Sul, incluindo novos 170 mil refugiados que chegaram recentemente em 2017. O Sudão do Sul se tornou o país mais jovem do mundo, quando conseguiu sua independência do Sudão em 2011.

Centenas de milhares de refugiados que ficaram no Sudão e acompanharam a divisão também precisam de assistência humanitária. Na quarta-feira (16), o alto-comissário da ONU para refugiados concluiu sua visita ao país, após ter se encontrado com os líderes do Sudão e seus representantes em Cartum.


Fonte: https://nacoesunidas.org/agencia-da-onu-pede-medidas-urgentes-para-a-paz-no-sudao-do-sul/

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