No hospital Al Sab’een Hospital em Sanaa, no Iêmen, médico atende menina doente de cólera. Foto: UNICEF/Fuad
Os casos de suspeita de cólera já ultrapassam 500 mil no Iêmen, disse nesta segunda-feira (14) a agência das Nações Unidas para a saúde, advertindo que a doença está se espalhando rapidamente devido à falta de água potável e de acesso à saúde.
“A epidemia de cólera no Iêmen, atualmente a maior do mundo, se espalhou rapidamente devido à deterioração das condições de higiene e saneamento e interrupções do abastecimento de água em todo o país”, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um comunicado.
Cerca de 2 mil pessoas morreram desde o início da epidemia, no fim de abril, acrescentou a agência da ONU.
Segundo a OMS, as causas são o colapso do sistema de saúde, falta de água potável e uma acumulação de lixo, que não está sendo coletado nas principais cidades.
A escassez de medicamentos e suprimentos é “persistente e generalizada”, disse a OMS, acrescentando que os profissionais de saúde não são pagos há quase um ano.
“Os trabalhadores da saúde do Iêmen estão operando em condições impossíveis”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Esses médicos e enfermeiros são a espinha dorsal da assistência de saúde — sem eles, não podemos fazer nada no Iêmen. Eles precisam receber seus salários para que possam continuar a salvar vidas”, completou.
A ONU apoia parceiros na criação de clínicas de tratamento de cólera, reabilitação de instalações de saúde, fornecimento de suprimentos médicos e apoio aos esforços nacionais de assistência médica.
Em sua declaração, Tedros pediu uma solução política para o conflito no Iêmen.