Enquanto chuvas fortes e ciclones potenciais ameaçam mais de 100 mil refugiados rohingya vivendo em assentamentos superlotados em Cox’s Bazar, Bangladesh, Cate Blanchett – enviada especial da Agência das Nações Unidas para Refugiados, ACNUR – está pedindo maior apoio internacional para protegê-los dos piores impactos da próxima temporada de monções.
“Vi em primeira mão como o ACNUR [Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados] – com seus parceiros e com os próprios refugiados – está trabalhando para evitar uma emergência dentro de uma emergência no distrito de Cox’s Bazar”, disse a embaixadora do ACNUR nesta quarta-feira (21).
Após retornar esta semana de uma visita aos assentamentos de Kutupalong, Nyapara e Chakmarkul – todos em Bangladesh –, ela disse que os funcionários do ACNUR no terreno estão distribuindo kits de abrigo ‘pré-monção’ para as famílias vulneráveis, reforçando estradas, pontes e outras infraestruturas em risco. As equipes humanitárias também estão realocando as famílias para locais mais seguros.
“Mas é preciso mais do que isso para garantir que os refugiados permaneçam em segurança”, disse Blanchett.
Desde agosto de 2017, quando a violência irrompeu no estado de Rakhine, no norte do Mianmar, cerca de 671 mil muçulmanos Rohingya fugiram para Bangladesh em busca de segurança. Antes que a última crise começasse, o país já hospedava uma população de mais de 200 mil rohingyas de Mianmar – número que é provavelmente muito maior.
“Os refugiados rohingya já experimentaram violência direcionada, abusos dos direitos humanos e jornadas horríveis. Eles mostraram resiliência e coragem inimagináveis”, destacou Blanchett.
“Mas, agora, com a aproximação das monções, o governo de Bangladesh, apoiado pelo ACNUR e seus parceiros, está em uma corrida contra o tempo para garantir que os refugiados estejam tão seguros quanto possível para lidar com potenciais inundações e deslizamentos de terra”, acrescentou. Ela convocou a comunidade internacional a mostrar solidariedade e compartilhar a responsabilidade em relação à crise.
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