Dentro da Síria, estima-se que 13,5 milhões precisem, urgentemente, de ajuda humanitária. Na imagem, sírios atravessam fronteira rumo à Turquia. Foto: ACNUR / I. Prickett.

No início de agosto, as comunidades de Macul, na região metropolitana de Santiago do Chile, e Villa Alemana, na região de Valparaíso, foram escolhidas como locais de acolhida de um grupo de 60 refugiados sírios que serão reassentados no país na primeira etapa do Programa de Reassentamento de Refugiados Sírios.

No momento do processo de solicitação, levou-se em consideração aspectos vinculados à conectividade, ofertas de empregos, diversidade de lugares para viver e possibilidades de inserção nas comunidades de acolhida. O programa terá duração de dois anos.

O compromisso das duas cidades será apoiado por uma rede transversal de municípios solidários, dispostos a somar esforços para dar assistência às famílias reassentadas e, eventualmente, receber outras no futuro. Entre as comunidades solidárias, estão Quillota e Valparaíso, além de outros municípios que poderão ser incorporados à rede.

O coordenador-geral do programa, Alfredo del Río, elogia a decisão das comunidades de Macul e Villa Alemana, destacando “o compromisso da presidente Michelle Bachelet com a crise síria, como expressão de solidariedade internacional”. Nesse sentido, explicou que “o programa se coloca como uma política de Estado e com um caráter humanitário e apolítico”. “Disso se dá a importância de envolver as organizações da sociedade civil, os municípios e, em particular, a comunidade síria”, afirmou.

As instituições que lideram o programa agradeceram todos os municípios que manifestaram interesse em colaborar, e destacaram a relevância dos atores locais no enfrentamento de desafios globais, como o refúgio e os processos de integração de refugiados.

“O Líbano é o país que acolheu o maior número de pessoas refugiados em relação à sua população nacional. Nesse país, uma a cada seis pessoas é refugiada, e muitas delas vivem em condições de extrema precariedade. Por isso, o compromisso do Chile é um gesto de solidariedade com a crise global de deslocamento forçado e também demonstra responsabilidade internacional em relação aos países mais sobrecarregados”, disse a representante do ACNUR no Chile, Delfina Lawson.

Para o secretário-executivo da Cáritas de Santiago, Luis Berríos, o programa “é um vínculo com uma realidade internacional latente, para a qual o próprio Papa Francisco chamou a atenção”.

Durante os próximos dias, representantes das instituições envolvidas partirão rumo à cidade de Beirute, no Líbano, para iniciar a segunda fase ou etapa de concretização da Missão do Programa de Reassentamento, que tem o objetivo principal de conhecer, informar e entrevistar o grupo de refugiados candidato ao reassentamento.