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Com ajuda da ONU, campeão sírio funda centro esportivo no Egito

15 de Janeiro de 2018, 13:09 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Amir Awad desistiu de fazer a perigosa travessia pelo Mediterrâneo e fundou uma academia de luta para refugiados e egípcios. Foto: ACNUR

Amir Awad desistiu de fazer a perigosa travessia pelo Mediterrâneo e fundou uma academia de luta para refugiados e egípcios. Foto: ACNUR

O sírio Amir Awad não se assusta mais com seus adversários. Afinal, ele participou de seu primeiro campeonato de luta livre aos 11 anos de idade. Após anos no ringue, consagrou-se campeão nacional, árabe e pan-asiático.

Com o início da guerra na Síria em 2011, vieram outras batalhas, diferentes de todas que Amir já tinha disputado. Sua esposa Enas, que estava grávida, deixou sua casa na cidade de Idlib em 2012 para ficar com seus parentes no Egito. Amir e o filho Daniel ficaram para trás.

Depois que um míssil caiu em seu bairro, perto de sua casa, ele e o menino deixaram a Síria e se mudaram para o Egito como refugiados. Vivendo na casa de seu sogro em Alexandria, com a esposa, Daniel e a filha recém-nascida, Amir não sabia como iria sustentar sua jovem família. O lutar alimentava a ideia obsessiva de atravessar o Mediterrâneo.

“Meu plano era ir à Europa, chegar lá e logo trazer minha família. A ideia me perseguia”, conta. “Porém, quando imaginei que teria que deixar minha esposa e meus filhos e estar longe deles, o medo era muito mais poderoso que minha vontade.”

Em vez de tentar a perigosa travessia, Amir encontrou um trabalho como caixa num restaurante local. Com o tempo, virou chefe. Por coincidência, alguns de seus colegas sírios também praticavam esportes. Juntos, tiveram a ideia de criar um centro de atividades físicas para refugiados sírios em Alexandria.

Em 2015, depois de conhecer mais membros da comunidade onde moravam e organizar alguns eventos esportivos, Amir e seus amigos se aproximaram da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Por meio da ONG Caritas, parceira do organismo internacional, os sírios receberam fundos para comprar equipamentos e também puderam participar de uma capacitação sobre administração.

“O que o ACNUR está fazendo por nós é que, em vez de nos dar o peixe todos os dias, nos ensinaram a pescar”, afirma o campeão sírio. “Sugeriram que treinemos certos grupos de idade gratuitamente durante três meses e nos apoiaram com fundos enquanto construíamos nosso nome e atraímos mais pessoas.”

O centro agora oferece aulas diárias tanto para refugiados sírios, quanto para egípcios. É possível praticar luta livre, kickboxing, taekwondo, karatê e ginástica. Sessões de dança e zumba são oferecidas para mulheres e coordenadas por sua esposa Enas, ex-bailarina.

Amir ainda sonha com as glórias do esporte de alto rendimento e pensa em, algum dia, competir nos Jogos Olímpicos. Mas por conta da academia, o refugiado agora tem também outro sonho: treinar os futuros campeões e usar o esporte para evitar que jovens se arrisquem pelo Mediterrâneo.

“Como campeão, o que devo fazer agora é criar futuros campeões, continuar o que fiz”, explica. “Para lhes mostrar que não é necessário estar na Alemanha ou na Inglaterra para ter sucesso e para que as pessoas notem suas habilidades.”


Fonte: https://nacoesunidas.org/com-ajuda-da-onu-campeao-sirio-funda-centro-esportivo-no-egito/

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