Cabul, capital do Afeganistão. Foto: UNAMA/Nasim Fekrat
Novo relatório das Nações Unidas divulgado na segunda-feira (24) mostrou que pessoas detidas em confrontos no Afeganistão sofreram torturas e maus-tratos em centros de detenção no país no ano passado.
O estudo, desenvolvido pela Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) e pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), entrevistou 469 detidos entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezembro de 2016 em 62 centros de detenção em todo o país. Desse contingente, 212 disseram que foram torturados ou maltratados.
O documento apontou ainda que cerca de 45% das crianças presas — 38 de 85 entrevistadas — também afirmaram enfrentar atrocidades.
De acordo com a UNAMA, o número representa o maior índice já documentado desde que a missão iniciou seu atual programa de monitoramento, em 2010.
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, condenou as atrocidades e pediu monitoramento adequado dos centros de detenção no país e investigações significativas.
“Garantir a responsabilidade por tais atos envia um mensagem forte e ajuda a prevenir futuras violações”, frisou.
O relatório também recomenda às autoridades afegãs a implementar o Plano Nacional Para a Eliminação da Tortura, e pede que governo forneça reparação legal às vítimas de tortura.