Sírios migram após deixarem zona rural de Raqqa controlada pelo Estado Islâmico. Foto: UNICEF/Delil Soulaiman
Na Síria, os civis em áreas sob cerco não viram um único comboio de ajuda humanitária chegar por dois meses completos, afirmou em fevereiro (1º) o assessor sênior das Nações Unidas Jan Egeland. Dirigente lamentou que os esforços diplomáticos parecem “totalmente impotentes” e que, como resultado, centenas de vidas estão sendo perdidas.
Durante coletiva de imprensa em Genebra após uma reunião da força-tarefa humanitária apoiada pela ONU, Egeland, que aconselha o enviado especial da ONU para a Síria, relatou que o comboio de assistência mais recente chegou no dia 28 de novembro de 2017 à cidade de al-Nashibiya, levando mantimentos para apenas 7,2 mil pessoas.
Muitos civis deixaram as áreas de conflito e se refugiaram na região ao redor de Idlib, onde confrontos, porém, já se intensificaram, deixando a população com quase nenhuma outra escolha a não ser se deslocar novamente.
Egeland disse que a história da guerra na Síria é a de milhões de pessoas que fogem por suas vidas. Em sua avaliação, o cenário “grita por um cessar-fogo”. “Esta é uma guerra em que os homens armados estão se especializando no sofrimento das populações civis”, criticou o assessor.
O especialista acrescentou que o fim dos confrontos é essencial e que isso exige cooperação da Rússia, Irã e Turquia.
Perguntado se a recente reunião das partes sírias da guerra na cidade russa de Sochi poderia melhorar a situação humanitária, Egeland disse esperar progressos, mas afirmou que os encontros não deram resultados até agora. Para dirigente, “ainda é muito cedo” para saber o que poderá advir das negociações.