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Economias da América Latina e do Caribe terão recuperação moderada em 2018, diz CEPAL

14 de Dezembro de 2017, 14:56 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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O resultado regional em 2018 pode ser em parte explicado pelo maior dinamismo da economia brasileira, que deve crescer 2% em 2018, segundo a CEPAL. Foto: EBC

O resultado regional em 2018 pode ser em parte explicado pelo maior dinamismo da economia brasileira, que deve crescer 2% em 2018, segundo a CEPAL. Foto: EBC

As economias da América Latina e do Caribe apresentarão uma moderada recuperação em 2018 e crescerão 2,2% no próximo ano, depois de registrar uma expansão de 1,3% em 2017, indicou nesta quinta-feira (14) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) ao divulgar o relatório Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2017.

As projeções de atividade para a região ocorrem em um contexto internacional mais favorável do que o dos últimos anos. Segundo o relatório, em 2018 espera-se que a economia global se expanda a taxas próximas às de 2017 (em torno de 3%) e que haja um maior dinamismo relativo das economias emergentes frente às desenvolvidas. No plano monetário será mantida uma situação de liquidez ampla e baixas taxas de juros internacionais.

Adicionalmente, a demanda interna desempenhará um papel importante na aceleração do crescimento em 2018, embora com diferenças entre seus componentes. O consumo privado continua sendo um motor da demanda interna, mas em 2018 terá destaque a maior contribuição do investimento, produto da recuperação da formação bruta de capital fixo, destacou o organismo internacional.

A secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena, deu uma coletiva de imprensa na sede do organismo em Santiago, Chile, para divulgar o documento, em que o organismo regional da ONU analisa o desempenho das economias e atualiza as últimas projeções de crescimento para os países (divulgadas em outubro passado) e apresenta suas recomendações para fomentar na região um desenvolvimento com maior inclusão, igualdade e sustentabilidade ambiental.

“Embora o espaço fiscal seja reduzido na região, necessitamos impulsionar políticas públicas ativas para sustentar o ciclo expansivo. Entre elas, fortalecer a regulação, o desenvolvimento produtivo, a arrecadação e o comércio intrarregional”, afirmou a representante da CEPAL. “Deve-se priorizar um gasto com maior impacto sobre o crescimento e a desigualdade, e evitar fortes ajustes no investimento público para proteger o crescimento no médio prazo”, acrescentou Bárcena.

Apesar do contexto internacional mais favorável, persistem, segundo a CEPAL, alguns desafios e riscos latentes que podem afetar a consolidação do crescimento no médio prazo. No âmbito financeiro, apresentam-se incertezas originadas pela normalização das condições monetárias que foram implementadas ou anunciadas pelo Federal Resserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), pelo Banco Central Europeu e pelo Banco do Japão. A isto, acrescenta-se a tendência para uma maior desregulamentação financeira (leis de reforma de Wall Street e de proteção ao consumidor nos EUA).

A eventual reforma tributária nos EUA poderá trazer consigo uma maior volatilidade financeira, produto do aumento dos fluxos de capitais em direção a esse país. Também se apresentam riscos geopolíticos, em especial aqueles derivados do maior protecionismo observado em alguns países e que se refletem no crescente apoio a partidos antiglobalização em alguns países da Europa e a votação a favor do Brexit no Reino Unido no ano passado.

O resultado regional de 2018 será explicado em parte pelo maior dinamismo do crescimento econômico brasileiro (2%, comparado a 0,9% em 2017). Além disso, vários países que vinham crescendo a taxas moderadas terão uma aceleração da atividade econômica, como o Chile, que deve crescer 2,8% no ano que vem frente a 1,5% este ano. A Colômbia também terá avanço de 2,6% (na comparação com 1,8% este ano), e o Peru, de 3,5% (frente a 2,5% em 2017).

Na América Latina, o Panamá será a economia que apresentará a maior taxa de expansão no próximo ano (5,5%), seguida de República Dominicana (5,1%), e Nicarágua (5%). Cuba, Equador e Venezuela apresentarão taxas de 1%, 1,3% e -5,5%, respectivamente, enquanto o restante das economias da América Latina crescerá entre 2% e 4%.

Na análise por sub-região, para o próximo ano, a CEPAL espera um maior dinamismo das economias da América do Sul, que crescerão 2% (comparado com 0,8% em 2017). A América Central, por sua parte, terá uma taxa de crescimento de 3,6%, acima dos 3,3% de 2017. Entretanto, para o Caribe de língua inglesa ou holandesa, estima-se um crescimento médio de 1,5% para 2018 (comparado com a quase nula expansão de 2017), para o qual contribuirá o gasto na reconstrução dos danos causados pelos furações Irma e Maria em alguns desses países.

Com relação ao mercado de trabalho, espera-se que a taxa de desemprego comece a diminuir a partir de 2018, em conformidade com a melhora do crescimento econômico. Entre 2016 e 2017 a desocupação urbana aumentou de 8,9% para 9,4% por um avanço da taxa de participação e uma estagnação na taxa de ocupação. Para 2018, o desemprego baixará para 9,2% pelo aumento da ocupação, produto da maior demanda agregada, aponta o relatório.

No relatório, a CEPAL recomenda ampliar o espaço fiscal de acordo com a realidade de cada país e a partir de tarefas diferenciadas. Por exemplo, nos países com baixa arrecadação, pode-se manter o ativismo tributário, enquanto que em todos se deve tentar reduzir a elisão e evasão fiscal – que chegou a 340 bilhões de dólares em 2015 –, fortalecendo a administração tributária.

O organismo indica, também, que é necessário ampliar os mecanismos de cooperação internacional, avaliar os espaços para o uso de crédito público (de acordo com a relação dívida/PIB de cada país), fortalecer a provisão de bens públicos com um alto rendimento econômico e social (como são a infraestrutura, a proteção social, a saúde e a educação). Também sugere aumentar o coeficiente de investimento, mediante parcerias público-privadas e o redesenho de incentivos fiscais para políticas industriais, além de melhorar os mecanismos de gestão do gasto público e de prestação de contas, e proteger o investimento público, entre outras medidas.

Clique aqui para acessar o relatório completo (em espanhol).


Fonte: https://nacoesunidas.org/economias-da-america-latina-e-do-caribe-terao-recuperacao-moderada-em-2018-diz-cepal/

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