A Assembleia Mundial da Saúde é a principal instância de decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foto: OMS
Os principais funcionários das Nações Unidas afirmaram, na segunda-feira (21), durante a abertura da 71ª sessão da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, que todas as pessoas, em todos os lugares, devem ter igual acesso a sistemas de saúde de qualidade.
Em uma mensagem em vídeo para a abertura da Assembleia Mundial da Saúde, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou que desfrutar do mais alto padrão de saúde possível é um direito humano fundamental.
A Assembleia Mundial da Saúde é a principal instância de decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela determina as políticas da agência, supervisiona as políticas financeiras e revisa e aprova o orçamento.
“Precisamos de sistemas de resiliência fortes que coloquem as pessoas no centro”, disse Guterres. “A cobertura universal de saúde fornece a base para nos ajudar a superar as desigualdades que continuam deixando muitos para trás”.
Assegurar que todas as pessoas, em todos os lugares, tenham acesso a serviços e cuidados de saúde de qualidade também é vital para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), destacou o chefe da ONU.
Em particular, o ODS 3 tem metas específicas para garantir uma vida saudável e promover o bem-estar em todas as fases da vida. Além disso, as melhorias na saúde aparecem com destaque em muitos dos demais ODS.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, também se dirigiu à Assembleia, enfatizando a importância da cobertura universal de saúde, conforme ilustrado pelo surto atual de ebola na República Democrática do Congo.
O chefe da OMS delineou diversas iniciativas na agência de saúde da ONU para promover a cobertura universal e pediu maior comprometimento político.
Ele também destacou os próximos eventos focados em saúde global, incluindo duas reuniões de alto nível, sendo uma sobre doenças não transmissíveis e a outra sobre tuberculose, na próxima sessão da Assembleia Geral da ONU, que começa em setembro.
“As pessoas que sofrem dessas doenças em todo o mundo confiam em nós; aquelas que não conseguem o cuidado de que precisam; que não podem pagar os cuidados de que precisam; que nem sabem que estão infectadas com um patógeno potencialmente mortal”, disse.
“Devemos a elas a garantia de que não desperdiçamos as oportunidades.”
Começa a vacinação de profissionais de saúde na RDC
Separadamente, na segunda-feira (21), a OMS anunciou que a vacinação de profissionais de saúde em áreas da República Democrática do Congo (RDC) afetada pelo vírus Ebola já começou.
Junto ao governo e organizações parceiras, a OMS também está se preparando para iniciar a chamada abordagem da “vacinação em anel”.
Segundo esta abordagem, quando um novo caso de ebola é confirmado, todas as pessoas com quem os infectados possam ter tido contato recente recebem imunização por meio do medicamento experimental.
“Precisamos agir rapidamente para impedir a propagação do ebola, protegendo as pessoas em risco de serem infectadas com o vírus, identificando e encerrando todas as cadeias de transmissão e garantindo que todos os pacientes tenham acesso rápido a cuidados seguros e de alta qualidade”, disse Peter Salama, diretor-geral adjunto da OMS para Preparação e Resposta a Emergências.
Embora a vacina contra o ebola – rVSV-ZEBOV – ainda não tenha sido licenciada, obteve resultados extremamente positivos em termos de proteção em um amplo teste realizado em 2015 na Guiné, disse a OMS.
Resultados anteriores foram promissores, com a agência da OMS relatando que entre as 5.837 pessoas que receberam a vacina, nenhum caso positivo foi registrado nove dias ou mais após a vacinação.