Palácio da Paz em Haia, sede da Corte Internacional de Justiça, em 1957. Foto: ONU/VW
Os arquivos do Tribunal Militar de Nuremberg — a corte responsável por julgar réus envolvidos nas atrocidades cometidas pelo regime nazista da Alemanha — passarão a fazer parte das exposições permanentes do Museu do Holocausto, em Washington, e do Memorial da Shoa, em Paris. A informação foi dada ao serviço de notícias da ONU em português, a ONU News, pelo brasileiro e juiz da Corte Internacional de Justiça (CIJ), Antônio Augusto Cançado Trindade, que ficará encarregado da custódia do acervo.
“Pela primeira vez, isso será dado a público, e eu tenho uma honra enorme de ser o responsável por esta custódia com vistas a contribuir ainda mais a preservar a história, a luta contra a crueldade humana e em defesa dos valores comuns superiores, que orientam toda a comunidade internacional”, explicou o magistrado sobre a importância da divulgação dos registros de Nuremberg.
A autorização para os novos usos dos arquivos partiu do Departamento Jurídico das Nações Unidas. Os materiais são parte da coleção da Biblioteca da CIJ, que recebeu o acervo do Tribunal de Nuremberg em outubro de 1946. O acervo reúne vídeos, documentos, gravações em discos de metal e uma série de exibições. A coleção da Biblioteca da CIJ tem cerca de 60 mil volumes com mais de 30 mil títulos, mas não é aberta ao público.
Confira abaixo a entrevista de Cançado Trindade para a ONU News, concedida pelo juiz logo após sua reeleição para a CIJ, na semana passada: