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Maioria dos países está longe de alcançar paridade de gênero na ciência, dizem agências da ONU

9 de Fevereiro de 2018, 14:03 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Professora Amivi Kafui Tete-Benissan (esquerda) ensina biologia celular e bioquímica na Universidade de Lomé, na capital do Togo. Foto: Banco Mundial/Stephan Gladieu

Professora Amivi Kafui Tete-Benissan (esquerda) ensina biologia celular e bioquímica na Universidade de Lomé, na capital do Togo. Foto: Banco Mundial/Stephan Gladieu

A maioria dos países, industrializados ou não, está longe de alcançar a paridade de gênero nas disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, em todos os âmbitos do sistema educacional. O alerta foi feito pela diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, e pela diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, em mensagem conjunta para a ocasião do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, 11 de fevereiro.

“Nosso futuro será marcado pelo progresso científico e tecnológico, assim como nosso passado. Esse progresso futuro será melhor quando se basear no talento integral, na criatividade e nas ideias de mulheres e meninas na ciência”, disseram as oficiais da ONU.

Segundo elas, esse déficit deficit alimenta a lacuna no emprego. De acordo com estimativas do Instituto de Estatísticas da UNESCO (UIS), as mulheres representam atualmente menos de 30% da força de trabalho de pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo.

“O rápido crescimento dos setores de ciência e tecnologia são vitais para as economias nacionais. Lidar com alguns dos maiores desafios da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável – da melhoria do sistema de saúde ao combate da mudança climática – dependerá de aproveitar todos os talentos. Isso significa que precisamos alcançar um aumento significativo no número de mulheres que entram e permanecem nas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática”, salientaram.

De acordo com as oficiais da ONU, uma das principais ferramentas para combater a desigualdade de gênero nas ciências é desmantelar as barreiras para meninas e mulheres em casa, na sala de aula e no local de trabalho. Isso requer mudar de atitudes e desafiar os estereótipos. “Precisamos combater percepções preconceituosas entre professores, empregadores, colegas e pais quanto à adequação de meninas e mulheres jovens na educação científica – ou na aprendizagem da ciência de modo geral –, nas carreiras científicas e nas lideranças e coordenações no âmbito acadêmico”.

“É difícil para as meninas acreditarem em si mesmas como cientistas, exploradoras, inovadoras, engenheiras e inventoras quando as imagens que veem nas mídias sociais, nos livros didáticos e na publicidade refletem os papéis estreitos e limitantes de gênero”, disseram.

Nesse contexto, a ONU Mulheres está liderando a iniciativa Aliança Sem Estereótipo, que incentiva anunciantes de publicidade, empresas de tecnologia e influenciadores a banir retratos antigos e estereotipados de gênero em publicidade que possam diminuir ou limitar o papel das mulheres na sociedade. Essas representações imprecisas podem dificultar as carreiras das mulheres, inclusive como inovadoras científicas.

O relatório do Painel de Alto Nível sobre Empoderamento Econômico Feminino de 2017 do secretário-geral da ONU (link externo em inglês) explorou o impacto dessas normas sociais adversas e ressaltou a necessidade do diálogo com crianças e adolescentes, de modo que tanto as meninas como os meninos se vejam como igualmente capazes desde a primeira infância. Ele também analisou maneiras de promover modelos positivos como um dos principais impulsionadores da mudança para aumentar a participação econômica das mulheres em todo o mundo.

Mulheres fortes mais experientes podem mostrar às mulheres e às meninas o caminho para a liderança acadêmica, a pesquisa e os negócios ao longo de suas carreiras. A UNESCO, juntamente com a Fundação L’Oréal, por duas décadas, têm incentivado as mulheres cientistas por meio do prêmio Mulheres na Ciência, criado para celebrar as conquistas das mulheres cientistas. O recentemente lançado Manifesto para Mulheres na Ciência é um apelo para incentivar o talento das mulheres, ao apoiar a educação de meninas tais disciplinas e ao garantir a igualdade de oportunidades, de modo que elas participem plenamente e liderem o amplo espectro de órgãos científicos de alto nível.

“A ONU Mulheres e a UNESCO estão engajadas em continuar trabalhando no Sistema das Nações Unidas e com todos os nossos parceiros da sociedade pública, privada e civil para garantir que as meninas e as mulheres sejam representadas de forma mais igualitária, que a elas sejam concedidas todas as oportunidades que precisam para prosperar em disciplinas relacionadas à ciência, e para que façam as descobertas inovadoras do futuro.”


Fonte: https://nacoesunidas.org/maioria-dos-paises-esta-longe-de-alcancar-paridade-de-genero-na-ciencia-dizem-agencias-da-onu/

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