Mulheres e crianças buscam segurança e abrigo na cidade Paoua, na República Centro-Africana. Foto: OCHA/Yaye Nabo Sène
A Missão de Paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) deu na quarta-feira (17) um ultimato de 48 horas para grupos armados deixarem partes do norte da República Centro-Africana. ONU quer que combatentes liberem até amanhã (19) um perímetro de 50 quilômetros próxima à cidade de Paoua, onde 100 mil vivem com medo dos confrontos entre a entidade Justiça e Revolução e o Movimento Nacional para a Liberação do país.
Dos atuais moradores de Paoua, 60 mil são deslocados internos, que já haviam fugido de conflitos entre os dois grupos armados e foram então abrigados pelos outros 40 mil residentes da municipalidade. Com o prolongamento das tensões, água e comida estão acabando.
“Essa é uma verdadeira catástrofe, uma verdadeira crise humanitária”, afirmou a coordenadora humanitária da ONU na República Centro-Africana, Najat Rochdi. “Temos o exemplo de uma família que, do dia para a noite, passou a abrigar 30 pessoas.”
Na avaliação da especialista, a situação tem agravado as vulnerabilidades das famílias pobres da região. Najat lembrou que os 60 mil deslocados pela onda de violência deixaram suas vilas sem quase nenhum pertence, o que torna a prestação de assistência humanitária um imperativo urgente. Entre a população, estão crianças e centenas de mulheres grávidas, segundo a coordenadora.