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Mulher trans de El Salvador encontra refúgio e uma nova vida na Guatemala

17 de Maio de 2018, 17:46 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Refugiada LGBTI que foi forçada a fugir da violência e da discriminação em Honduras pinta as unhas de uma amiga em um abrigo em Tenosique, no México. Foto: ACNUR/Markel Redondo

Refugiada LGBTI que foi forçada a fugir da violência e da discriminação em Honduras pinta as unhas de uma amiga em um abrigo em Tenosique, no México. Foto: ACNUR/Markel Redondo

Carolina* é uma adolescente transgênero de El Salvador. Na capital do país, San Salvador, onde vivia, a jovem foi abandonada pela família e ameaçada por gangues de rua. Hoje, ela vive como solicitante de refúgio na Guatemala e luta pelos direitos humanos das pessoas LGBTI.

“Eu tinha 14 ou 15 anos da última vez que minha mãe me expulsou de casa”, lembra. “Ela me falou ‘saia daqui’ e disse que eu não poderia ficar. Naquele momento, eu não disse nada – peguei minha bolsa e saí.”

No norte da América Central, a onda de insegurança generalizada forçou centenas de milhares de pessoas a deixar suas cidades e suas nações. Lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersexo estão particularmente vulneráveis à escalada de violência.

Segundo um estudo da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), realizado na América Central, quase 90% dos solicitantes de refúgio e refugiados LGBTI entrevistados em 2016 disseram ter sofrido violência sexual e de gênero em seus países de origem.

Um pequeno, mas crescente número de pessoas tem procurado refúgio na Guatemala. Até o final de 2017, o país acolhia 370 refugiados. Também no ano passado, outros 150 indivíduos pediram asilo em território guatemalteca.

Eu me considero uma mulher trans feminista,
pois todos os dias ajo
por mim mesma, por outros
como eu e por todas as mulheres.

Como mulher trans, Carolina ainda enfrenta riscos nas ruas da capital, a Cidade da Guatemala, mas o país também lhe deu uma liberdade até então desconhecida. A salvadorenha está construindo uma nova vida.

“Eu me considero uma mulher trans feminista, pois todos os dias ajo por mim mesma, por outros como eu e por todas as mulheres.”

No dia 17 de maio, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lembra o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, com foco na importância de ser um aliado da população LGBTI na promoção da igualdade de direitos.

O organismo internacional reafirma seu empenho em proteger os direitos de refugiados e solicitantes de refúgio que fazem parte desses grupos. Neste ano, a instituição ressalta o papel fundamental de redes e alianças para apoiar quem foi forçado a deixar suas casas.

“Quando as pessoas são forçadas a fugir de suas casas e comunidades, suas redes de apoio se tornam frágeis, e os riscos de proteção que enfrentam muitas vezes se tornam mais graves”, afirmou o alto-comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi.

O dirigente enfatizou que os refugiados e deslocados internos LGBTI são frequentemente confrontados com este desafio, mesmo nos países onde buscam refúgio.

“Encontrar e desenvolver redes de apoio adequadas é, portanto, crucial para a efetivação de seus direitos, permitindo que eles persigam suas aspirações nos países e comunidades em que buscam proteção”, acrescentou Grandi.

A mensagem vai ao encontro das esperanças de Carolina.

“Eu gostaria de ver a Guatemala e, ouso dizer, outros Estados da América Central tornarem-se mais inclusivos”, diz. “Eu acredito que as pessoas, todos nós, somos seres humanos. Nós merecemos ser tratados com o mesmo respeito e sem discriminação.”

*Nome alterado por motivos de proteção.


Fonte: https://nacoesunidas.org/mulher-trans-de-el-salvador-encontra-refugio-e-uma-nova-vida-na-guatemala/

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