Clínica veterinária móvel da FAO em Les Cayes, no Haiti. Foto: FAO/Justine Texier
No Haiti, apenas cerca de 40 veterinários trabalham como funcionários públicos, prestando assistência gratuita a agricultores. Num país assolado pela seca e por desastres naturais, o número reduzido desses profissionais coloca em risco a subsistência de milhares de pessoas. Para reverter esse cenário, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) mantém no país caribenho clínicas veterinárias móveis.
Com as unidades, a agência da ONU espera proteger o gado e as famílias que dependem da pecuária. Atualmente, a iniciativa já beneficia cerca de 12 mil pessoas.
Joril Gilles é um dos haitianos que recebem o apoio da FAO. “O Furacão Matthew levou cinco das minhas vacas, bem como ovelhas e cabras, para não falar de todo o feno que perdi”, explica o agricultor, de 50 anos. “É a primeira vez que recebe esse tipo de ajuda para melhorar as condições de meus animais. A atenção veterinária costuma ser muito cara.”
Segundo a FAO, muitos dos animais que sobreviveram ao desastre estão doentes — e não receberam os devidos cuidados por conta da falta de profissionais e também de equipamentos e insumos de saúde.
Juceline Philippe Beauvoir, presidenta da Associação de Produtores Láteos da comunidade de Torbeck, lembra ainda que o gado “está malnutrido devido à seca, à falta de alimentos e ao alto custo ou inexistência de suprimentos veterinários”.
Os profissionais da FAO levam não apenas tratamento, mas também capacitação para assistentes veterinários locais. O objetivo é garantir que a rotina de terapia seja mantida mesmo quando as unidades móveis deixam as regiões visitadas. A agência da ONU também espera que essa transmissão de conhecimentos contribua para a promoção da saúde animal a longo prazo.