Foto: EBC
No México, os efeitos combinados da desnutrição e da obesidade — sobre saúde, educação e produtividade — geram perdas anuais de 28,8 bilhões de dólares, valor igual a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Os cálculos foram divulgados na segunda-feira (24) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), em novo relatório sobre fome e sobrepeso no México, Equador e Chile.
No Equador, os gastos associados aos problemas de alimentação e saúde pública são equivalentes a 4,3% do PIB nacional — ou 4,3 bilhões de dólares. Apesar de a obesidade representar um fator de perda de produtividade cada vez mais significativo, a fome ainda tem um custo de 1,5 a três vezes mais alto do que o excesso de peso no país. A mesma situação é verificada no México.
Já no Chile, onde a desnutrição foi erradicada, a obesidade e o sobrepeso causam despesas anuais de 500 milhões de dólares, montante correspondente a 0,2% do PIB.
“A carga dupla da malnutrição afeta de maneira crescente a população pobre e vulnerável, constituindo-se assim como mais um fator da desigualdade vigente em nossa região”, afirmou a secretária-executiva da CEPAL, Alicia Bárcena.
O relatório do organismo regional e do PMA prevê que o sobrepeso se transforme no maior fardo social e econômico dos países latino-americanos e caribenhos. Os cálculos das duas agências da ONU estimam que, até 2078, o excesso de peso e a obesidade terão um custo anual de 1 bilhão de dólares no Chile, 3 bilhões no Equador e 13 bilhões no México.
“Durante a última década, muitos países de renda média alcançaram grandes avanços na redução da desnutrição. No entanto, o problema persiste e, agora, testemunhamos uma tendência preocupante entre as comunidades vulneráveis, com casos de desnutrição e sobrepeso dentro das mesmas famílias”, afirmou o diretor regional do PMA, Miguel Barreto.
O especialista acrescentou que ambos os problemas de alimentação “se traduzem em perdas de produtividade e em pressões sobre o sistema de saúde e educação”.
O estudo das agências recomenda medidas para prevenir a obesidade, incluindo a implementação de programas de atividade física, políticas para assegurar que rótulos e embalagens tenham informações corretas e iniciativas de educação nutricional. Outra frente de ação dos governos deve ser as parcerias com a indústria alimentícia. Objetivo da cooperação com o setor privado deve ser assegurar a produção e a disponibilização de produtos saudáveis.
Acesse o relatório na íntegra clicando aqui (em espanhol).