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ONU alerta para crise no financiamento de refeições escolares na África Ocidental e Central

18 de Setembro de 2017, 16:28 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Crianças em Dekoa, na República Centro-Africana. Foto: MINUSCA

Crianças em Dekoa, na República Centro-Africana. Foto: MINUSCA

Mais de 1,5 milhão de crianças vulneráveis em toda a África Ocidental e Central estão indo às aulas com fome ou mesmo abandonando a escola devido à falta de financiamento para as refeições escolares do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), informou a agência no início do ano escolar de 2017-2018.

No total, o programa de alimentação escolar do PMA enfrenta necessidade de 76 milhões de dólares em financiamento. O alerta foi feito pela agência enquanto especialistas em Montreal, no Canadá, estão reunidos para um fórum anual sobre nutrição infantil, co-patrocinado e organizado pela Fundação Global de Nutrição Infantil (Global Child Nutrition Foundation, em inglês), o Centro de Excelência contra a Fome do PMA, com apoio do Breakfast Club do Canadá.

As consequências dessa crise são dramáticas, uma vez que os nutritivos almoços e lanches providenciados pelo PMA são, muitas vezes, a única refeição que muitos jovens comem o dia todo. De maneira mais abrangente, a crise de financiamento coloca em risco toda uma geração, com repercussões mais amplas nas economias nacionais e no desenvolvimento.

“Ao falhar no financiamento da alimentação escolar, estamos coletivamente prejudicando a próxima geração e o futuro da África”, disse Abdou Dieng, diretor regional do PMA na África Central e Ocidental. “As refeições escolares são um dos melhores investimentos que a comunidade internacional pode fazer para garantir um início de vida promissor para crianças pequenas em alguns dos países mais pobres do mundo”.

Esse é o caso da República Centro-Africana, país assolado por conflitos onde o programa de alimentação escolar do PMA, destinado a beneficiar mais de 200 mil jovens, é financiado apenas pela metade. Ainda mais crítico é o caso do programa de Burkina Faso, que alcança quase 83 mil crianças – e não tem financiamento.

No Níger, onde as refeições escolares do PMA beneficiam mais de 250 mil alunos, o programa tem apenas 19% de financiamento, enquanto o programa do Senegal tem apenas 5%. Outros países particularmente em risco incluem a Libéria, Mali, Mauritânia e Níger, mas a escassez de financiamento se estende por toda a região.

“Estamos falando de algumas das crianças mais famintas e vulneráveis”, disse Dieng. “Esta é uma crise para a educação, mas também uma crise para a nutrição e a segurança alimentar, que são os pilares fundamentais do desenvolvimento”.

Em geral, o programa planeja atingir cerca de 2,2 milhões de jovens durante o ano letivo 2017-2018, muitas vezes em áreas com níveis extremamente elevados de fome e desnutrição. Sem o financiamento adequado, a maioria desses jovens estudantes acabará o ano escolar com fome.

Estudos mostram que as refeições escolares ajudam a melhorar o atendimento e as taxas de desempenho. Elas também são um incentivo crucial para que os pais enviem seus filhos – particularmente meninas – para a escola.

Enquanto alguns governos e agências lideram ou complementam o programa do PMA na África Ocidental e Central, em muitas áreas, a agência é o único ou o principal fornecedor de refeições escolares. Ao longo dos anos, no entanto, o PMA encolheu sua cobertura por falta de fundos.

Sobre o PMA

O PMA é a maior agência humanitária lutando contra a fome no mundo, alcançando mais de 80 milhões de pessoas em 80 países com assistência alimentar.

O Centro de Excelência contra a Fome do PMA é um fórum global para diálogo de políticas e aprendizagem Sul-Sul sobre programas de alimentação escolar e segurança alimentar e nutricional. O Centro de Excelência, uma parceria entre o PMA e o governo brasileiro, foi criado para apoiar governos na África, Ásia e América Latina no desenvolvimento de soluções sustentáveis contra a fome.


Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-alerta-para-crise-no-financiamento-de-refeicoes-escolares-na-africa-ocidental-e-central/

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