Vista aérea de Davos, na Suíça. Foto: Fórum Econômico Mundial/Andy Mettler
O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein, pediu na sexta-feira (13) a empresários reunidos no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que utilizassem “sua considerável influência para defender os direitos humanos e prevenir violações nos países em que operam”.
“Começamos o ano cheios de ansiedade sobre o estado do mundo: o perturbador aumento das divisões políticas e comportamentais, e o ódio instantâneo; os ataques contra direitos humanos fundamentais, particularmente daqueles já vulneráveis; e a continuada disseminação da falha em garantir acesso justo a recursos, prosperidade e segurança econômica para todos”, disse Zeid.
“Os princípios e leis duramente conquistados na Declaração Universal dos Direitos Humanos estão cada vez mais em perigo, e os líderes empresariais reunidos em Davos têm um papel-chave em combater essa terrível onda, insistindo no respeito aos direitos humanos nos Estados em que operam.”
Segundo Zeid, a responsabilidade empresarial depende da estabilidade — de instituições robustas, funcionamento da Justiça, desenvolvimento sustentável e confiança pública em sua segurança pessoal, enquanto os direitos humanos estão no centro de tal equilíbrio de longo prazo.
“Companhias precisam declarar claramente e sem equívocos que não irão tolerar ligação com abusos de direitos humanos em qualquer parte de suas operações ou cadeias de suprimento — e devem ter sistemas para garantir que tais abusos sejam ativamente evitados e rapidamente resolvidos. Muitas companhias já começaram a tomar passos para evitar e mitigar abusos de direitos humanos em suas operações, em linha com o Guia da ONU de Princípios para Empresas e Direitos Humanos, incluindo o estabelecimento de formas de recebimento de reclamações”, disse Zeid.
“Muitas empresas já tomaram ações para defender e promover os direitos humanos. Vimos bancos retirando recursos de projetos nos quais violações aos direitos humanos ocorreram, por exemplo”, declarou.