A produção de grãos na Coreia do Norte tem sido severamente prejudicada pela seca prolongada. Foto: FAO/Cristina Coslet
As Nações Unidas e seus parceiros precisam urgentemente de 111 milhões de dólares para oferecer ajuda humanitária a milhões de pessoas na Coreia do Norte, incluindo crianças cujo crescimento foi prejudicado pela desnutrição.
“A assistência humanitária é vital para milhões de pessoas comuns que vivem na Coreia do Norte”, disse o coordenador-residente da ONU no país, Tapan Mishra, este mês (12). “No entanto, o financiamento vem diminuindo rapidamente a cada ano, atingindo menos de um terço do valor necessário para os programas humanitários”, acrescentou.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), em meio a tensões políticas, a insegurança alimentar crônica e a desnutrição infantil estão disseminadas na Coreia do Norte.
A estimativa é de que mais de 10 milhões de pessoas, ou 40% da população do país, estejam precisando de assistência humanitária. A má nutrição continua a ser uma preocupação, com mais de um quarto das crianças apresentando desnutrição e atraso no crescimento.
O OCHA citou diversas razões complexas e multifacetadas para as altas taxas de desnutrição na Coreia do Norte, incluindo o terreno montanhoso, com apenas 17% de terras favoráveis para o cultivo, além da agricultura amplamente dependente de métodos agrícolas tradicionais. Além disso, mudanças nos padrões climáticos tornaram o país vulnerável a secas e inundações, o que muitas vezes resulta em baixa produção agrícola.
Os norte-coreanos também encontram dificuldades para acessar serviços básicos, e grande parte da população vive sem uma fonte segura de água potável. Além disso, quase um quarto dos habitantes do país não possui instalações de saneamento básico, o que contribui para sérios problemas de saúde.
O Plano de Necessidades e Prioridades 2018, lançado este mês (12) descreve as necessidades financeiras para garantir auxílio à cerca de seis milhões de pessoas. O documento inclui o financiamento de atividades para melhorar o acesso à água, alimentos nutritivos e saneamento, assim como artifícios para tornar as comunidades resilientes a desastres naturais.
Mishra disse que o programa do ano passado conseguiu alcançar mais de 6 milhões de pessoas com ajuda humanitária. “No entanto, sem o financiamento adequado, as agências serão forçadas a reduzir seu trabalho, com sérios impactos na vida das pessoas comuns”, enfatizou.