No ocasião do Dia Mundial das Abelhas, a ONU Brasil promoveu evento em Brasília (DF) para lembrar a importância desses insetos e de outros polinizadores para a produção de alimentos no mundo. A data, observada no último domingo (20), aborda a necessidade econômica e ambiental de protegê-las.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 75% da alimentação humana depende, direta ou indiretamente, de plantas polinizadas ou beneficiadas pela polinização. Das 100 espécies de culturas que fornecem 90% dos alimentos do mundo, mais de 70 são polinizadas por abelhas, de acordo com a ONU Meio Ambiente.
“Por essa razão, as abelhas são consideradas ‘ajudantes invisíveis’ de agricultores em todo o mundo”, disse durante o evento o coordenador-residente do Sistema Nações Unidas no Brasil e representante-residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Niky Fabiancic.
De acordo com o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic, as abelhas mantêm o equilíbrio em nossos ecossistemas, e sua presença ou ausência podem indicar o estado do meio ambiente e alertar sobre possíveis ameaças ou mudanças do clima.
“No entanto, populações de abelhas e outros polinizadores diminuíram significativamente, e algumas abelhas e borboletas estão ameaçadas. Algumas das razões são pragas, o uso de pesticidas e práticas agrícolas insustentáveis, poluição e perda de habitat, danos que podem ser atribuídos em grande parte à atividade humana”, declarou.
Ele citou pesquisa feita pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), segundo a qual as abelhas correm o risco de desaparecer das cidades brasileiras até 2047. O levantamento indicou que, das 25 mil espécies de abelhas existentes no mundo, cerca de 3 mil vivem nos municípios brasileiros. Noventa por cento desses municípios devem sofrer com a extinção desses insetos nos próximos 30 anos, trazendo prejuízos para todos os seres vivos.
“No entanto, há muito que podemos fazer para proteger as abelhas e outros polinizadores. Manter seus habitats, comprometer-se com práticas agrícolas mais sustentáveis, levando em conta os conhecimentos indígenas e tradicionais, evitando o uso de pesticidas, são ações fundamentais para salvaguardar essas espécies.”
Segundo Bojanic, cada um de nós pode, em nossas decisões de consumo, escolher produtos orgânicos sempre que possível e ajudar a aumentar a conscientização sobre a importância das abelhas para nossos ecossistemas. “Essas ações não apenas garantirão o futuro desses laboriosos insetos, mas também ajudarão a proteger o meio ambiente e a humanidade”, concluiu.