Entrada da sede das Nações Unidas em Nova Iorque. Foto: ONU/Yubi Hoffmann
Em linha com a meta do secretário-geral da ONU de aumentar a transparência sobre casos de abuso sexual dentro da Organização, o porta-voz de António Guterres apresentou novos números sobre denúncias nesta quinta-feira (22).
Segundo Stéphane Dujarric, funcionários fizeram 40 denúncias de abuso ou de exploração sexual entre 1° de outubro e 31 de dezembro de 2017. Muitas delas ainda estão em fase inicial de investigação.
Das 40 alegações, 15 vêm de operações de paz e 25 de agências, fundos e programas da ONU, incluindo oito casos ligados a entidades parceiras.
Dujarric explicou que os 40 casos envolvem 54 vítimas, sendo 30 mulheres, 16 meninas menores de 18 anos, e a idade das outras oito é desconhecida.
O porta-voz explicou que duas alegações de abuso ou exploração sexual foram confirmadas por uma investigação; três não tinham base; 15 estão em etapas variadas de investigação; 18 sob avaliação preliminar e duas estão sendo estudadas com informações muito limitadas.
Escândalo
Dujarric destaca que 95 mil civis e 90 mil funcionários uniformizados trabalham para as Nações Unidas, portanto “abuso e exploração sexuais não refletem a conduta da maioria das mulheres e dos homens dedicados que servem à ONU”.
Mas o porta-voz lembra que combater esse flagelo e ajudar a empoderar as pessoas afetadas por esses “atos escandalosos continuam sendo prioridades para o secretário-geral em 2018”.
Na terça-feira (20), a diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Henrietta Fore, aceitou o pedido de afastamento do cargo de seu vice, Justin Forsyth. Segundo agências de notícias, ele é acusado “de comportamento inapropriado quando dirigia a ONG Save the Children”.