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Países reunidos no Canadá comprometem-se a melhorar eficiência das missões de paz da ONU

16 de Novembro de 2017, 18:47 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
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Em Kidal, norte do Mali, soldado das forças de paz da ONU caminha em meio a campo da MINUSMA destruído por ataque em junho de 2017. Foto: ONU/Sylvain Liechti

Em Kidal, norte do Mali, soldado das forças de paz da ONU caminha em meio a campo da MINUSMA destruído por ataque em junho de 2017. Foto: ONU/Sylvain Liechti

A Conferência Ministerial da Defesa da Paz, realizada esta semana em Vancouver, no Canadá, estabeleceu 46 compromissos com o objetivo de tornar as missões de paz das Nações Unidas mais eficientes.

O evento reuniu cerca de 550 representantes de 79 Estados-membros para discutir os desafios cada vez mais complexos enfrentados pelas forças de paz e por agentes de campo nas 15 missões da ONU pelo mundo.

Em seu discurso no evento, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, ressaltou o “poder transformador” das missões e anunciou iniciativas do governo canadense para apoiar esses trabalhos.

As chamadas “promessas inteligentes” foram elaboradas para preencher lacunas e deficiências específicas, como falta de helicópteros e blindados para as missões de paz. Além disso, foi oficializado o objetivo de elevar a participação das mulheres nas forças de paz, com 26 países comprometendo-se a integrar as perspectivas de gênero nas missões.

O secretário-geral adjunto das Nações Unidas para Operações de Manutenção da Paz, Jean-Pierre Lacroix, disse na sessão de encerramento do evento que as promessas “demonstraram que existe um envolvimento coletivo, um compromisso coletivo para a manutenção da paz; para nos apoiar, para tornar nossa ação mais efetiva, com um objetivo fundamental, que é proteger os civis e ajudar a restaurar a paz”.

Em discurso sobre o futuro da manutenção da paz canadense, Trudeau anunciou as primeiras “promessas inteligentes” do dia, e revelou os novos Princípios de Vancouver — já acordados por 55 países — para tentar impedir que crianças soldados acabem em as zonas de conflito do mundo por meio de uma série de iniciativas e programas.

“Nós sabemos que não há um presente maior que possamos deixar para nossos filhos do que uma paz verdadeira e duradoura. Então, vamos ser ousados, vamos inovar — vamos tentar coisas novas”, disse ele aos ministros e responsáveis pela defesa de 79 países.

“Sejamos a mudança que precisamos, para construir um mundo mais pacífico juntos”, salientou.

Mais cedo, a atriz norte-americana Angelina Jolie, enviada especial da Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), fez um poderoso discurso de abertura, chamando a atenção para a violência baseada no gênero em conflitos, afirmando que nunca há desculpa para o abuso sexual.

Ela agradeceu ministros e militares por “promessas novas e muito importantes” feitas em Vancouver, esperando que “sejam apenas o começo”.

“Neste trabalho, não iremos apenas fortalecer nossas sociedades e melhorar a manutenção da paz, mas desempenhar um papel ao mostrar que nenhum agressor está acima da lei, e nenhum sobrevivente está abaixo dela”, disse a atriz norte-americana, acrescentando estar “determinada a fazer tudo o que puder e trabalhar junto de todos”.

MINUSMA

A conferência debateu ainda os desafios enfrentados pelas forças de paz com a Missão de Estabilização das Nações Unidas no Mali (MINUSMA, sigla em francês), considerada a mais perigosa do mundo.

Dos 170 soldados da paz mortos enquanto servem em missões da ONU desde o início de 2013 até o final de setembro deste ano, 86 estavam com a MINUSMA.

Um acordo de paz de junho de 2015 foi assinado entre o governo do Mali e diversos grupos armados, com a expectativa de implementar um duradouro cessar-fogo para o país, cuja região norte foi controlada por militantes extremistas em 2012.

Durante a conferência, Lacroix ressaltou a falta de equipamentos como helicópteros e veículos blindados, apelando também para que outros países contribuintes de tropas se apresentassem para ajudar a MINUSMA.

“Precisamos fazer mais em termos de treinamento, (discutir) como a força é organizada e as modalidades de proteção da população e de nós mesmos contra as ameaças que enfrentam”, disse o secretário-geral adjunto.

O chefe de apoio de campo da ONU, Atul Khare, disse no evento que, apesar de os desafios permanecerem, a MINUSMA teve “conquistas significativas em termos de proteção e treinamento”.

O comandante da MINUSMA, o major Jean-Paul Deconinck, da Bélgica, fez uma franca avaliação das dificuldades e deficiências operacionais que enfrentou com a mobilização de capacetes-azuis e equipamentos, mas em entrevista à ONU News após a sessão de 90 minutos, ele disse que estava “confiante, mas realista” e que, se tiver as ferramentas necessárias, a missão “terá sucesso”.


Fonte: https://nacoesunidas.org/paises-reunidos-no-canada-comprometem-se-a-melhorar-eficiencia-das-missoes-de-paz-da-onu/

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