Ir para o conteúdo

Cúpula dos Povos

Voltar a Notícias da ONU
Tela cheia Sugerir um artigo

Refugiados cubanos reconstroem suas vidas em Montenegro

22 de Agosto de 2017, 18:47 , por ONU Brasil - | No one following this article yet.
Visualizado 19 vezes
Raul encontrou refúgio em Montenegro. Foto: ACNUR/Radonja Srdanovic

Raul encontrou refúgio em Montenegro. Foto: ACNUR/Radonja Srdanovic

Todos os dias, o cubano Raul se levanta 4h30 da manhã para uma caminhada de seis quilômetros. O percurso é seu caminho para o trabalho em Podgorica, capital de Montenegro, nação europeia que o acolheu como refugiado. A mudança para a Europa foi motivada pela perseguição política ao rapaz e sua família. No novo país, Raul está determinado a garantir uma vida melhor para sua esposa e dois filhos.

Eles vivem em Montenegro há quase um ano. Durante oito meses, Raul e os parentes ficaram num centro de acolhimento para solicitantes de refúgio. Depois, deixaram o local para continuar a jornada sozinhos – uma escolha assustadora, uma vez que estavam tão longe de casa e não conheciam suficientemente bem a língua local.

Foi então que Raul participou de um workshop organizado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e pelo Gabinete de Emprego de Montenegro. A iniciativa visava apoiar a integração dos refugiados às comunidades locais. Atividades incluíram sessões em grupo e conversas individuais com os participantes, a fim de mapear suas habilidades e interesses para o mercado de trabalho.

Após o aconselhamento, os refugiados também participaram de um curso intensivo da língua montenegrina. A formação foi financiada pelo ACNUR e adaptada para garantir que os alunos apreendessem as noções básicas do idioma. O objetivo era permitir que os alunos conseguissem se comunicar com futuros empregadores e colegas de trabalho.

“Foi um curso curto, mas aprendemos muito”, conta Raul. “Antes, mal entendia uma palavra em montenegrino, mas senti um avanço significativo depois de ter participado do curso. Agora, poderemos socializar mais quando formos sair.”

O cubano também poderá mostrar seus conhecimentos em seu novo emprego. Raul recentemente conseguiu um trabalho na empresa de coleta de resíduos municipais.

“Esse emprego veio no momento certo, já que estava buscando uma maneira de começar a ganhar dinheiro desde que saímos do centro de acolhimento. Não é o trabalho ideal, pois trabalho a manhã toda sob o sol forte, andando dez quilômetros pelas ruas da cidade – mas tenho uma família para sustentar”, diz o refugiado.

Yaster (na frente) e Raul carregam sacos de lixo para um ponto de coleta. Foto: ACNUR/Radonja Srdanovic

Yaster (na frente) e Raul carregam sacos de lixo para um ponto de coleta. Foto: ACNUR/Radonja Srdanovic

Na mesma empresa, Yaster, de 34 anos, foi contratado após participar das aulas de idioma. Ele também passou meses no centro de acolhimento, mas com o auxílio financeiro recebido do ACNUR, pôde alugar uma residência própria. O cubano é formado em Enfermagem.

“Estou ciente de que não estou sozinho, então precisava de qualquer coisa para, pelo menos, começar de novo”, diz Yaster. “É difícil trabalhar sob o sol, então tiro pequenos intervalos na sombra de vez em quando.”

Yaster também participou do workshop e, desde então, vem tentando melhorar seu montenegrino ao conversar com colegas de trabalho.

“Realmente tento me comunicar na língua local sempre que posso”, diz. “Na verdade, é basicamente a única forma como nos comunicamos, já que inglês não é uma opção. Entendo melhor do que falo, assim, tento também escutar as outras pessoas conversando e lembrar de novas palavras quando escuto. Sou determinado a construir uma nova vida aqui, ou ao menos tentar.”

A colaboração entre o ACNUR e o Gabinete de Emprego de Montenegro começou no início de 2017 e foi formalizado em junho, por meio de um memorando de entendimento. Documento prevê o oferecimento de assistência para novos refugiados, com o intuito de promover sua integração econômica e social.

“Com o memorando, queremos garantir o apoio do governo de Montenegro em melhorar a integração dos novos refugiados, para que eles possam ter autossuficiência por meio de atividades que geram renda”, explica a representante do ACNUR no país europeu, Roberta Montevecchi. “A proteção dos refugiados e os meios de subsistência estão estreitamente ligados, acreditamos que essa iniciativa ajudará Montenegro a desenvolver um sistema completo, que reduza a dependência de refugiados de assistência externa.”

“É um país lindo e, sobretudo, onde minhas crianças podem caminhar livremente nas ruas e brincar em segurança”, acrescenta Raul.


Fonte: https://nacoesunidas.org/refugiados-cubanos-reconstroem-suas-vidas-em-montenegro/

Rio+20 ao vivo!