Pizzaria Google
18 de Julho de 2012, 21:00 - 3 comentáriosEnviado por e-mail por Vera Armstrong
- Pizzaria Google, boa noite!
- De onde falam?
- Pizzaria Google, senhor. Qual é o seu pedido?
- Mas este telefone não era da Pizzaria do...
- Sim senhor, mas a Google comprou a Pizzaria e agora sua pizza é mais completa.
- OK. Você pode anotar o meu pedido, por favor?
- Pois não. O Senhor vai querer a de sempre?
- A de sempre? Você me conhece?
- Temos um identificador de chamadas em nosso banco de dados, senhor. Pelo que temos registrado aqui, nas últimas 53 vezes que ligou, o senhor pediu meia quatro queijos e meia calabresa.
- Puxa, eu nem tinha notado! Vou querer esta mesmo...
- Senhor, posso dar uma sugestão?
- Claro que sim. Tem alguma pizza nova no cardápio?
- Não senhor. Nosso cardápio é bem completo, mas eu gostaria de sugerir-lhe meia ricota, meia rúcula.
- Ricota ??? Rúcula ??? Você ficou louco? Eu odeio estas coisas.
- Mas, senhor, faz bem para a sua saúde. Além disso, seu colesterol
não anda bom...
- Como você sabe?
- Nossa Pizzaria tem o banco de dados mais completo do planeta. Nós temos o banco de dados do laboratório em que o senhor faz exames também. Cruzamos seu número de telefone com seu nome e temos o resultado dos seus exames de colesterol. Achamos que uma pizza de rúcula e ricota seria melhor para sua saúde.
- Eu não quero pizza de queijo sem gosto e nem pizza de salada. Por isso tomo meu remédio para colesterol e como o que eu quiser...
- Senhor, me desculpe, mas acho que o senhor não tem tomado seu
remédio ultimamente.
- Como sabe? Vocês estão me vigiando o tempo todo?
- Temos o banco de dados das farmácias da cidade. A última vez que o senhor comprou seu remédio para Colesterol faz 3 meses. A caixa tem 30comprimidos.
- Porra! É verdade. Como vocês sabem disto?
- Pelo seu cartão de crédito...
- Como?!?!?
- O senhor tem o hábito de comprar remédios em uma farmácia que lhe dá desconto se pagar com cartão de crédito da loja. E ainda parcela em 3 vezes sem acréscimo...Nós temos o banco de dados de gastos com cartão na farmácia. Há 2 meses o senhor não compra nada lá, mas continua usando seu cartão de crédito em outras lojas, o que significa que não o perdeu, apenas deixou de comprar remédios.
- E eu não posso ter pago em dinheiro? Agora te peguei...
- O senhor não deve ter pago em dinheiro, pois faz saques semanais de R$ 250,00 para sua empregada doméstica. Não sobra dinheiro para comprar remédios. O restante o senhor paga com cartão de débito.
- Como você sabe que eu tenho empregada e quanto ela ganha?
- O senhor paga o INSS dela mensalmente com um DARF. Pelo valor do recolhimento dá para concluir que ela ganha R$ 1.000,00 por mês. Nós temos o banco de dados dos Bancos também. E pelo seu CPF...
- ORA VÁ SE DANAR !
- Sim senhor, me desculpe, mas está tudo em minha tela. Tenho o dever de ajudá-lo. Acho, inclusive, que o senhor deveria remarcar a consulta que o senhor faltou com seu médico, levar os exames que fez no mês passado e pedir uma nova receita do remédio.
- Por que você não vai à m....???
- Desculpe-me novamente, senhor.
- ESTOU FARTO DESTAS DESCULPAS. ESTOU FARTO DA INTERNET, DE COMPUTADORES, DO SÉCULO XXI, DA FALTA DE PRIVACIDADE, DOS BANCOS DE DADOS E DESTE PAÍS...
- Mas senhor...
- CALE-SE! VOU ME MUDAR DESTE PAÍS PARA BEM LONGE. VOU PARA AS ILHAS FIJI OU ALGUM LUGAR QUE NÃO TENHA INTERNET, TELEFONE, COMPUTADORES E GENTE ME VIGIANDO O TEMPO TODO...
- Sim, senhor...entendo perfeitamente.
- É ISTO MESMO! VOU ARRUMAR MINHAS MALAS AGORA E AMANHÃ MESMO VOU SUMIR DESTA CIDADE.
- Entendo...
- VOU USAR MEU CARTÃO DE CRÉDITO PELA ÚLTIMA VEZ E COMPRAR UMA PASSAGEM SÓ DE IDA
PARA ALGUM LUGAR BEM LONGE DE VOCÊ !!!
- Perfeitamente...
- E QUERO QUE VOCÊ ME ESQUEÇA!
- Farei isto senhor... ...(silêncio de 1 minuto)
- O senhor está aí ainda?
- SIM, PORQUE? ESTOU PLANEJANDO MINHA VIAGEM...E PODE CANCELAR MINHA PIZZA.
- Perfeitamente. Está cancelada. ...(mais um minuto de silêncio) - Só mais uma coisa, senhor...
- O QUE É AGORA?
- Devo lhe informar uma coisa importante...
- FALA, CACETE....
- O seu passaporte está vencido.
Firefox OS, mais um sistema operacional para dispositivos móveis
17 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Firefox OS seria "tipo assim" um "denorex" dos sistemas operacionais para dispositivos móveis (smartphones, tablets, etc). Parece o Android, mas não é.
É a aposta da Mozilla no mundo de sistemas operacionais móveis. Derivado do Boot 2 Gecko, o Firefox OS é um sistema operacional baseado em Linux e completamente desenvolvido de acordo com padrões web HTML5.
As únicas fabricantes que estariam apoaindo o projeto até agora seriam a Alcatel e ZTE.
A Mozilla afirma que o foco do novo OS são os smartphones low-end (baixo-custo) e promete distribuir o Firefox OS de graça. Isso deve atrair os fabricantes de smartphones baratos e populares e aqueles que buscam eficiência e modernidade, mas mão querem ou não podem gastar os tubos com licenças draconianas dos sistemas operacionais proprietários.
Todo recurso do Firefox OS é baseado em HTML5, e da própria plataforma é otimizada para low-end hardware.
Os primeiros smartphones com Firefox OS "deverão ser lançados comercialmente no Brasil no início de 2013 através da marca comercial da Telefónica, a Vivo", afirma comunicado da Mozilla.
Veja as fotos do Firefox OS:
Cúpula da CPLP discute segurança alimentar
15 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Chefes de Estado e de governo estão reunidos para a cúpula da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que começa nesta segunda-feira (16) em Maputo (Moçambique). O objetivo é implementar uma estratégia para erradicar a fome e a pobreza. Nos oito países da CPLP existem 28 milhões de pessoas em estado de subnutrição.
A presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Maria Emília Pacheco, está na reunião, que ocorre até o próximo domingo (22). Existe forte interesse estrangeiro nas experiências brasileiras em segurança alimentar e nutricional, em especial no sentido de conhecer as instâncias e estruturas que constroem políticas públicas envolvendo o governo, em conjunto com a sociedade civil.
Angola e Moçambique são os países mais afetados, apresentando 44% e 37 % da população nestas condições, respectivamente, segundo estatísticas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do International Food Policy Research Institute.
Além dos ministros de agricultura dos países membros da CPLP, a cúpula contará com participantes estrangeiros que representarão a FAO, as Nações Unidas e a Comissão Europeia.
Fonte: Consea - Assessoria de Comunicação
(61) 3411.3279 / 3483
com informações do jornal O Público (Portugal)
Classe média? Que classe média?
15 de Julho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaHá tempos várias pessoas se perguntam sobre que tipo de país, que futuro, estamos construindo.
A experiência europeia nos mostra qual caminha evitar. Lá a esquerda copiou a direita e o povo acabou optando pelo original.
A discussão não é nova, mas não está resolvida. O artigo de Clauido Bernabucci, na CartaCapital de 18/07/12, a resgata de forma intensa.
Vale a pena colocá-la em pauta novamente.
Confira!
Classe média, que significa?
Por Claudio Bernabucci
O compromisso silencioso entre o operário eleito presidente da República e a chamada elite brasileira – criar um mercado interno significativo e promover o crescimento de uma nova classe média – representa a autêntica obra-prima deste líder político indiscutível. Há quem diga que tal compromisso tenha premiado mais os ricos do que os pobres. Fato é que o processo desencadeado por Lula abriu uma dinâmica socioeconômica de baixo para cima que parece irresistível e, talvez, irreversível.
Desde então, fala-se e escreve-se muito no Brasil sobre classe média. A meu ver – salvo raras exceções – em termos ainda inadequados ou instrumentais.
Não importa aqui analisar a questão de um ponto de vista sociológico ou estatístico, nem rodar a faca da polêmica em torno da medida governamental que estabelece ex-púlpito – a partir de maio 2012 – que a classe média no Brasil é formada por pessoas com renda per capita entre 291 reais e 1.019 reais. O que nos interessa é focalizar a urgência de um debate amplo e de maior conteúdo. Para esse fim, o método comparativo poderia ser útil. Não para copiar modelos alheios, mas para, eventualmente, identificar um modelo original de classe média à brasileira, que faça tesouro das experiências já realizadas em outros países. Infelizmente, não observo nada disso. Ao contrário, me parece que se fala desta nova realidade de maneira distorcida: para exaltá-la em tom de propaganda ou para atraí-la em perspectiva eleitoral.
Aprofundar hoje no Brasil um debate sobre classe média equivale a abrir uma reflexão sobre o País que queremos. Na atual fase de decadência mundial da democracia, quando a política vai atrás da realidade para depois definir as próprias escolhas, o Brasil poderia ter a ambição de inverter o rumo: identificar o caminho a ser percorrido para depois aplicar políticas consequentes, evitando assim submeter-se às dinâmicas ditadas pelos “mercados”.
É verdade que no Brasil também a economia e a finança detêm a hegemonia sobre a política, mas – diferentemente do resto dos países democráticos – as escolhas iluminadas dos últimos tempos construíram uma solidez financeira pública que permitiria à política espaço de manobra mais amplo do que em outras latitudes.
Leia também:
A nova vida dos pedreiros, símbolos da ascensão da classe C
Educação: O que quebrará o País?
Navegador seguro é o que conhece os mapas e depois decide a rota. No início da longa tempestade econômica que se vislumbra no horizonte, seria sábio estabelecer tal rota com a participação da tripulação, para poder chamá-la a dar o melhor de si nos momentos difíceis que inevitavelmente virão. Mas essa classe trabalhadora ampliada, agora chamada de classe média, não conhece suficientemente a arte de navegar: sua despolitização é patente. Além disso, ela não tem sido adequadamente informada pelo comandante do navio sobre os mares a serem navegados: o Estado não vem oferecendo a necessária educação.
Abre-se então a discussão sobre os (diferentes) papéis da política e do Estado na construção do Brasil futuro. Resulta evidente como a responsabilidade de governo tenha inibido a plena mobilização do PT, do sindicato e das associações aliadas. O que é mais grave, há sintomas de que esta renúncia pode ter-se transformado em perda de efetiva participação social, fundamental alimento de sustentação das organizações progressistas. Os adeptos do neoliberalismo podem facilmente abrir mão desses fatores; as forças de esquerda não, pena a perda de identidade (e segura derrota eleitoral).
Na Europa do pensamento único das décadas passadas, caracterizado pelo consenso neoliberal, os partidos progressistas perderam o senso da própria missão, e suas diferenças em relação aos adversários pareceram ser quase inexistentes. No cidadão fixou-se a convicção de que “são todos iguais”. Resultado: a classe média e os setores populares deram-lhes as costas e preferiram os originais às cópias.
Na dificuldade dessa conjuntura, seria a hora de redescobrir o partido – qualquer partido – como aquela livre associação que não somente organiza, mas elabora e transmite cultura, forja a prática da cidadania, trabalha na sociedade. Esse seria o momento de voar alto novamente e valorizar o papel irrenunciável dos sindicatos independentes e das organizações da sociedade civil. Quanto ao Estado, seria decisivo considerar que o investimento em educação é o que faz a diferença entre cidadão e consumidor.
Não pode ser esquecido que o Brasil se esforça para superar imensos atrasos herdados do passado, mas seria pecar de grave omissão deixar de lembrar que a política atrelada à contingência, não consegue criar uma nova proposta de Estado e um novo projeto-país. Permanecerá, inevitavelmente, portanto, e subalterna às tradicionais classes dominantes.