Aproximadamente 15 ciclistas iniciaram um pedalaço como forma de manifestação contra os impactos da exploração de petróleo e gás no Espírito Santo. O pedal contra o pré-sal inicia nesta segunda-feira, dia 25, com uma concentração e um ato público em frente a sede da Petrobrás, na “curva” da Penha. Os manifestantes seguirão de bicicleta até Conceição da Barra, percorrendo um trajeto de aproximadamente 300 quilômetros. A primeira edição do pedal contra o pré sal foi realizada em janeiro de 2012.
Os manifestantes passarão por regiões que sofrem impactos decorrentes da exploração do petróleo e gás, entre elas: Serra, Barra do Riacho, Pontal do Ipiranga, Linhares, São Mateus e Conceição da Barra.
Os impactos são muitos. Os manifestantes citam, por exemplo, o caso do estaleiro Jurong (EJA), em Aracruz, feito para suprir as demandas da exploração do pré-sal, com a fabricação de embarcações e outras estruturas necessárias. Construído com diversas irregularidades ambientais, o projeto de construção do EJA teve um parecer contrário dos técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) desconsiderado pela direção do órgão. Segundo pescadores locais, a restinga será destruída, a área de desova das tartarugas desaparecerá e o acesso público à praia será banido.
Em Regência, no município de Linhares, há uma grande área de extração de petróleo em solo terrestre, feita através de cavalos mecânicos, numa região conhecida como Areal. Também nota-se a presença de uma usina e uma refinaria – em frente à praia de Regência – da Petrobras. Na comunidade campesina de Palhal, a ameaça reside no projeto de implantação do gás químico UNF. Segundo carta pública dos habitantes da comunidade, a fábrica de fertilizantes químicos tenta se instalar a qualquer custo, desconsiderando as 25 famílias que ali habitam. Apenas na fase de construção da planta industrial, quatro mil homens trabalharão no canteiro de obras. Uma obra prevista e financiada no PAC2, da gestão Dilma, orçada em três bilhões e 700 milhões de dólares, que será implantada até 2017.
Podemos citar outros vários empreendimentos impactantes ao meio ambiental e social. Os ciclistas registrarão com fotos e conversas com a população local as consequências desses grandes empreendimentos para o Espírito Santo, dando voz àqueles que a Petrobrás tira a vida.
O ato tem o apoio da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) e da OilWatch, e de todas as organizações que compõe o Fórum dos Afetados por Petróleo e Gás no Espírito Santo.
O Fórum dos Afetados por Petróleo e Gás no Espírito Santo foi formado em abril de 2012, a partir do I Encontro dos Afetados por Petróleo e Gás no Espírito Santo. A Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB Vitória, especialmente o Grupo de Trabalho Ambiente vem acompanhado as reuniões e atividades. Desejamos força aos ciclistas e ativistas que com muita garra vão trazer depoimentos importantes para dar voz àqueles que o governo e as grandes empresas não querem ouvir.
GT Ambiente
AGB Vitória