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Mesquita vê guerra Farid-Gelsinho

16 de Setembro de 2012, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.

Os moradores daquela comunidade, cerca de 50 mil pessoas, acreditam haver um pacto entre Farid e os chefetes locais, pelo qual não se permite a realização de campanha eleitoral por ali, a não ser a do próprio Farid. Para responder aos ataques do adversário do PDT, os correligionários de Gelsinho lembram que a administração de Farid em Nilópolis foi marcada por escândalos de desvios de verbas no setor da saúde, com o fechamento do maior hospital do município.

Brasil 247

Tristemente famoso, esta semana, pela chacina de seis meninos no bairro da  Chatuba, o município de Mesquita, na Baixada Fluminense, vive uma eleição polarizada entre dois candidatos favoritos. E eles estão se atacando. De um lado está o vereador Gelsinho Guerreiro, do PSC. Envolvido no escândalo em torno da Operação Pilantropia, no qual sete pessoas foram presas pela Polícia Federal, em 2010, sob a acusação de desvio de mercadorias e equipamentos apreendidos pela Receita Federal, Gelsinho vê, agora, esse obscuro episódio vir à tona. Na ação de corpo a corpo com o eleitorado local, de 130 mil votos, quem mais tem batido na tecla dessa denúncia é o candidato do PDT Farid Abrão. Seus cabos eleitorais espalham pela cidade que Gelsinho, conhecido por sua atuação assistencialista, só faz filantropia, distribuindo pequenos favores à população, porque é personagem da Operação Pilantropia. O processo judicial resultante da operação da PF corre em sigilo de Justiça, mas está em vias de ser julgado.

Irmão do chefão do jogo do bicho no Rio, Anísio Abrão, e ex-prefeito da vizinha Nilópolis por duas vezes Farid Abrão, por sua vez, é uma espécie de dono da Chatuba - o bairro mais populoso da cidade, agora ocupado por 250 PMs e blindados da Marinha, que caçam os assassinos dos rapazes. Os moradores daquela comunidade, cerca de 50 mil pessoas, acreditam haver um pacto entre Farid e os chefetes locais, pelo qual não se permite a realização de campanha eleitoral por ali, a não ser a do próprio Farid. Para responder aos ataques do adversário do PDT, os correligionários de Gelsinho lembram que a administração de Farid em Nilópolis foi marcada por escândalos de desvios de verbas no setor da saúde, com o fechamento do maior hospital do município. Acrescetam que, em suas duas gestões, Farid rebaixou os salários de médicos e professores, levando-os aos valores mais baixos de todo o Estado do Rio. A ponto de o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) recomendar a seus associados que não aceitassem trabalhar em Nilópolis. Além disso, por suas ligações de família com o jogo do bicho, Farid é mostrado pelos cabos eleitorais de Gelsinho como o administrador que irá gerar mais violência na cidade.

Abaixo, notícia de 2010 a respeito da deflagração da Operação Pilantropia da Polícia Federal em torno dos desvios de mercadorias apreendidas pela Receita Federal:

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) ofereceu denúncia à Justiça e obteve a prisão de sete integrantes de uma quadrilha envolvida em desvios de bens apreendidos pela Receita Federal. Presa hoje, 8 de julho, pela Polícia Federal (PF) na Operação Pilantropia, a quadrilha é formada por três servidores federais (um analista e dois agentes administrativos da Receita Federal), dois empresários, um despachante aduaneiro e um comerciante.Um capitão do Exército e um vereador de Mesquita também foram denunciados, mas não tiveram a prisão decretada.

A denúncia foi proposta pela procuradora da República Ana Paula Ribeiro Rodrigues e foi recebida pela 4ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, onde o processo penal passa a tramitar, sob segredo de Justiça (processo nº 2009.51.01.810601-9). Com a ação penal, os presos respondem por formação de quadrilha e peculato (desvio de bens e recursos públicos por servidor), enquanto o militar responde por peculato e o político por receptação. Os integrantes da quadrilha podem ter suas penas aumentadas por terem praticado crime continuado.

"A investigação revelou uma quadrilha voltada para o desvio de bens apreendidos pela Receita Federal destinados a órgãos públicos. Em vez disso, bens que foram apreendidos em razão de irregularidades nas importações, por exemplo, eram reinseridos no mercado, vindo a ser vendidos por lojas e comércio ambulante. Tudo com lucro fácil para os envolvidos e com prejuízos à confiança da administração pública, à ordem tributária, à segurança dos consumidores, entre outros", afirmou a procuradora Ana Paula Ribeiro Rodrigues.

Na denúncia, o MPF descreve o esquema criminoso em cinco etapas: a) levantamento dos bens apreendidos pela Receita Federal e de interesse da quadrilha; b) obtenção de pedidos de doação por órgãos públicos; c) formalização dos pedidos e articulação para sua aprovação; d) retirada das mercadorias dos depósitos da Receita Federal, transporte e armazenamento em depósitos da quadrilha; e) venda a receptadores e divisão do lucro entre os integrantes da quadrilha. O militar e o político denunciados teriam colaborado para o desvio de bens doados ao Exército e ao Município de Mesquita, respectivamente.

Além dos sete mandados de prisão, o MPF obteve na Justiça 15 mandados de busca e apreensão, que a PF cumpriu em endereços residenciais e comerciais no Estado do Rio de Janeiro e em Foz do Iguaçu (PR). A operação resultou na apreensão de documentos, R$ 200 mil em espécie e caminhões com mercadorias. As investigações da Operação Pilantropia incluíram uma grande apreensão de produtos de informática em Nova Iguaçu em agosto passado. Na ocasião, havia comprovantes de que as mercadorias tinham sido doadas à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que no mesmo dia negou ter recebido doações da Receita Federal.

Denunciados pelo MPF – Cândido Casseres dos Santos Junior (analista tributário da Receita Federal), C láudio José dos Santos Puntar e Abdias Silva Neto (agentes administrativos da Receita Federal), Pedro Ribeiro Pacheco e Sandra Regina Ramos da Silva (empresários), Flavio Henrique de Araujo (despachante aduaneiro), José Maria Freitas Monteiro Junior (comerciante), Erivan Paulo da Silva (capitão do Exército) e Rogelson Sanches Fontoura, vulgo Gelsinho Guerreiro (vereador de Mesquita).

OBS.: A matéria do Rio247 misteriosamente sumiu... só é posível acessar via cache.

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:NQeyDTslzpoJ:www.brasil247.com/pt/247/rio247/80326/Mesquita-da-Chatuba-v%C3%AA-guerra-Farid-Gelsinho.htm+&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br


Fonte: Saulo Machado

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