Altiva e indiferente
Ottobre 25, 2016 7:58era só uma garça, muito direita, muito distante, sem querer conversa. de pescoço esticado, parecia mesmo ignorar a possibilidade de arranjar almoço, que lhe passeava debaixo do bico em quase cardume. ou estava de dieta, ou estava já saciada, ou era prima da outra…garça, a de La Fontaine.

Arte como sintoma
Ottobre 25, 2016 7:56Li por ai:
“…a arte funciona quase como um “sintoma” de algo que aconteceu durante o processo de descoberta de uma pessoa que além de tudo também é alguém de grande talento artístico. Lamentamos pela arte, mas é importante que se lamente antes pelas pessoas.”
Sei que fora de contexto parece sem sentido, mas estou interessado aqui na “arte como sintoma” de outras questões. Muitas vezes a arte é uma válvula de escape, uma vasão para expressões que estão contidas dentro de uma mente prestes a explodir. Em muitos casos uma mente agitada pode se expressar com violência, criminalidade, fuga através de drogas ou de outros subterfúgios, ou até religião, mas muitas vezes uma mente que não é capaz de se acalmar encontra a arte, e a arte é um sintoma de problemas que essa mente enfrenta para encontrar seu lugar no mundo.
Quantos não são os artistas que são também loucos…
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A desculpa para tudo
Ottobre 25, 2016 7:55O problema do déficit público é urgente. Os problemas da inflação e do desemprego são urgentes. O problema da corrupção é urgente. A reforma da previdência é urgente. As alterações das regras do ensino médio são urgentes. Michel Temer, literalmente, colocou o país em estado de urgência. O verbo “colocar” é muito diferente do verbo “estar”, que fique bem claro. O verbo “colocar” exige um “responsável”, não é uma mera constatação da realidade, como no verbo “estar”. E se a realidade não constata tal situação do “estar”, existe um motivo para que o tal “responsável” classifique o cenário como urgente, nesse caso: a desculpa perfeita.
Raciocinem comigo, por favor. Qual a estratégia perfeita para colocar em prática um plano altamente questionável e antipopular (derrotado nas últimas eleições)? É simples: basta colocar um bode na sala. Como assim?
Uns dizem que a metáfora do “bode na sala” vem de uma antiga…
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Não precisa ser perfeito
Ottobre 25, 2016 7:52O que aprendi numa exposição de arte contemporânea
Linhas, pontilhados, traços. Nada fazia sentido. Em uma das salas da exposição “Fora da Ordem”, na Pinacoteca de São Paulo, eu me perguntava a razão das pessoas olharem com tanta preocupação aqueles quadros pregados na parede. Elas pareciam entender cada detalhe das obras, como se tivesse ali um código secreto cuja mensagem eu não conseguia captar.
Exposição “Fora da Ordem” na Pinacoteca de SP. Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP
Passava, voltava, dava uma olhada novamente. Me impressionava com a origem do artista. Nossa, essa aqui veio da Espanha. Mas, para mim, nada daquilo parecia ser além de figuras abstratas sem sentido.
Nas imagens, por exemplo, procurava padrões ou elementos reconhecíveis, como um pé, uma mão ou algo que parecesse um coelho numa floresta. Até que eu me dei conta que para entender aquelas obras eu estava usando referências de design gráfico, que…
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