Fonte: Reuters/Agência Brasil
Essa segunda-feira, 24 de setembro, será marcada no Brasil pela conquista do hexa, mas da atleta Marta, seis vezes escolhida melhor jogadora do mundo. O feito é recorde. Nenhum atleta do masculino conseguiu este feito, mesmo após a década de predomínio Messi/Cristiano Ronaldo, em que cada um ficou com o troféu por cinco vezes.
A histórica conquista da jogadora Marta é digna de um livro e/ou filme. Dos campos de baba do interior alagoano, enfrentando preconceitos contra a mulher, o nordestino, o negro, a atleta chegou ao topo quase sem apoio do seu país.
Este fenômeno real veio a demonstrar dois pontos que considero essenciais no entendimento do futebol brasileiro. Nossas conquistas são fruto quase exclusivamente de talentos de dentro do campo e, conforme post anterior, o futebol feminino abriga um conjunto de joias do esporte carentes de um apoio efetivo de autoridades e de empresas.
Fora uma passagem pelo Vasco nas divisões de base e no Santos já consagrada mundialmente, Marta teve pouquíssimos apoios de poder público, empresas e clubes de elite. Nossos “gestores” de futebol não firam nem o rastro do talento que ela veio a desenvolver e exibir no estrangeiro. Pior: sequer contava com um Campeonato Brasileiro organizado, algo que veio a prejudicar também o selecionado canarinho da categoria, que mostra competitividade mas sempre falta um algo mais para chegar aos títulos.
Devemos valorizar a garra e o espírito empreendedor da nossa atleta hexacampeã, destaque em várias competições pela seleção e no futebol europeu e norte-americano.
Mas quero registrar minha frustração pelo imobilismo que continua reinando. O investimento de um time de ponta no futebol feminino brasileiro é de cerca de R$ 3 milhões anuais, equivalente à folha de pessoal mensal de um time mediano no masculino. Dá para fazer mais!!!!
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