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Foto: Reprodução |
O site g1 destacou nesta quarta-feira (23) que o “servidor público da CDHU preso por ataques a ônibus em SP ganha R$ 11 mil, usou carro oficial nas ações e dizia querer ‘salvar o Brasil’”. Edson Campolongo trabalhava há 30 anos na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. Em seu perfil nas redes sociais, o psicopata que estaria por trás de parte dos mais de 800 ataques a ônibus em São Paulo “fazia postagens atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula (PT), além de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)”, descreve a reportagem.
A polícia localizou o criminoso após observar, por meio de imagens de circuitos de segurança, que um carro com a logomarca da CDHU circulou nos locais dos ataques na região do ABC Paulista. A partir dessas imagens, os investigadores “localizaram Campolongo, que trabalha como motorista do chefe de gabinete da empresa. Ele constantemente viajava para eventos do governo de São Paulo no interior, com a presença da alta cúpula do Palácio dos Bandeirantes, inclusive do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos)”.
Na casa de Edson Campolongo, em São Bernardo do Campo, os policiais encontraram estilingues e outros objetos usados nos ataques. “Na delegacia, o motorista confessou que participou de pelo menos 17 apedrejamentos de ônibus na Grande SP e cometeu os atos para protestar contra a situação política do país. Nos últimos dias antes da sua prisão, Campolongo fez diversas postagens com teor político defendendo que o país precisava ‘parar’ ou iria virar ‘comunismo’. Em 6 de julho, por exemplo, ele publicou uma caricatura do presidente norte-americano Donald Trump rindo e tentando ligar os ataques à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)”.
Apesar dos indícios, o secretário-executivo de Segurança Pública de São Paulo, Osvaldo Nico, diz não acreditar em motivação política para o crime. Ele ainda levantou a hipótese de que Edson Campolongo recrutava outros criminosos para apedrejar os ônibus. “Acredito que ele arregimenta outras pessoas para realizar os ataques. Mas ainda estamos no início da investigação”, especulou. Agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) também suspeitam que as ações decorrem da disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte público e admitem haver um “efeito de contaminação” na depredação dos ônibus, envolvendo outros psicopatas.