Por Altamiro Borges
Na semana passada, a Justiça paulista aceitou denúncia feita pelo Ministério Público contra o empresário Celso Henrique de Oliveira Yamashita, acusado de cometer crime de racismo contra a atriz global Taís Araújo. Ele passa agora a ser réu no processo. Em abril de 2022, após a divulgação de um vídeo no qual a atriz criticava o governo genocida de Jair Bolsonaro, o aloprado bolsonarista postou em uma rede social: “É uma infeliz. Maldita Princesa Isabel”.
Como lembra o site UOL, “o comentário foi feito em um grupo de WhatsApp de um condomínio de casas em São José do Rio Preto, no interior paulista. Indignado com a manifestação, um morador enviou uma queixa ao Ministério Público, que requisitou a realização de uma investigação policial. Na denúncia feita à Justiça, a promotora Vanessa Santa Terra disse que o empresário fez uma clara reprovação à Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, “dando a entender que, se a lei não tivesse sido aprovada, a pessoa negra, escravizada por mais de 350 anos no Brasil, não poderia emitir sua opinião”.
Durante o inquérito policial, a defesa do empresário afirmou que a frase foi uma “simples brincadeira” e abusou do cinismo. “Celso Yamashita, dotado de bom humor, ainda que sarcástico, escreveu uma frase totalmente inocente, sem maldade”, afirmou o advogado Mamede Neto. Ele ainda ofendeu o morador que denunciou o empresário, chamando-o de “alguém desocupado”.
Apesar dessas argumentações absurdas, a juíza Maria Letícia Buassi determinou a citação do réu, que terá agora um prazo para apresentar a defesa formal antes do julgamento. Se condenado, o bolsonarista estará sujeito a uma pena de um a três anos de reclusão e ao pagamento de uma multa.
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