Editorial do jornal Brasil de Fato:
O assassinato do jovem de 17 anos Douglas Rodrigues e a reação da comunidade da Vila Medeiros, na zona norte, no começo desta semana, mostram como a violência sustenta a estrutura social do nosso país e a insuficiência dos canais políticos institucionais para enfrentar essas questões.
Um policial mata um jovem trabalhador brasileiro, que estava no 3º ano do Ensino Médio e trabalhava em uma lanchonete. A comunidade se revolta e lança mão de ações de violência para denunciar mais um caso de brutalidade. A resposta dos governos estadual e federal é aumentar as operações de repressão.
Dessa forma, os governos atacam as consequências, deixando intocável a raiz do problema. O processo de desenvolvimento construiu uma São Paulo marcada por uma profunda desigualdade social, desorganização territorial e ausência de serviços públicos para garantir o acesso a direitos básicos (como moradia decente, educação e saúde).
São Paulo é uma panela de pressão, com uma população de 12 milhões de pessoas (na região metropolitana, há mais 20 milhões de pessoas). A cidade reúne as famílias mais ricas do país e uma população que sofre pelas más condições de vida, concentrada especialmente nas periferias.
O sofrimento com o transporte público lotado, pela intensa carga de trabalho, nas filas dos hospitais, com a agonia de encontrar alguém para cuidar dos filhos leva o povo a enfrentar essa situação. O povo tenta enfrentar de diversas formas, mas quando passa do limite determinado por aqueles que se beneficiam por essa ordem social, é reprimido com o uso da força. Por isso, os pobres são para a elite um perigo permanente para a manutenção dessa ordem que sustenta da desigualdade.
A violência não é um fenômeno isolado nem extraordinário, mas parte constituinte do cotidiano da população, que ganha atenção especial da mídia e dos governos apenas quando a população reage. Sempre que os pobres reagiram – muitas vezes de forma violenta – a resposta da classe dominante foi ampliar a repressão. Assim, perpetua-se o ciclo da violência no nosso país.
O sistema político institucional está desmoralizado e não tem capacidade de dar respostas. Assim, as contradições sociais tendem a se intensificar e, enquanto não houver mudanças estruturais, aumentará a violência como instrumento de poder da elite e como forma de resistência das camadas populares.
O assassinato do jovem de 17 anos Douglas Rodrigues e a reação da comunidade da Vila Medeiros, na zona norte, no começo desta semana, mostram como a violência sustenta a estrutura social do nosso país e a insuficiência dos canais políticos institucionais para enfrentar essas questões.
Um policial mata um jovem trabalhador brasileiro, que estava no 3º ano do Ensino Médio e trabalhava em uma lanchonete. A comunidade se revolta e lança mão de ações de violência para denunciar mais um caso de brutalidade. A resposta dos governos estadual e federal é aumentar as operações de repressão.
Dessa forma, os governos atacam as consequências, deixando intocável a raiz do problema. O processo de desenvolvimento construiu uma São Paulo marcada por uma profunda desigualdade social, desorganização territorial e ausência de serviços públicos para garantir o acesso a direitos básicos (como moradia decente, educação e saúde).
São Paulo é uma panela de pressão, com uma população de 12 milhões de pessoas (na região metropolitana, há mais 20 milhões de pessoas). A cidade reúne as famílias mais ricas do país e uma população que sofre pelas más condições de vida, concentrada especialmente nas periferias.
O sofrimento com o transporte público lotado, pela intensa carga de trabalho, nas filas dos hospitais, com a agonia de encontrar alguém para cuidar dos filhos leva o povo a enfrentar essa situação. O povo tenta enfrentar de diversas formas, mas quando passa do limite determinado por aqueles que se beneficiam por essa ordem social, é reprimido com o uso da força. Por isso, os pobres são para a elite um perigo permanente para a manutenção dessa ordem que sustenta da desigualdade.
A violência não é um fenômeno isolado nem extraordinário, mas parte constituinte do cotidiano da população, que ganha atenção especial da mídia e dos governos apenas quando a população reage. Sempre que os pobres reagiram – muitas vezes de forma violenta – a resposta da classe dominante foi ampliar a repressão. Assim, perpetua-se o ciclo da violência no nosso país.
O sistema político institucional está desmoralizado e não tem capacidade de dar respostas. Assim, as contradições sociais tendem a se intensificar e, enquanto não houver mudanças estruturais, aumentará a violência como instrumento de poder da elite e como forma de resistência das camadas populares.
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