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| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Começou neste domingo (1º de junho) a coleta de votos para o plebiscito popular sobre o fim da escala 6x1 com redução da jornada de trabalho e sobre a isenção do Imposto de Renda para os que ganham até R$ 5 mil com a taxação dos super-ricos. A iniciativa das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem o grosso dos movimentos sociais do país, visa conscientizar e mobilizar a sociedade brasileira para esses dois temas decisivos.
A cédula de votação tem apenas duas perguntas: “Você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6x1?”; “Você é a favor de que quem ganha mais de R$ 50 mil mensais pague mais imposto para que quem recebe até R$ 5.000 mensais não pague imposto de renda?”. O projeto de mudança nas regras tributárias foi apresentado pelo governo Lula no início deste ano, mas segue empacado na Câmara Federal, enfrentando feroz resistência dos deputados ligados à ambiciosa cloaca burguesa.
Sair da defensiva e das pautas reativas
O plebiscito ajuda a tirar da defensiva, das pautas reativas, as esquerdas políticas e sociais, e é encarado como prioridade até 7 de setembro – quando se encerra a coleta de votos. Ela será feita em sindicatos, igrejas, escolas, assentamentos e outros espaços da luta popular no país. “O plebiscito popular se consolida como a principal iniciativa dos movimentos populares neste ano”, afirma Igor Felippe Santos, integrante da coordenação da campanha.
Como forma de preparação para a batalha, neste final de semana ocorreu o primeiro curso de formação sobre o tema, que reuniu cerca de 200 militantes na colônia de féria do Sindicato dos Trabalhadores em Energia de São Paulo, na Praia Grande. Durante três dias, os lutadores sociais acompanharam palestras e oficinas sobre o sistema tributário e a história da luta pela redução da jornada de trabalho. Além disso, foi apresentado um plano para a organização do plebiscito e para a montagem de comitês municipais e estaduais de coleta de votos.
A socióloga Rosilene Wansetto, secretária-executiva do Jubileu Sul Brasil, falou sobre a importância dos plebiscitos como forma de organização popular. Lembrou da consulta sobre o ingresso do Brasil na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que coletou 10 milhões de votos em 2002 e foi decisiva para barrar esse tratado neocolonial proposto pelos EUA. Para ela, o plebiscito neste ano fortalece e impulsiona a mobilização social no Brasil. “Precisamos dialogar, ir ao encontro do povo. O mais importante é estar junto das pessoas, nas ruas. O plebiscito é sinônimo de mobilização, organização e educação popular”.
