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Foto: Reprodução |
Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24), o general Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no covil fascista de Jair Bolsonaro, finalmente admitiu ter elaborado o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. No maior cinismo, o milico terrorista ainda tentou justiçar o documento macabro:
“Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar. Não foi apresentado a ninguém e nem compartilhado com ninguém”, afirmou. Ele também confirmou que imprimiu o documento, mas alegou que a impressão foi apenas em função de um problema de visão – “para não forçar a vista”.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o general imprimiu três cópias do plano de assassinato no próprio Palácio do Planalto. Quarenta minutos depois, ele visitou o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, onde se encontravam Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-faz-tudo. Ainda segundo as investigações, o ex-presidente teve “pleno conhecimento” da orquestração para os assassinatos.
Envenenamento e arsenal de guerra
Mario Fernandes, que está preso, foi interrogado na última parte da fase de instrução no processo contra o chamado “núcleo dois” da organização criminosa que planejou um golpe de Estado. Segundo a delação de Mauro Cid, ele era um dos generais que mais incentivava a atuação das Forças Armadas para impedir a posse do presidente Lula. O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi descoberto pela PF em novembro de 2024. Segundo as investigações, ele foi elaborado por um grupo formado por militares das Forças Especiais (FE) do Exército, os chamados “kids pretos”.
Os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin, Alexandre de Moraes e de um quarto alvo – há indícios de que seria o ex-ministro José Dirceu – foram planejados para ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do presidente no Tribunal Superior Eleitoral. O plano previa o envenenamento dos quatro. Também estava prevista a utilização de um arsenal de guerra, com pistolas, fuzis, metralhadora e um lança-granadas. E tudo estava digitalizado e com cópias, “para não forçar a vista”.