Editorial do jornal Brasil de Fato:
Os partidos políticos no Brasil, ao longo da história republicana, como regra nunca representaram os interesses de uma classe social em específico, e muito menos tinham como objetivo um programa de mudanças socioeconômicas para a sociedade brasileira. Sua natureza sempre foi de disputar cargos para ascender ao controle do Estado, e assim se locupletarem com recursos públicos para interesses específicos de grupos e frações de classe. E o Estado, com sua natureza burguesa, sempre funcionou na lógica de reprodução dos interesses das classes proprietárias, os capitalistas.
A exceção à esquerda foram os partidos comunistas, que procuravam representar os interesses dos trabalhadores e defendiam programas de mudanças. Na década de 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado com esse propósito e depois outros agrupamentos políticos menores, da esquerda.
Na direita, também tivemos exceções de partidos com a clara identidade de classe, como é o caso da União Democrática Nacional (UDN), a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), durante a ditadura militar, e agora o Democratas (DEM).
Agora, nas últimas semanas, assistimos a um verdadeiro festival de troca-troca de siglas, de novos partidos, que culminou com a não legalização do partido da Rede e a filiação da ex-ministra Marina Silva ao Partido socialista Brasileiro (PSB) e sua provável candidatura como vice na chapa de Eduardo Campos.
Na coalizão partidária que governa o país, também vemos cenas frequentes de oportunismo. A saída do PSB do governo e a ida da senadora ruralista Kátia Abreu para o PMDB e assim mais próxima do Palácio do Planalto. Um ministro petista fazendo acordo com a Globo para beneficiar candidatura familiar ao governo estadual. E, nos estados, as articulações para as disputas de cargos ao governo têm sido ainda mais grotescas, com parcerias de todo tipo à direita e à esquerda.
Já os tucanos – desanimados com a falta de perspectiva de vitória – ficam entre priorizar o Congresso Nacional, São Paulo e Minas Gerais, deixar o Planalto para 2018 e a volta da candidatura Serra, apresentada publicamente pelo senador Aloysio Nunes.
Tudo um jogo eleitoral, apenas voltado para as eleições de 2014. E se depender dos políticos não se fala mais em reforma política e muito menos em Constituinte, Plebiscito, como havia sido proposto até pela presidenta Dilma.
O povo brasileiro ausente da disputa político-partidária assiste no sofá, pela televisão, à dança das cadeiras, à falta de coerência e à falta de propostas concretas de mudanças.
Assim, nas regras do jogo eleitoral institucional, o quadro parece cada vez mais insólito e instável com as alianças esdrúxulas e os prognósticos cada vez mais dependentes da arte dos marqueteiros em iludir o povo.
Na realidade concreta, a proposta de um governo de composição de classes que sustentasse um modelo neodesenvolvimentista esgotou-se como forma de resolver os problemas do povo.
As ruas demonstraram claramente que há problemas reais enfrentados pelo povo, como a falta de moradia, falta de terra, falta de vagas nas universidades, uma educação cara, excludente e de péssima qualidade quando é pública, e um transporte público caótico. Esse quadro exige mudança real.
As mobilizações de rua pediram mudanças, que a presidenta prometeu ouvir. Mas nos cenários das alianças e candidaturas propostas ainda não se vê programas verdadeiros e compromissos reais de mudanças estruturais.
Os movimentos sociais e as forças populares em geral, mais do que nunca devem colocar suas energias para seguir organizando e mobilizando o povo.
Na atual conjuntura, somente as ruas podem de fato colocar na agenda as mudanças estruturais que o país necessita e gerar uma nova aliança de forças que tenham capacidade de propor as reformas.
Os partidos políticos no Brasil, ao longo da história republicana, como regra nunca representaram os interesses de uma classe social em específico, e muito menos tinham como objetivo um programa de mudanças socioeconômicas para a sociedade brasileira. Sua natureza sempre foi de disputar cargos para ascender ao controle do Estado, e assim se locupletarem com recursos públicos para interesses específicos de grupos e frações de classe. E o Estado, com sua natureza burguesa, sempre funcionou na lógica de reprodução dos interesses das classes proprietárias, os capitalistas.
A exceção à esquerda foram os partidos comunistas, que procuravam representar os interesses dos trabalhadores e defendiam programas de mudanças. Na década de 1980, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi fundado com esse propósito e depois outros agrupamentos políticos menores, da esquerda.
Na direita, também tivemos exceções de partidos com a clara identidade de classe, como é o caso da União Democrática Nacional (UDN), a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), durante a ditadura militar, e agora o Democratas (DEM).
Agora, nas últimas semanas, assistimos a um verdadeiro festival de troca-troca de siglas, de novos partidos, que culminou com a não legalização do partido da Rede e a filiação da ex-ministra Marina Silva ao Partido socialista Brasileiro (PSB) e sua provável candidatura como vice na chapa de Eduardo Campos.
Na coalizão partidária que governa o país, também vemos cenas frequentes de oportunismo. A saída do PSB do governo e a ida da senadora ruralista Kátia Abreu para o PMDB e assim mais próxima do Palácio do Planalto. Um ministro petista fazendo acordo com a Globo para beneficiar candidatura familiar ao governo estadual. E, nos estados, as articulações para as disputas de cargos ao governo têm sido ainda mais grotescas, com parcerias de todo tipo à direita e à esquerda.
Já os tucanos – desanimados com a falta de perspectiva de vitória – ficam entre priorizar o Congresso Nacional, São Paulo e Minas Gerais, deixar o Planalto para 2018 e a volta da candidatura Serra, apresentada publicamente pelo senador Aloysio Nunes.
Tudo um jogo eleitoral, apenas voltado para as eleições de 2014. E se depender dos políticos não se fala mais em reforma política e muito menos em Constituinte, Plebiscito, como havia sido proposto até pela presidenta Dilma.
O povo brasileiro ausente da disputa político-partidária assiste no sofá, pela televisão, à dança das cadeiras, à falta de coerência e à falta de propostas concretas de mudanças.
Assim, nas regras do jogo eleitoral institucional, o quadro parece cada vez mais insólito e instável com as alianças esdrúxulas e os prognósticos cada vez mais dependentes da arte dos marqueteiros em iludir o povo.
Na realidade concreta, a proposta de um governo de composição de classes que sustentasse um modelo neodesenvolvimentista esgotou-se como forma de resolver os problemas do povo.
As ruas demonstraram claramente que há problemas reais enfrentados pelo povo, como a falta de moradia, falta de terra, falta de vagas nas universidades, uma educação cara, excludente e de péssima qualidade quando é pública, e um transporte público caótico. Esse quadro exige mudança real.
As mobilizações de rua pediram mudanças, que a presidenta prometeu ouvir. Mas nos cenários das alianças e candidaturas propostas ainda não se vê programas verdadeiros e compromissos reais de mudanças estruturais.
Os movimentos sociais e as forças populares em geral, mais do que nunca devem colocar suas energias para seguir organizando e mobilizando o povo.
Na atual conjuntura, somente as ruas podem de fato colocar na agenda as mudanças estruturais que o país necessita e gerar uma nova aliança de forças que tenham capacidade de propor as reformas.
Assim, quem sabe, conseguiremos fazer as reformas – política, tributária, agrária, educacional para universalizar o acesso à educação e reforma urbana, para enfrentar os graves problemas de moradia e transporte público, gratuito e de qualidade nas grandes cidades brasileiras.
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