Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O ex-presidente Lula postou ontem à noite, em seu Facebook, um apelo para que seus apoiadores usem “essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e questionamentos”.
Tem toda a razão, porque este é hoje, já não tenho qualquer dúvida, o grande fórum de reunião, debate, identidade e mobilização social.
Mas creio que falta algo no apelo de Lula.
O chamado à polêmica.
Não à polêmica do fanatismo, do xingamento, dos clichês e das expressões ocas e pedantes, de um lado, ou do simplismo, de outro.
Mas a polêmica que se pode travar quando se tem uma visão de mundo, uma – que linda palavra, que tornaram maldita – ideologia.
Ideologia não é um “ismo” que explica tudo, é uma bússola que nos ajuda a manter o rumo quando navegamos em alto mar, sujeitos a miragens e nevoeiros.
O debate, sem ela, empobrece, emburrece e perde o rumo.
Tiramos os olhos do horizonte e pedalamos nossas vidas olhando para o chão.
Pior, dizemos que assim somos melhores, porque estamos “focados”.
Ser focado é importante, mas somente isso nos faz cegos como os “focados” burricos da carroça, com os antolhos que lhes põe.
Talvez seja essa, entre todas as áreas, aquela em que os governos Lula e Dilma menos avançaram.
Ao contrário: a capacidade das forças de esquerda de polemizar, de apontar, de fazer este país descobrir, compreender e proclamar que tem um destino próprio e que é isso, basica e essencialmente isso, aquilo que não querem que vejamos.
Este Tijolaço nasceu desta percepção, o melhor dos ensinamentos que o velho Brizola me deixou. Jamais negligenciar a polêmica, porque ela é a única arma da transformação.
Não é fácil, eu sei, conciliar as responsabilidades de governo – e até o ambiente isolado e doentio que se forma depois de longas permanências na rotina da máquina pública, com suas rotinas, regras e inevitáveis fisiologismos e disputas de poder – com os desafios de uma visão política abrangente, capaz de situar o que somos dentro do onde vivemos.
O líder político que o consegue é destes raros que consegue ser um estadista, encarnando um sonho coletivo.
Isso é maior que ele próprio, sublima seus defeitos e mesquinhez, que os tem como qualquer ser humano.
Mas se o povo, da planície, o sente líder, ainda assim é preciso construir camadas cada vez maiores de gente que seja capaz de entender e partilhar essa visão de horizonte, este senso de direção de nossa caminhada.
Lula fez uma longa caminhada até compreendê-lo, desde os tempos em que, como ele próprio diz, repelia a política e os partidos.
Mesmo depois, quando se apresentava como o “novo”, tantas vezes deixou de lado a longa história de lutas que marca a formação de uma nação, esta soma de terras e gentes que é dada a poucos povos do mundo.
Isso, antes de uma crítica, é um aplauso, porque é o processo social nos fazendo melhores e maiores.
Hoje, Lula alcançou a maturidade de seu papel. É preciso, porém, encontrar as formas de desempenha-lo.
Há um país disposto a ouvi-lo com atenção.
Para isso, porém, é preciso que ele fale.
Reproduzo, abaixo, a mensagem de Lula.
*****
Companheiro/a,
Quero chamar sua atenção sobre a importância das mídias sociais. Todos sabemos que a internet está sendo cada vez mais utilizada pelas pessoas para conversar sobre política e se informar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Nós temos que estar presentes também nesse espaço, explicando nosso projeto, mostrando os resultados concretos que alcançamos e ouvindo o que as pessoas têm a dizer.
Não existe tema em que não tenhamos grandes avanços para mostrar.
É nosso papel mostrar dados que não aparecem em outros lugares. Quem se informa e debate política pela internet precisa saber das histórias dos mais de um milhão de jovens filhos da classe trabalhadora que chegaram à universidade pelo Prouni; das 14 milhões de famílias pobres que antes eram abandonadas, e hoje podem ter uma vida mais digna graças ao Bolsa Família; ou de alguém que conseguiu um dos mais de 20 milhões de empregos gerados no Brasil nesses últimos 10 anos.
Não devemos ficar apenas reclamando que não temos espaço em outras mídias. Vamos utilizar essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e questionamentos. Esse debate é essencial para consolidarmos ainda mais a trajetória de crescimento, democracia e diminuição de desigualdades que nosso país vem percorrendo.
Acompanhe, curta e participe das páginas do PT nas redes sociais e se informe. Crie os seus canais de comunicação, escreva, grave vídeos e debata nas redes sociais. E lembre sempre de checar as informações antes de divulgá-las. Não vamos colaborar com a criação de uma série de informações e acusações falsas que têm surgido na rede.
Junte seus amigos, sua família, seus companheiros de partido e participe discutindo nas redes, nos espaços partidários e nas ruas. Quanto mais gente participar, quanto mais a política for debatida,mais consolidada estará a nossa democracia e mais nosso país avançará em direção a uma sociedade mais justa para todos.
Participe deste debate e vamos continuar transformando o Brasil!
O ex-presidente Lula postou ontem à noite, em seu Facebook, um apelo para que seus apoiadores usem “essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e questionamentos”.
Tem toda a razão, porque este é hoje, já não tenho qualquer dúvida, o grande fórum de reunião, debate, identidade e mobilização social.
Mas creio que falta algo no apelo de Lula.
O chamado à polêmica.
Não à polêmica do fanatismo, do xingamento, dos clichês e das expressões ocas e pedantes, de um lado, ou do simplismo, de outro.
Mas a polêmica que se pode travar quando se tem uma visão de mundo, uma – que linda palavra, que tornaram maldita – ideologia.
Ideologia não é um “ismo” que explica tudo, é uma bússola que nos ajuda a manter o rumo quando navegamos em alto mar, sujeitos a miragens e nevoeiros.
O debate, sem ela, empobrece, emburrece e perde o rumo.
Tiramos os olhos do horizonte e pedalamos nossas vidas olhando para o chão.
Pior, dizemos que assim somos melhores, porque estamos “focados”.
Ser focado é importante, mas somente isso nos faz cegos como os “focados” burricos da carroça, com os antolhos que lhes põe.
Talvez seja essa, entre todas as áreas, aquela em que os governos Lula e Dilma menos avançaram.
Ao contrário: a capacidade das forças de esquerda de polemizar, de apontar, de fazer este país descobrir, compreender e proclamar que tem um destino próprio e que é isso, basica e essencialmente isso, aquilo que não querem que vejamos.
Este Tijolaço nasceu desta percepção, o melhor dos ensinamentos que o velho Brizola me deixou. Jamais negligenciar a polêmica, porque ela é a única arma da transformação.
Não é fácil, eu sei, conciliar as responsabilidades de governo – e até o ambiente isolado e doentio que se forma depois de longas permanências na rotina da máquina pública, com suas rotinas, regras e inevitáveis fisiologismos e disputas de poder – com os desafios de uma visão política abrangente, capaz de situar o que somos dentro do onde vivemos.
O líder político que o consegue é destes raros que consegue ser um estadista, encarnando um sonho coletivo.
Isso é maior que ele próprio, sublima seus defeitos e mesquinhez, que os tem como qualquer ser humano.
Mas se o povo, da planície, o sente líder, ainda assim é preciso construir camadas cada vez maiores de gente que seja capaz de entender e partilhar essa visão de horizonte, este senso de direção de nossa caminhada.
Lula fez uma longa caminhada até compreendê-lo, desde os tempos em que, como ele próprio diz, repelia a política e os partidos.
Mesmo depois, quando se apresentava como o “novo”, tantas vezes deixou de lado a longa história de lutas que marca a formação de uma nação, esta soma de terras e gentes que é dada a poucos povos do mundo.
Isso, antes de uma crítica, é um aplauso, porque é o processo social nos fazendo melhores e maiores.
Hoje, Lula alcançou a maturidade de seu papel. É preciso, porém, encontrar as formas de desempenha-lo.
Há um país disposto a ouvi-lo com atenção.
Para isso, porém, é preciso que ele fale.
Reproduzo, abaixo, a mensagem de Lula.
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Companheiro/a,
Quero chamar sua atenção sobre a importância das mídias sociais. Todos sabemos que a internet está sendo cada vez mais utilizada pelas pessoas para conversar sobre política e se informar sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Nós temos que estar presentes também nesse espaço, explicando nosso projeto, mostrando os resultados concretos que alcançamos e ouvindo o que as pessoas têm a dizer.
Não existe tema em que não tenhamos grandes avanços para mostrar.
É nosso papel mostrar dados que não aparecem em outros lugares. Quem se informa e debate política pela internet precisa saber das histórias dos mais de um milhão de jovens filhos da classe trabalhadora que chegaram à universidade pelo Prouni; das 14 milhões de famílias pobres que antes eram abandonadas, e hoje podem ter uma vida mais digna graças ao Bolsa Família; ou de alguém que conseguiu um dos mais de 20 milhões de empregos gerados no Brasil nesses últimos 10 anos.
Não devemos ficar apenas reclamando que não temos espaço em outras mídias. Vamos utilizar essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto, mostrar o que já fizemos e, claro, ouvir críticas, sugestões e questionamentos. Esse debate é essencial para consolidarmos ainda mais a trajetória de crescimento, democracia e diminuição de desigualdades que nosso país vem percorrendo.
Acompanhe, curta e participe das páginas do PT nas redes sociais e se informe. Crie os seus canais de comunicação, escreva, grave vídeos e debata nas redes sociais. E lembre sempre de checar as informações antes de divulgá-las. Não vamos colaborar com a criação de uma série de informações e acusações falsas que têm surgido na rede.
Junte seus amigos, sua família, seus companheiros de partido e participe discutindo nas redes, nos espaços partidários e nas ruas. Quanto mais gente participar, quanto mais a política for debatida,mais consolidada estará a nossa democracia e mais nosso país avançará em direção a uma sociedade mais justa para todos.
Participe deste debate e vamos continuar transformando o Brasil!
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