FHC usou verbas públicas para arrecadar dinheiro para seu instituto
November 10, 2015 18:19Ainda Presidente, FHC usou Palácio, cargo e verbas públicas para constranger empresários a doarem para seu Instituto
Novembro de 2002. No Palácio Alvorada, residência oficial do Presidente da República, o ainda presidente Fernando Henrique Cardoso aguarda seus convidados. Lula já foi eleito novo Presidente da República, e daqui a pouco menos de dois meses tomará posse. FHC é, a essa altura, o chamado pato manco, expressão criada pelos estadunidenses para designar aquele presidente que já não tem mais poder e aguarda apenas o momento em que será substituído pelo sucessor.
No entanto, FHC ainda espera raspar o tacho, enquanto ainda lhe resta algum poder. Para isso chamou ao Palácio um grupo de empresários, selecionados entre os mais poderosos do país. Para eles mandou preparar um sofisticado jantar (veja imagem), com vinhos importados. Tudo com dinheiro meu, seu, nosso, do povo brasileiro, que paga as despesas do presidente. Ainda que o objetivo do jantar não tenha nada a ver com a melhoria ou interesses do Brasil, e sim com o de conseguir verba para o Instituto com seu nome que Fernando Henrique Cardoso queria montar (e montou) após deixar o governo.
Foi um sucesso. FHC conseguiu dos empresários R$ 7 milhões para seu Instituto. Mas, fica a pergunta: Por que FHC não esperou mais dois meses e fez o mesmo convite aos empresários, mas para recebê-los em sua residência, já fora da Presidência, bancando o jantar do próprio bolso? Não foi um abuso, falta de ética, usar o cargo (uma coisa é o pedido de um presidente; outra, o de um ex), o Palácio e dinheiro público para alcançar objetivos de interesse apenas de sua vaidade pessoal?
É este FHC, o Hipócrita Mór, que quer dar lições de ética ao Brasil e aos brasileiros.
A reportagem completa sobre a raspa de tacho de FHC na presidência pode ser lida aqui.
Acorda Ministério Público - por Marta Marra
November 10, 2015 15:00Esta noite eu perdi o sono ao ler a notícia que o MPDFT vai exigir que os pontos dos Professores grevistas sejam cortados. Aí, eu senti uma vontade louca de dizer: "Muito prazer em conhecer você!!!
*por Marta Marra
Esperei durante toda a minha vida que você " Ministério Público " viesse a meu encontro... Eu nasci aqui e vi inúmeras atrocidades acontecerem e você? O que fez? Eu respondo, você não fez NADA!!!!
Agora eu cruzei os braços sim, mas você acha que eu gostei disto? Não, eu não gostei!!! Não gostei de parar os meus projetos, não gostei de guardar a revisão do ENEM que tinha elaborado para os meus alunos!!!! Não fui às ruas pedir aumento de salário, sai às ruas para que a minha dignidade fosse devolvida mas, você não obrigou o governo a devolver o meu dinheiro!!!
Sim, devolver porque eu lutei por ele. Você deveria ter obrigado o Rollemberg a me pagar o aumento que ele mesmo, enquanto senador, subiu no carro de som e me ajudou a conquistar!!! Que ironia!!!!
Parabéns Ministério Público, parabéns por nunca na minha vida ter me ajudado, parabéns porque todas as vezes que precisei de você os seus braços estavam cruzados assim como os meus agora...
Vi grileiros venderem o patrimônio público e enriquecerem, vi idosos sendo abandonados por suas famílias e morrerem à míngua, vi crianças sendo abusadas de forma covarde, vi mulheres sendo mortas por serem o " sexo frágil ", vi jovens negros sendo presos e apanharem só porque eram negros, vi polícia corrupta sendo subornada, vi governantes comprarem fazendas às custas do dinheiro do contribuinte, vi famílias passando fome enquanto banquetes eram servidos para os que " governam" este país. E, como professora, meu Deus!!!!
Como eu quis a sua ajuda. Era você e não eu que deveria entrar na frente daquele meu aluno e dizer para o bandido armado que ele não ia "acertar as contas".
Era você que deveria me proteger do constrangimento de preparar uma aula de conjugação verbal sobre o AMOR e ouvir de um aluno de 1,90 que ele queria era GOZAR, literalmente.
Era você que deveria ter visitado e vistoriado as escolas em que trabalhei, você é que deveria ter abraçado as minhas alunas que foram abusadas pelos seus vizinhos, irmãos, pais...
Você deveria ter dito aos meus alunos homossexuais que eles tinham valor...
Era você que deveria fazer vaquinhas, rifas, bazares para comprar tênis para os alunos carentes, para pintar a escola, para comprar parquinho de escola " pública".
Você deveria ter dito a todos os alunos negros, pobres, gordos e também àqueles que se sentiam feios que eles eram igualmente lindos e importantes...
Poderia passar o resto da minha vida escrevendo coisas que você deveria ter feito e não fez... Agora você vem de encontro a mim dizer que não devo receber os dias parados?
Não deveria mesmo receber e, nem tampouco, repor os dias parados porque o DETRAN não volta nos dias parados para multar os infratores, os policiais quando paralisam suas atividades não voltam ao tempo para impedir as pessoas de serem roubadas ou mortas, mas, eu preciso perder as minhas férias para repor os dias parados...
Pode continuar fingindo que não vê tudo que está acontecendo, continua aí ignorando o fato de que policiais estão batendo em professores de forma covarde, continua aí vendo o governador roubar o meu dinheiro, continua aí vendo jornalistas comprados fazendo propaganda para colocar a população contra os professores, continua aí de braços cruzados assim como eu estou... Porque eu vou voltar e continuar a minha caminhada fazendo o meu trabalho da melhor forma possível e fazendo o seu também.
Acorda Ministério Público, ainda dá tempo de punir os verdadeiros culpados, de prender os verdadeiros ladrões, de ajudar o pobre que está morrendo nas filas dos hospitais, de fazer com que quem roubou devolva! Ainda há tempo de ressarcir o valor devido, não a mim, mas à sociedade!!!!
Acorda MPDFT!!!! Ainda há tempo!!!!
*Marta Marra é professora da Secretaria de Estado de Educação do DF
PSD X PSB: bate-boca no Buriti
November 10, 2015 14:40Após o PSB divulgar nota sugerindo que a ordem do BOPE agredir os professores partiu do vice-governador, o PSD reage e divulga nota desmentindo.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
E o barraco está formado no Buriti. O Partido Socialista Brasileiro, PSB, do governador Rodrigo Rollemberg, publicou uma nota na semana passada, onde insinuava que a ordem para que o BOPE fizesse aquela intervenção desastrosa no protesto dos professores no Eixão Sul, partiu do vice-governador Renato Santana, do Partido Social Democrático, PSD. A direção do partido de Renato Santana não deixou barato, respondeu ao PSB botando o dedo na ferida. Na nota, que é assinada pelo presidente da legenda no DF, o deputado federal Rogério Rosso, o partido afirma que "o PSD-DF não admite a tentativa sórdida de se macular a história da nossa liderança como “estratégia” de uma política rasteira combatida por nós e rechaçada também e especialmente pela população da Capital da República.".
O partido do Governador Rollemberg está se destacando pelas lambanças que vem fazendo no DF. A principal delas é a falta de competência em administrar a capital do país, depois foi a declaração do presidente do Sindicato dos Médicos do DF, SindMédico-DF, Dr. Gutemberg Fialho, que é do PSB, de que os profissionais da saúde vão travar o sistema por quatro anos e boicotar o governo, por causa do não pagamento do reajuste salarial que a categoria tem direito. Agora o partido vem com essa nota querendo responsabilizar o vice-governador de ordenar a PM descer o porrete nos professores.
É muita incompetência! O que diria Miguel Arraes se estivesse entre nós?
Confira a nota do PSD:
"O Partido Social Democrático no Distrito Federal (PSD-DF) vem a público, respeitosamente, manifestar a sua consternação com insinuações levianas feitas pelo PSB-DF a respeito do recente e lamentável episódio envolvendo as forças policiais e os professores no DF.
O Vice-Governador e Secretário-geral do PSD-DF Renato Santana tem 21 anos de serviços prestados como servidor público concursado do Governo do Distrito Federal e o PSD-DF não admite a tentativa sórdida de se macular a história da nossa liderança como “estratégia” de uma política rasteira combatida por nós e rechaçada também e especialmente pela população da Capital da República.
As palavras de ordem do PSD são a verdade e o diálogo, em qualquer hipótese, e não será diferente seja qual for o episódio. Não é hora de se travar disputas políticas ou disparar críticas sem fundamento a aliados para falsear a realidade, mas, sim, da união de todos os agentes públicos e políticos em prol de um novo tempo para a cidade que amamos e para todos os brasilienses.
O PSD-DF tem discordâncias naturais ao conteúdo programático socialista preconizado pelo respeitoso PSB-DF, mas entende que uma boa gestão governamental se dá através da ampla discussão de projetos, ações, experiências, resultados e integração.
A prioridade do PSD-DF é contribuir para que o Governo do Distrito Federal supere o mais rápido possível a grave situação financeira que enfrenta, fruto da equivocada e temerária gestão passada. Essa contribuição está calçada no respeito às instituições e na luta pela valorização constante dos servidores públicos, civis e militares, força motriz da nossa Administração Pública e da nossa economia.
O PSD-DF se orgulha de ter em seus quadros o Vice-Governador Renato Santana, que mostra a cada dia para a população um estilo dinâmico próprio de trabalho por meio do diálogo com a comunidade e a interação com os órgãos do governo, apontando soluções imediatas e exemplares para os problemas encontrados dia a dia nas ruas do DF.
O Partido segue ao lado do governador Rodrigo Rollemberg e de todos os partidos de sustentação ao Governo do Distrito Federal por entender que apenas com união e muito trabalho, pautado no trinômio legalidade-eficiência-transparência, é que teremos êxito na missão de oferecer para a toda população serviços públicos de qualidade e retomar o desenvolvimento econômico e social do DF e seu Entorno.
ROGÉRIO ROSSO
PRESIDENTE REGIONAL"
Empresa da Vale cuida da cena do crime, exclui imprensa e povo
November 10, 2015 12:11Empresa da Vale cuida da cena do crime, exclui imprensa e povo, por Laura Capriglione
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Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres |
do Jornalistas Livres
TSUNAMI DE LAMA
Drama invisível
Acusada de responsável pela tragédia, empresa da Vale cuida da cena do crime, exclui imprensa e deixa o povo de fora. Tá certo isso?
Por Laura Capriglione, especial para os Jornalistas Livres, com fotos de Gustavo Ferreira, em Mariana (MG)
Arrancados de suas casas pelo tsunami gerado pelo rompimento das barragens Fundão e Santarém, repletas de lama tóxica, os moradores de Bento Rodrigues, arraial rural a 35 km do centro de Mariana, sofrem com outro tsunami: o de dúvidas, de mentiras e de dissimulação.
As barragens sinistradas pertencem à mineradora Samarco, fundada em 1977, controlada pela toda-poderosa Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Décima maior exportadora do país, a empresa faturou R$ 7,6 bilhões em 2014 e apresentou um lucro líquido de R$ 2,8 bilhões. Apesar dessa contabilidade vistosa e de dizer em seu site na internet que preza pela vida “acima de quaisquer resultados e bens materiais”, os moradores de Bento Rodrigues reclamam que não havia nem mesmo uma simples sirene instalada e funcionando para alertar o lugarejo da ruptura das barragens. Poderia ter salvo vidas.
Agora, no rescaldo da tragédia, os habitantes de Bento Rodrigues suspeitam que a empresa esteja priorizando o salvamento de sua imagem institucional em detrimento das vidas humanas e dos animais, atropelados pelo avanço medonho da lama.
“Por que é que estão nos impedindo de entrar em Bento Rodrigues? A gente poderia ajudar na localização e no resgate dos desaparecidos e dos animais, porque conhecemos como ninguém a região, sabemos lidar com o mato. O que é que eles estão querendo esconder?”, perguntava um grupo de moradores indignados com o fato de serem mantidos à força longe de seu bairro.
“Por que não permitem que pelo menos alguns de nós entrem, para ver o que está acontecendo?”
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Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres |
Neste sábado, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), confirmou que 28 pessoas encontram-se “desaparecidas” após o rompimento das barragens. Dessas, 13 são funcionários da Samarco e trabalhadores de prestadoras de serviço. Outros 15 desaparecidos são moradores de Bento Rodrigues, dos quais cinco são crianças.
O prefeito também reconheceu oficialmente uma segunda morte na tragédia. O corpo de um homem, ainda não identificado, foi encontrado no município de Rio Doce, a 100 km de Mariana, à beira de um rio, na lama. A primeira vítima reconhecida oficialmente foi um morador de Bento Rodrigues, que sofreu uma parada cardíaca ao ver o desastre.
Todas as vias de acesso ao subdistrito de Bento Rodrigues encontram-se fechadas. Só entra e sai quem tem carta de autorização. Dezenas de soldados da PM mineira guardam a estrada principal. A estradinha alternativa está intransitável, cenário caótico de argila, rochas, tocos de árvores e restos de vegetação espalhados. Ninguém passa por lá.
“A Samarco é acusada de um crime ambiental seríssimo, que pode ter causado dezenas de mortes, e é ela que ainda tem moral para cuidar da cena do crime? Que loucura é essa?”, reclama uma ativista ligada ao Movimento dos Atingidos por Barragens, quando um caminhão com gerador e luzes da Samarco ultrapassa tranquilamente a barreira policial que veda o ingresso dos moradores. (detalhe: na porta do caminhão, o logotipo da Samarco está tampado por um papel colado). Também camionetes e funcionários a serviço da empresa e devidamente autorizados por ela têm livre acesso ao local.
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Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres |
A Samarco emitiu uma nota oficial aos investidores internacionais apresentando suas supostas razões para proibir o acesso ao terreno sinistrado:
“Por razões de segurança, a Samarco reafirma a importância de não haver deslocamentos de pessoas no local do incidente, exceto das pessoas e equipes envolvidas no atendimento de emergência.”
Apenas a título de memória e, é claro, considerando a diferença de escala, durante as operações de busca e salvamento que se sucederam ao tsunami que varreu a Tailândia, em 2005, o trabalho corajoso e sem tréguas de centenas de voluntários, inclusive fazendo o resgate de corpos humanos e de animais e, foi imprescindível para que a desgraça não fosse ainda pior. Não se alegaram questões de segurança para impedir o trabalho da solidariedade.
“Como é possível que as vítimas sejam mantidas afastadas e o acusado entre e saia à vontade?”, pergunta Ângela, de 57 anos, que nasceu em Bento Rodrigues e agora vive em Catas Altas, vizinho, apontando para lugar nenhum, no vale entupido de lama. “Ali era a casa dos meus pais.” Só ela sabe onde.
Mas o que perturba mesmo os sobreviventes e faz aumentar a tensão na entrada de Bento Rodrigues é a movimentação de helicópteros da polícia, subindo e descendo da “zona quente”, como denominam os bombeiros a área central e mais perigosa da catástrofe.
Sem informações, proibidos de ver o que acontece no arraial, os moradores suspeitam que cadáveres humanos estejam sendo recolhidos do local e levados nas aeronaves para local ignorado. Duas testemunhas em Santa Rita Durão, localidade de Mariana que é passagem obrigatória para quem quer chegar a Bento Rodrigues, dizem ter visto viaturas do Instituto Médico Legal passando diante da delegacia em direção ao bairro sinistrado.
“Foram fazer o quê? A Defesa Civil não diz que um dos mortos oficiais foi encontrado longe e o outro já foi retirado no primeiro dia? Então, por que os carros funerários?”, indaga-se Maria do Rosário, funcionária em um comércio de alimentos.
Bombeiros civis, convocados para ajudar a impedir o acesso dos moradores ao arraial, confirmam a existência de muitos animais ainda vivos no local… Mas já registram a presença pesada da morte, que se anuncia pelo cheiro adocicado e repulsivo da carne em putrefação.
Eles saem extenuados do local, depois de ajudar a deter uma moradora que, embrenhada no mato, tentava romper o cerco policial para achar a avó, desaparecida desde a quinta-feira. Segundo os bombeiros, a moça estava com o rosto e braços lanhados pela vegetação fechada, e com lama quase até o pescoço, tentando chegar à casa da parente. Ela resistiu fortemente aos que tentavam impedi-la de fazer sua busca. “Mas conseguimos retirá-la”, disse Paulo César, bombeiro civil de Nova Lima. A reportagem perguntou a ele: “E a avó dela?” O socorrista respondeu: “Infelizmente, está morta. Não tem como. Ali, é só desolação.”
Mas a gente de Bento Rodrigues acha um crime deixar morrer no desespero do atolamento bois, vacas, cachorros, cavalos e galinhas –até passarinhos em gaiolas — que ainda sobrevivem no atoleiro.
E eles existem.
O passar monótono do tempo, sob sol forte e calor de 42ºC, sobe e desce de helicópteros, caminhões e camionetes entrando e saindo, nenhuma notícia, só é interrompido quando se ouve o grito: “Imprensa! Vem correndo! Aqui!”
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Foto: Gustavo Ferreira / Jornalistas Livres |
Descendo uma pirambeira, logo se vê um grupo de moradores trazendo machucada, mas viva, uma cadela grandalhona, pelo marrom, vira-lata, deitada em um catre feito com dois paus e um lençol marrom que já foi branco. “Ela estava enfiada metade do corpo na lama”. Os homens que a carregavam conheciam o bicho. Era do açougueiro Agnaldo, que havia passado a manhã tentando entrar em Bento Rodrigues para reaver o animal. Proibiram-lhe.
“Tinha essa cachorra viva, podendo ser resgatada. Já vimos uma égua, que também está viva, enfiada até o pescoço na lama. Pode ter gente sofrendo, ainda viva, que foi arrastada pela lama pra longe”, angustia-se um dos salvadores da cadela.
“Avisamos os bombeiros sobre a égua, mas eles nos disseram que não poderiam salvá-la, porque não dispunham de corda para puxá-la. É preciso correr com a ajuda, agora que o barro começou a secar. No entanto, não se viu uma só vez aquelas gaiolas penduradas nos helicópteros, ajudando nas buscas”.
Foi à tarde que os heróis anônimos conseguiram burlar a segurança e esgueirar-se pela margens do mar de lama, onde encontraram a cadela machucada. Também encontraram um crucifixo de ouro de um metro de altura, que adornava o altar da igreja de São Bento, a igreja de Bento Rodrigues
Entregue pelos homens humildes (Neimar, Leléu, Lilico, Jerry, pedreiros e mecânicos) à polícia, o crucifixo foi levado de camburão para o quartel da polícia militar de Ouro Preto. “Ficará lá à disposição das autoridades eclesiásticas”, disse o tenente Welby. Da igreja branquinha não se vê mais nem sinal. As mangueiras em torno dela estão lá ainda.
O tenente Welby passava instruções ao soldado no posto de Santa Rita Durão: para este domingo, a zona quente seria ampliada e a barreira policial seria implantada bem antes, como forma de impedir os moradores de fazer seus resgates e salvamentos. E de ver o que se quer manter invisível.
Loja é condenada por expor ex-gerente à revolta de consumidores
November 10, 2015 11:34Ricardo Eletro é condenada por expor ex-gerente à revolta de consumidores por propaganda enganosa
A Ricardo Eletro Divinópolis Ltda. foi condenada a indenizar por danos morais um ex-gerente de uma loja de Salvador (BA) que foi vítima da revolta de compradores em decorrência da falta de produtos em promoção. A empresa, que recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho contra a condenação, teve seu agravo de instrumento rejeitado pela Sétima Turma.
“Não há dúvidas de que o constrangimento experimentado pelo gerente de ficar exposto a essas situações perante os clientes é inadmissível”, ressaltou o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) ao decidir que a empresa deveria ressarcir o profissional. O trabalhador relatou que a empresa fazia promoções sem ter estoque suficiente e não colocava segurança nas lojas.
Em seu depoimento, ele contou que uma vez anunciaram panela de pressão a R$ 9,90, e na loja não tinha estoque do produto. “Os clientes ficavam aborrecidos, ameaçando quebrar tudo, e agrediam verbalmente vendedores e gerente, que eram chamados de ladrões e de outras palavras de baixo calão”, salientou. Outro empregado da loja também relatou que foi agredido fisicamente numa dessas situações.
O Regional confirmou a sentença quanto à irresponsabilidade da Ricardo Eletro para com os empregados, expostos à justificada insatisfação dos clientes por causa do “anúncio reiterado e massificante de propostas de preços fora do comum, levando uma quantidade imensa de consumidores a procurarem o produto, com estoque reduzidíssimo”. Concluiu que a situação caracterizava assédio moral, enfatizando o desrespeito à integridade física, emocional e moral do trabalhador.
No agravo pelo qual tentou trazer a discussão ao TST, a empresa alegou que a situação não teve o poder de causar danos à honra ou à moral do gerente. “Diante do cargo de confiança ocupado, ele deveria ter condições de administrar essas situações”, sustentou.
O relator do agravo, ministro Vieira de Mello Filho, destacou que as cópias de decisões apresentadas para demonstrar divergência jurisprudencial eram inespecíficas e não traziam indicação da fonte oficial ou arquivo autorizado, como exige a Súmula 296 do TST.
A Sétima Turma acompanhou de forma unânime o relator. O valor da indenização por danos morais, fixado em R$ 100 mil pelo TRT, incluía também o transporte de valores a que o gerente era obrigado, e não foi discriminado quanto à quantia correspondente a cada conduta considerada lesiva.
(Lourdes Tavares/CF)
Processo: AIRR-970-67.2011.5.05.0028
Fonte: TST