Síria: Fim do embuste dos tais "rebeldes seletos"
September 26, 2015 10:20Eis aí o que o London Times publicou ontem. Por alguma estranhíssima razão, nenhum dos veículos da grande mídia-empresa nos EUA tomou conhecimento dessa notícia:
"Uma tentativa dos EUA para relançar seu muito criticado programa de treinamento para rebeldes enfrentou ontem grave revés, quando uma segunda 'remessa' de combatentes treinados no ocidente foi capturada por outros grupos rebeldes no norte da Síria.
Cerca de 70 elementos do grupo de combatentes treinados pelos EUA, chamada "30ª Divisão" [orig. 30th Division], haviam entrado pela passagem de Bab al-Salama na fronteira, ao norte de Aleppo, num comboio de 12 veículos pesadamente armados e com cobertura aérea dos norte-americanos - como noticiou o Observatório Sírio de Direitos Humanos."
O 'seleto grupo' de rebeldes do Pentágono parece ter sido detido por uma milícia de turcomenos patrocinada pela Turquia. Durante o dia de ontem, surgiram boatos ainda mais ensandecidos sobre o destino do grupo; mas agora a situação parece ter sido esclarecida.
A verdade parece ser que os rebeldes cuidadosamente selecionados e treinados pelo Pentágono não foram "detidos": eles mudaram de ladominutos depois de terem sido introduzidos na Síria:
"Segundo novas notícias, os rebeldes selecionados e treinados pelo Pentágono traíram os EUA e entregaram as armas a um grupo afiliado da al-Qaeda, imediatamente depois de pisar na Síria.
Combatentes da "30ª Divisão" renderam-se e entregaram "todas as suas armas" à Frente al-Nusra na Síria, reportam as fontes, na 2ª-feira.
"Forte bofetada [na cara] dos EUA (...) O novo grupo da "Divisão 30" que entrou ontem, rendeu-se e entregou todas as armas à Frente al-Nusra logo depois de ser autorizado a passar" - tuitou Abu Fahd al-Tunisi, que diz ser membro do grupo afiliado da al-Qaeda.
O [Czar da Guerra do Estado Islâmico de Obama] general Allen acaba de ser demitido - provavelmente por causa do incidente acima. Ele foi o gênio que deu carta branca à Turquia para bombardear os curdos, em troca de livre acesso à base aérea de Incirlik, na Turquia. (E se o general Petraeus, eternamente azarado e ainda despencado em poço fundo de vergonha pública, for nomeado para substituí-lo?)
O líder do grupo treinado, equipado e pago pelos EUA publicou (em árabe) uma lista de seis razões pelas quais trocou de lado.
Porém, segundo artigo bastante estranho do Washington Post, o governo já está pensando uma nova estratégia que substituiria a fracassada ideia de infiltrar combatentes "cuidadosamente selecionados":
"O governo está considerando a possibilidade de fornecer armas e munição a vasta coleção de grupos rebeldes na Síria e de afrouxar os critérios de seleção, o que efetivamente implicará aprofundar o envolvimento dos EUA na guerra síria."
Quer dizer: se os rebeldes "selecionados" correram para unir-se à al-Qaeda, a solução será usar rebeldes menos rigorosamente selecionados.
Mas fato é que 'seleção' menos rigorosa, ou 'seleção' nenhuma, já vinha sendo usada faz tempo, com a CIA tendo pagado, treinado e equipado mais de 10.000 combatentes anti-Síria desde o início de 2012. A maior parte desses combatentes também, como o grupo agora treinado pelo Pentágono, já venderam as próprias armas e munição a jihadistas ou, mesmo, alistaram-se ao lado deles. Significa que 'selecionar' é perda de tempo. Artigo da AP sobre 14 civis sírios assassinados em ataque de milícias rebeldes ontem observa que:
"A coalizão rebelde, conhecida como aliança Exército da Conquista, inclui o ramo sírio da al-Qaeda, a Frente Nusra, e o grupo extremista Jund al-Aqsa, e é apoiado por Turquia e Arábia Saudita.
Artigo da Reuters, que tenta maquiar os jihadistas salafistas de Ahrar al-Shams observa:
"Com forte apoio da Turquia, vizinha da Síria, o grupo Ahrar al-Sham [os Homens Livres da Síria] está tendo papel significativo nos quatro anos de guerra na Síria - talvez o maior grupo insurgente, só inferior ao Estado Islâmico.
Sob sua nova liderança, o grupo está tentando diferenciar-se da al Qaeda, intimidando a Frente Nusra Front e outros grupos de linha dura. Mas o fato de ter sido ligado à al Qaeda significa que o Ahrar al-Sham ainda mantém relação especial com a Frente Nusra.
Rebeldes dentro da Síria dizem que Ahrar al-Sham forneceu muitas das armas da Frente Nusra. Ainda não se sabe com certeza se continua a fazê-lo.
Um ex-combatente da Frente Nusra, que agora deixou a guerra, disse que Nusra e Ahrar já tiveram relações fortes.
"O que sei é que Nusra vê Ahrar como sua fonte de armas, especialmente em algumas batalhas" - disse ele."
O Pentágono "selecionou" cuidadosamente os poucos mercenários que enviou para a Síria e os "selecionados" imediatamente se alistaram à Frente Nusra. Com certeza, o Pentágono logo também "selecionará" Ahrar als-Shams, que receberá passe livre e avaliação positiva.
Toda a sandice dos "rebeldes seletos" é obviamente mais um embuste, porque EUA e aliados jamais pararam de fornecer armas também para islamistas nada "seletos" que lutavam contra o estado secular sírio.
Mas os melhores dias de Ahrar podem estar chegando ao fim. Por enquanto, ainda é ajudado e abastecido através da Turquia. Mas amanhã o presidente Erdogan da Turquia deve encontrar-se com o presidente Vladimir Putin da Rússia.
Putin já estacionou considerável quantidade de equipamento e pessoal militar na Síria para pôr os islamistas a correr. Os números podemaumentar ainda muito e a coisa pode acabar por se converter num corpo expedicionário completo e plenamente equipado, com cerca de 15 mil soldados.
A Rússia está aliada a Irã, Iraque, Síria e ao Hizbullah, formando a aliança "4+1" e coordenará os combates, a partir de um quartel-general e centro de operações comum a todos. Unidades russas de reconhecimento já operam em todas as frentes de combate na Síria; o resultado da inteligência que estão recolhendo, além de suas novas armas, já ajudam o governo sírio nos primeiros ataques contra concentrações do Estado Islâmico, matando dúzias de terroristas em Raqqa e Palmyra.
A Turquia depende do gás russo para suprir 30% de suas necessidades primárias de energia. Erdogan tem grandes planos para a Turquia, para convertê-la em centro produtor de energia, integrada a um novo gasoduto russo, projeto de €11,4 bilhões. Mas o gás só continuará a fluir com a indispensável regularidade pelas tubulações russas, se os dutos de distribuição de armas da Turquia para o Estado Islâmico, Ahrar al Shams e Frente al-Nusra forem fechados. Erdogan terá de decidir qual tipo de dutos melhor servem aos seus interesses.
Se Erdogan decidir continuar a fornecer armas aos terroristas contra os quais a Rússia decidiu lutar, porá seu país em situação muito precária. A Rússia poderia, por exemplo, resolver abastecer secretamente aqueles curdos que combatem contra o estado turco, no leste da Turquia. Até onde podem chegar, se puserem as mãos em farto suprimento do moderno armamento russo?
Minha impressão é que o jogo de Erdogan acabou. A Rússia decidiu pôr fim à guerra que EUA e seus aliados fazem contra a Síria. E usará todas as ferramentas de uma grande nação para apoiar e defender suas decisões e posições.
Zonas aéreas de exclusão instaladas pelo 'ocidente' ou áreas protegidas para a oposição dentro da Síria já não passam hoje de sonhos arranjados com cachimbos de ópio. O gênio Petraeus, que inaugurou o programa de mercenários da CIA que forneceu armas para a Frente Nusra e o Estado Islâmico, acaba de voltar à cena para exigir o mesmo e ainda mais nonsense:
"Podemos, por exemplo, dizer a Assad que ponha fim aos bombardeios. E que, se ele insistir, impediremos a Força Aérea da Síria de sair do chão" - disse ele. "Temos essa capacidade."
Os EUA "têm essa capacidade" só se desejarem matar vários de seus próprios pilotos. Quem decidirá sobre "zonas aéreas de exclusão" na Síria é a Rússia. Os novos sistemas S-300 e S-400 de defesa aérea que já se veem em Latakia já garantem que nada voará no espaço aéreo da Síria sem autorização dos russos (vejam vocês!).
Por Pravda.ru
40 anos da Operação Condor
September 26, 2015 9:5540 anos da Operação Condor mobiliza Mercosul na defesa dos direitos humanos
Integrantes do bloco defendem linha de investigação conjunta; Brasil e Argentina reforçam apuração da morte de João Goulart
O aprimoramento dos canais de investigação das ditaduras militares na América do Sul mobilizou representantes do Mercosul nesta sexta-feira (25), durante o seminário “40 anos da Operação Condor”, realizado no Ministério da Justiça.
A operação resultou de uma aliança entre os governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai para trocar informações e reprimir militantes de esquerda contrários às ditaduras. A aliança foi firmada em novembro de 1975.
Os representantes dos países do bloco sul-americano recordaram a data e debateram políticas conjuntas de promoção dos direitos humanos e da democracia. “Se há 40 anos nossos países se uniram para violar os direitos humanos, hoje se unem para defendê-los”, afirmou o secretário-executivo do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos do Mercosul (IPPDH), Paulo Abrão.
O procurador federal Ivan Marx, responsável por investigações realizadas no Brasil contra agentes repressores do Estado, anunciou que o Ministério Público (MP) da Argentina decidiu entrar na apuração da suspeita de assassinato por envenenamento do ex-presidente João Goulart.
Após a deposição no golpe militar de 1964, Goulart se refugiou no Uruguai e na Argentina, onde faleceu. Marx já havia conseguido que a Polícia Federal argentina apurasse o caso e, agora, a investigação será reforçada pelo MP do país vizinho. "Hoje em dia, os argentinos investigam a morte de João Goulart", disse.
A representante da Secretaria Judicial dos Direitos Humanos da Argentina, Albertina Carón, uma das autoridades responsáveis pela condenação do ex-ditador argentino Jorge Videla, cobrou maior integração entre os países do Mercosul para investigar os responsáveis pela repressão no continente. “É muito importante contar a verdade para julgar crimes que foram transnacionais”, disse.
“Em vários países vemos claramente que houve avanços e retrocessos (na punição)”, observou, afirmando ser necessário uma “Justiça punitiva e preventiva” no ambiente democrático vigente na região para evitar novas ditaduras. “Como garantia para que esses crimes não voltem, é importante punir os responsáveis e reparar as vítimas”, sugeriu.
Albertina ressaltou que “nossas ditaduras planejaram anos de terror compartilhado” com a Operação Condor ao adotar como tática a “tortura sistemática, assassinatos políticos e sequestros de crianças”. “Nós pensamos que sem memória e Justiça não poderemos virar essa página. Devemos refletir como a violência se deu no terreno social e repercute hoje em dia nessa barbárie da neutralização e o silêncio sobre movimentos violentos”, disse.
O Judiciário argentino conduziu 458 processos contra agentes terroristas do Estado, com cerca de 2 mil pessoas investigadas e 252 condenadas. Os processos ganharam velocidade a partir de 2003, após a provação de uma lei autorizando investigar militares. “É importante que se descubra as pessoas da linha de comando (da repressão) para o bem da verdade”, afirmou Albertina.
Antecedentes
Segundo o presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, existem documentos comprovando que o Brasil se antecipou em cinco anos à Operação Condor, nascida após acordo firmado em reunião realizada em Santiago, no Chile.
Os documentos colhidos no âmbito da Comissão Nacional da Verdade, de acordo com Krischke, mostram que em 1970 agentes brasileiros de repressão articularam uma atuação conjunta com argentinos para prender um coronel do Exército Jeferson Cardim, que havia desertado para participar da luta armada contra a ditadura. Ele, o filho e um sobrinho foram presos e torturados por quatro dias por policiais argentinos de Buenos Aires.
Em 1971, outra parceria com os argentinos levou à prisão de outro militante brasileiro, o paulista Edmur Peres Carvalho, conhecido como “Gauchão”, que viajava com salvo-conduto do Brasil para o Chile. Ele foi libertado na negociação de troca de presos políticos pelo embaixador da Suíça, sequestrado na ocasião por militantes de esquerda, mas foi capturado no Aeroporto de Ezeiza, na capital argentina, e enviado ao Brasil – onde desapareceu.
Krischke assegura também que nessa época o Brasil articulou com os Estados Unidos a instalação de um centro de operações no Uruguai para monitorar militantes de esquerda. “A Operação Condor foi criada pelo Brasil, que muito antes da reunião de Santiago já a praticava”, afirmou.
Fonte: Portal Brasil
Comida de favela é sucesso no RJ
September 26, 2015 9:46Comida de Favela mostra no Rio diversidade de bares e restaurantes da Maré
Paella, croquete de cordeiro com molho de maçã, salmão ao molho de camarão e lula com alcaparra, cachupa angolana, feijão mexicano e sushi hot gourmet são alguns dos pratos servidos no primeiro Festival Comida de Favela, que vai até o dia 17 de outubro no Complexo de Favelas da Maré, zona norte do Rio de Janeiro.
Pratos e quitutes mais tradicionais, como churrasco misto, empadinha de frango, batata recheada, carne assada com batatas coradas e galinha ao molho pardo também são servidos no evento, que serve para mostrar a diversidade gastronômica da comunidade.
A coordenadora do projeto, Mariana Aleixo, explica que a ideia do festival surgiu dentro da organização Redes de Desenvolvimento da Maré, que atua na comunidade há 15 anos, unindo os projetos Maré de Sabores e Centro de Empreendedores da Maré.
“A ideia fundamental é mostrar que existem potências empreendedoras. O Centro de Empreendedores da Maré mostrou, numa pesquisa, que 22,4% dos empreendimentos da Maré são bares e restaurantes. Então, o festival quer exibir a hospitalidade que tem para atender a demanda local, mas não só na gastronomia, e fala um pouco da questão do território da Maré”.
A organização recebeu mais de cem inscrições e selecionou 16 estabelecimentos, que apresentam no festival o prato mais vendido da casa. “A gente queria retratar a identidade alimentar da Maré. Então, bar e restaurante que existe há mais de cinco anos, significa que é um bom restaurante, com qualidade reconhecida pelos moradores”, explica Mariana.
O restaurante Sônia's Gourmet foi indicado pelos clientes para participar do festival. A dona, Maria Sônia Oliveira dos Santos, cozinhava em casa de família, depois trabalhou em um restaurante como auxiliar de cozinha e passou a chef três meses depois. Para cuidar das filhas pequenas, largou o emprego e começou a fazer quentinhas em casa, passando depois para uma loja, “porque não dava vazão”, abrindo o próprio restaurante dois anos mais tarde e onde já está há cinco anos.
Para Sônia, a cozinha é uma paixão e o festival reconhece as coisas boas que existem na comunidade: “Tudo o que você faz na sua vida, tem que gostar. [cozinhar] É muito bom para o meu psicológico, uma coisa que eu amo mesmo. Quando estou estressada, eu me desestresso pegando minhas panelas e vou inventando. O meu salmão, que está participando, fui eu que inventei. Vamos ver aonde que a gente pode ir. Eu estou preparada, o mundo me ensina”.
Depois de 21 anos trabalhando como garçom e cozinheiro, Antônio Bastos Alves abriu, em sociedade, o restaurante Open Bar na Maré, onde mora. Para lá, levou uma receita que conhecia da Rocinha, na zona sul do Rio, o Acará com baião de dois. Com a boa aceitação do prato pelos clientes, foi convidado a participar do Comida de Favela: “É um prato muito saído, tem uma variedade muito boa, mas esse prato é mais diferencial, porque não é todo lugar que tem”.
O festival começou no dia 17 de setembro e no primeiro fim de semana atraiu bastante público. Os 16 estabelecimentos concorrem a premiações nas categorias comida de bar e comida de rua. O vencedor será o mais votado pelo público e pelo júri especializado. Os três mais bem votados receberão prêmios de R$ 500 a R$ 3 mil. A lista completa das casas participantes e pratos oferecidos está no site http://redesdamare.org.br/comidadefavela/
da Agência Brasil
Bancada da Bíblia aprova Estatuto da Família
September 25, 2015 17:19![]() |
Arquivo Blog do Arretadinho |
Os deputados da bancada da bíblia, em Brasília, aprovaram o Estatuto da Família
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A Comissão Especial que discutiu o Projeto de Lei, PL, 6583/13, denominado de Estatuto da Família, aprovou o mesmo nesta quinta-feira (24), após várias horas de debates. Entre outras coisas, o PL determina que uma família só poderá ser composta por um homem e uma mulher.
Um dos maiores opositores ao PL, o deputado federal Jean Wyllys, Psol/RJ, publicou uma nota em sua página de uma rede social, repudiando com veemência a aprovação do projeto, confira:
Por Jean Wyllys
Foi aprovado ontem na Comissão Especial destinada a proferir parecer ao PL 6.583/13 – nome dado à comissão responsável por deliberar sobre o famigerado Estatuto da Família - o referido projeto, apresentado por um deputado evangélico fundamentalista, relatado por um deputado evangélico fundamentalista e avaliado por uma comissão composta majoritariamente de deputados evangélicos fundamentalistas.
Com 17 votos a favor e 5 contrários, o projeto, de caráter conclusivo - ou seja, uma vez aprovado na Comissão não tem de passar por votação em Plenário - reconhece apenas como família aquelas formadas por homem, mulher e filhas e filhos biológicos, desconsiderando os diferentes arranjos familiares que constituem a sociedade brasileira.
(Curiosamente, hoje também foi o dia em que a presidenta Dilma abdicou da criação do que poderia ser um significativo Ministério dos Direitos Humanos para juntar três pastas - Mulheres, DH e Igualdade Racial - e fazer surgir um pálido Ministério da Cidadania.)
Foram quatro horas de uma maratona de obstruções durante as quais os nossos cinco aguerridos parlamentares representantes das famílias – de TODAS as famílias - tentaram adiar a votação apresentando uma série de requerimentos. Enquanto isso, numa clara articulação da bancada fundamentalista para aprovar o projeto e redirecionar o foco das discussões para abafar o esquema de corrupção pelo qual Cunha está formalmente denunciado, o presidente da Casa atrasava o início da sessão no Plenário para que a votação do Estatuto da Família acontecesse ainda hoje na comissão.
A decisão põe em insegurança jurídica não só as famílias homoafetivas (principal alvo da bancada fundamentalista), mas todas as outras que não se enquadram no modelo tido como “tradicional” que, hoje em dia, segundo o último Censo Demográfico do IBGE, representam 50,1% dos domicílios; além de ferir os princípios do não preconceito e da dignidade humana que estão na Constituição.
Semana que vem ainda serão votados quatro destaques, mas faremos o que for do alcance regimental para levar essa pauta para o Plenário e, na hipótese absurda de a maioria dos deputados e deputadas - muitos deles em seus segundos ou terceiros casamentos e/ou com filh@s com diferentes parceiros e parceiras – lá votarem a favor desse lixo homofóbico e inconstitucional - segundo decisões do Superior Tribunal Federal, que desde 2011 reconhece as famílias homoafetivas - entraremos com recurso no STF contra o projeto.
Não deixaremos que esses hipócritas demagogos destruam as famílias brasileiras!
#NossaFamíliaExiste
Desabafo - Por Ernesto Xavier
September 25, 2015 12:29![]() |
Foto Facebppk |
Sou negro. Neste momento estou trajando bermuda de praia e camiseta. Estou em Copacabana. Vou correr na areia da praia.
Não levarei dinheiro, nem documentos.
Por Ernesto Xavier
Segundo a lógica carioca posso ser preso, levarei um tiro ao correr ou vou apanhar de um justiceiro.
Para você que acha que me faço de vítima: essa é a minha realidade.
Enquanto você tem medo de ir à praia e perder seu Iphone, eu tenho receio de morrer.
Não é justo pra ninguém, correto?
Só que durante TODA a vida fui "confundido" com bandido apenas por ser negro. Meu mundo é assim. A toda hora ter que provar que sou honesto.
Caso eu morra não terão protestos nas redes sociais, nas ruas, na mídia. Serei mais um preto. Lamentarão a família e os amigos.
E você? Tem medo de que?