Médicos cubanos 'descobre' uma alma-gêmea chamada Bahia
diciembre 26, 2015 14:58
Um clima de confraternização marcou o II Encontro de Médicos Cubanos, realizado no Espaço O Bosque, em Itabuna. Promovido pela Associação Itabunense dos Amigos de Cuba, o encontro reuniu cubanos que atuam no Programa Mais Médicos em cidades da Região Cacaueira, além de profissionais de saúde brasileiros, sindicalistas e simpatizantes da causa cubana
do Pravda.ru
A festa contou com a animação do cantor Jafet Ornelas, que apresentou sucessos cubanos como Guantanamera (cantada em coro pelos presentes) e um repertório especial de música brasileira. O evento teve cardápio especial, porco assado e congriz, um prato típico cubano. Os médicos presentes, além de se confraternizar, fizeram questão de expressar a alegria de atuarem na Bahia, uma espécie de 'alma gêmea´ de Cuba pela identificação entre os dois povos.
A Dra. Nidia Barrero Escalone, que atua no Programa Saúde da Família em Floresta Azul afirma que "essa tem sido uma experiência fantástica, não imaginava que teria um acolhimento tão grande por parte da população. Trabalho com pessoas carentes, que precisam de atenção e de um atendimento médico permanente". "É maravilhoso poder trabalhar na Bahia, as pessoas são acolhedoras como os cubanos. Aqui em me sinto em casa", destaca.
Para o Dr. Yusmani Valdes Lopez, que trabalha em Arataca, no distrito de Pratas, "a adaptação foi rápida, porque já tinha atuado na Venezuela, onde as pessoas também sofriam com a falta de um médico que esteja presente na comunidade, que é a maneira como nós atuamos, sempre com foco na prevenção, fazendo visitas domiciliares permanentes". "Já me sinto um pouco baiano e espero poder continuar esse trabalho, que é muito gratificante".
A secretária de Saúde de Pau Brasil, Maria Conceição Mota dos Santos, destaca que "com a adesão ao Mais Médicos pudemos colocar em prática um atendimento mais humanizado, melhorando a atenção básica de saúde no município". "Agradecemos aos médicos cubanos por aprender com eles a transformar as dificuldades em simplicidade e a olhar as pessoas como seres humanos e não como números";
Cerca de 120 médicos cubanos trabalham atualmente no Sul da Bahia, incluindo grandes cidade como Itabuna e Ilhéus e reservas indígenas, como a Aldeia\Pataxó Há hã hãe em Pau Brasil.
Grupo de adolescentes foge de unidade de internação no Distrito Federal
diciembre 26, 2015 11:19![]() |
Um grupo de 20 adolescentes conseguiu fugir da Unidade de Internação de Santa Maria a noite desta sexta-feira (25) Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil |
Um grupo de 20 adolescentes conseguiu fugir da Unidade de Internação de Santa Maria, região administrativa do Distrito Federal, por volta das 18h30 desta sexta-feira (25).
A Polícia Militar conseguiu recapturar 13 jovens ainda na noite de ontem. Eles estavam próximos à Unidade de Internação. As buscas continuam, mas nenhum outro adolescente foi pego nesta manhã.
Segundo a Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, eles conseguiram escapar forçando os cadeados dos quartos com a ajuda do adolescente responsável pela limpeza do módulo onde estavam. Quatro funcionários foram feitos reféns e sofreram lesões leves. Ainda de acordo com a secretaria, a unidade não diminuiu o número de servidores por causa do feriado de Natal.
Da EBC
Janot pede, pela 3ª vez, abertura de inquérito contra Agripino Maia (DEM)
diciembre 25, 2015 20:05Por peculato qualificado e lavagem de dinheiro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana a abertura de mais um inquérito contra o senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM.
O pedido de Janot pretende investigar Victor Neves Wanderley, possível funcionário fantasma no gabinete do senador no Congresso Nacional.
Wanderley foi nomeado ao cargo de assessor parlamentar em 2009 e desde outubro recebe R$ 7.415,57. Segundo as investigações, sempre em datas próximas ao pagamento do Senado, ele fazia saques em espécie e depósitos na conta de Raimundo Alves Maia Júnior, primo do senador Agripino. O funcionário fantasma também trabalhou, em 2010, no gabinete do senador José Bezerra (DEM).
De acordo com a Procuradoria Geral da República, os recebimentos de diversos depósitos somam R$ 158 mil. Já os repasses para o primo do senador somam R$ 127 mil. Outros R$ 42 mil foram sacados em espécie pelo funcionário fantasma. Ao prestar depoimento à Polícia Federal, Victor Neves Wanderley afirmou que recebia o salário do Senado, mas nunca trabalhou na Casa. Seu real emprego é em uma farmácia que pertence ao seu tio, que também fez movimentações financeiras suspeitas.
“Em quase todo o período em questão, nas mesmas datas de recebimento de vencimentos do Senado Federal, ou em datas próximas, Victor Neves Wanderley efetuou saques em espécie de quantias consideráveis, muitas vezes equivalentes à remuneração auferida, o que aponta no sentido de repasse oculto de pelo menos parte de seu salário a um terceiro, possivelmente o próprio José Agripino Maia”, escreveu Janot no documento enviado ao STF.
Mesmo Agripino Maia tendo o poder de indicar qualquer pessoa para o cargo de assessor parlamentar, a suspeita de peculato existe porque sendo indicado sem que a pessoa faça as atribuições correspondentes ao cargo o crime está configurado.
Já o crime de lavagem de dinheiro se configura pela triangulação entre o funcionário fantasma e o primo de Agripino Maia. Janot diz na peça que a suspeita aconteceu após um levantamento feito pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligados ao Ministério da Fazenda, que investiga movimentações financeiras atípicas.
Da Redação da Agência PT de Notícias
China expulsa primeira correspondente estrangeira desde 2012
diciembre 25, 2015 17:58Da Agência Lusa
A correspondente em Pequim do semanário francês L'Obs, Ursula Gauthier, anunciou ter sido nesta sexta-feira (25) informada pelas autoridades chinesas de que será expulsa do país no dia 31 de dezembro de 2015, sendo a primeira jornalista estrangeira a ser expulsa desde 2012.
Na capital chinesa há seis anos, Gauthier é alvo, há um mês, de violentos ataques por parte dos órgãos de comunicação social estatais chineses e de funcionários, depois de ter publicado no site do L’Obs um artigo sobre a política repressiva aplicada em Xinjiang, região da China ocidental de maioria muçulmana.
Com o título “Depois dos atentados, a solidariedade da China sem segundas intenções”, a jornalista relatou a reação de Pequim diante dos atentados de 13 de novembro em Paris. No artigo, Gauthier descrevia as medidas repressivas e a política “antiterrorista” das autoridades chinesas em Xinjiang, que têm originado, desde há dois anos, uma crescente onda de violência na região, que é o berço de língua turcomana dos Ouïghours, uma minoria muçulmana que tem vindo a denunciar os ataques contra a sua etnia, cultura e religião, qualificando as ações das autoridades de “atos de terrorismo”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês telefonou para a jornalista hoje para a informar que, na falta de “um pedido público de desculpas", o seu credenciamento como jornalista no país “não lhe seria renovado”, contou Ursula Gauthier à agência AFP. "Me disseram que se eu não pedisse desculpas públicas [...], quebrando a solidariedade com as organizações não governamentais (ONG) estrangeiras”, não seria renovado o meu credenciamento como jornalista no país, que termina dia 31 de dezembro”, o que a obriga a deixar o território chinês.
A jornalista já tinha dito às autoridades que um pedido de desculpas público estava “fora de questão” e, na sua opinião, era “impensável". Ursula Gauthier é a primeira correspondente estrangeira na China punida com essa medida desde a expulsão de Melissa Chan, que trabalhava para o canal de televisão Al Jazeera, em 2012.
Racismo na TAM e manipulação da mídia
diciembre 25, 2015 17:47Racismo na TAM: “Troca de lugar com a feinha (negra) aí”, diz funcionário em vôo.
por negrobelchior
Na tarde de sábado (19/12) no vôo TAM-JJ3705 de Brasília para Congonhas-SP, um grupo de jovens artistas sofreram ofensas racistas por parte de funcionários da TAM que seguiam no vôo como passageiros. Segundo relato dos artistas, os agressores foram acobertados pelos comissários de bordo da TAM, receberam privilégios no tratamento dentro do avião e tiveram sua conduta racista apoiada por parte dos passageiros.
Os jovens artistas periféricos voltavam de Brasília, onde participaram da 3° Conferência Nacional da Juventude, que reuniu por 4 dias cerca de 5 mil jovens de todo o país e onde se discutiu, entre outras coisas, justamente a problemática da questão racial no Brasil.
Segundo o relato, um homem branco teria enviado uma mensagem com teor racista para um colega, também branco, sentado à algumas poltronas de distância: “Depois que começaram a vender passagens nas Casas Bahia, ficou foda andar de avião!” O mesmo homem teria, em uma segunda mensagem ao amigo, escrito: “Pede pra trocar de lugar com a feinha aí”, referindo-se a uma das jovens negras do grupo.
Os jovens, ao perceber a troca de mensagens discriminatórias, resolveram tirar satisfações junto ao agressor, que reafirmou: “Para andar de avião, a pessoa tem que se comportar direito”.
Com a discussão, os comissários de bordo intervieram e ameaçaram chamar a Polícia Federal. Os jovens foram incisivos em concordar que se chamasse a PF, já que estavam sendo vítimas de racismo, crime inafiançável no Brasil. A tripulação não acionou a polícia, promoveu mudança de lugares dos agressores e o vôo seguiu. No entanto, durante a viagem, os jovens perceberam que um dos agressores fora convidado pelos comissários a conversar separadamente sobre o ocorrido, atrás das cortinas do serviço de bordo e a discussão recomeçou. “Porque a tripulação ouve e trata com privilégio os agressores e não os agredidos?” , questionou o grupo de jovens.
"Depois que começaram a vender passagens nas Casas Bahia, ficou foda andar de avião!"
Com a aeronave em solo, já na chegada à SP, o grupo de artistas resolveu promover uma intervenção artística ainda dentro do avião, com um recital da poesia “Somos”, de autoria de Juliana Rodrigues, a Afro Ju, uma das jovens agredidas durante o vôo. Eis que parte dos passageiros, incomodados com o conteúdo dos versos, passaram a hostilizar o grupo. “Vitimistas! Mini Marxistas! Viva Bolsonaro 2018!”, gritaram alguns passageiros, segundo relatos dos jovens.
Cobertura parcial da mídia: G1 mente e reafirma discriminação
Como é de se esperar, a cobertura jornalística feita pela grande mídia brasileira tende a reafirmar condutas discriminatórias e a criminalizar as vítimas em tais situações.
Apesar de terem gravado o relato de uma das jovens negras agredidas no vôo, ao fazer o registro escrito, a matéria do G1 caracteriza o acontecido como “tumulto” e afirma que os jovens teriam “agredido passageiros”, versão contestada pelos jovens e devidamente registrada no Boletim de Ocorrência.
E que culpa tem a TAM?
Racismo é um crime praticado por pessoas e por empresas/corporações. Mas mesmo nos raros casos em que as investigações são levadas a sério, são ainda mais raros os casos em que as instituições são responsabilizadas. O despreparo dos funcionários no trato da violação de direitos e especificamente quanto à falta de sensibilidade em perceber a prática de racismo, o tratamento privilegiado dado aos agressores, bem como o clima habitual de comportamento padronizado, higienista e eurocêntrico “natural” do ambiente em aeroportos e em vôos, configuram espaços de opressão à corpos negros, à cabelos crespos, à vozes altas, à indumentárias afros e à tudo que contraponha a “leveza” e a conduta comportamental nórdica. Um ambiente corporativamente racista, logo, de responsabilidade da empresa.
"Pede pra trocar de lugar com a feinha aí"
Injúria racial versus crime de racismo: O agressor é sempre beneficiado
Embora seja crime inafiançável desde 1988, uma das coisas mais difíceis é justamente a caracterização do crime de racismo. A maior parte dos casos de racismo explícito são registrados como “injuria racial”, crime potencialmente “mais leve”.

A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência, para quem cometê-la. De acordo com o dispositivo, injuriar seria ofender a dignidade ou o decoro utilizando elementos de raça, cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
Em geral, o crime de injúria está associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor com a intenção de ofender a honra da vítima.
Já o crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989, implica conduta discriminatória dirigida a determinado grupo ou coletividade e, geralmente, refere-se a crimes mais amplos. Nesses casos, cabe ao Ministério Público a legitimidade para processar o ofensor.
E aí está o problema da interpretação dos fatos. Para negras e negros, ser chamada de “feinha” por ser negra não se trata apenas de injúria ou ofensa pessoal. Trata-se de um crime contra todo um povo, e que mais que entrar, estar ou acessar ambientes ou direitos, trata-se da negação da humanidade e da consideração enquanto igual.
Que fazer em um país em que, sociologicamente falando, quem qualifica e decide o que é crime de racismo ou não, é o próprio criminoso e promotor do pensamento racista?