O machismo nosso de cada dia
August 25, 2015 15:32Jornalista percorre a pé as ruas de Teresina por duas horas e é assediada inúmeras vezes nesse período.
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A jornalista Sávia Barreto percorreu a pé algumas ruas de Teresina, no último sábado (22), para testar o nível do machismo dos homens da capital do Piauí. Durante duas horas, tempo que durou sua caminhada, a jornalista sofreu cerca de 15 assédios, dos mais variados tipos. Confira:
Por Sávia Barreto de O Olho
Eram 10h36 de uma manhã de sábado. Teresina, quente, tão quente, que não sei se suei apenas de calor ou de terror. Vestida de uma calça jeans e uma blusa preta, andei só e calada, olhando preocupada, muitas vezes, para os lados e sem o sorriso que pouco antes eu distribuía aos meus colegas de redação (vídeo abaixo).
Duas horas e pelo menos 15 assédios depois sinto bolhas nos pés e dor na alma: o machismo de todo dia, assim, filmado e legendado, parece que expõe mais as vísceras de uma sociedade desigual em gêneros, onde a mulher está vulnerável a assobios, olhares e expressões sussurradas por desconhecidos como “gostosa”, “bundinha” e “delícia”.
O EXPERIMENTO
Tirando o microfone escondido na bolsa, usei o tipo de roupa que eu e milhares de teresinenses (incluindo as mães, filhas e irmãs dos meus assediadores) usamos todos os dias para ir à rua. Meu produtor caminhava à frente, sempre a alguns passos de distância, permitindo me filmar com uma câmera escondida acoplada em sua mochila.
Vídeo:
Mesmo acompanhada de um produtor e do motorista que compõem a equipe do O Olho, tive a sensação de leve desamparo por estar “sozinha”, sujeita aos assédios dos quais eu fugia sempre que precisava estar em algum local público, passando por homens.
Meu temor não era motivado por me considerar gostosa, linda e estonteante (porque não sou e porque mesmo uma mulher que é, não merece receber nenhum tipo de agressão verbal e sexual), mas porque basta ser mulher, estar andando sozinha nas ruas, que quase prontamente alguns homens sentem-se no direito de avaliar a forma física e até de fazer convites sexuais.
Lá está você pagando o plano de saúde da sua mãe no Centro da cidade, quando alguém que você nunca viu, e que sequer cruzou os olhos, alheio aos seus problemas e vontades, grita: “Vamos lá em casa delícia?”. Não é um convite, é uma invasão.
A “CARCAÇA” QUE VESTIMOS PARA IR À RUA
Antes de sair à rua, é preciso vestir, além da roupa, um outro acessório, quase invisível, mas essencial se você for mulher: uma expressão fechada, de quem não quer conversa. Nós, mulheres, costumamos mantê-la enquanto temos que perambular por espaços públicos, principalmente se estivermos sozinhas e houverem homens desconhecidos por perto.
É tolhendo pequenas liberdades diárias femininas, inclusive a de sorrir e se vestir como bem entender, que o machismo vai trancando as mulheres em calabouços psicológicos.
“Não olhe para os lados, evite passar perto de homens, se falarem algo sobre seu corpo, não responda”. Esse não é um ensinamento passado verbalmente de mãe para filha, ou entre amigas. É um comportamento quase intrínseco à quem pertence ao sexo feminino no mundo ocidental. Tanto faz se você está numa pequena e quente capital no Nordeste brasileiro, ou na fria Nova York norte-americana.
Inspirada em um experimento realizado em Nova York por uma atriz de uma ONG que registrou mais de 100 comentários de assédio masculinos em um vídeo filmado durante uma caminhada de dez horas pelas ruas de Manhattan, resolvi fazer o mesmo teste em Teresina, andando por ruas do Centro e da zona Sul por cerca de duas horas durante um sábado pela manhã.
AGRESSÃO VERBAL: “B******** GOSTOSA”
É quase meio-dia. Passo por vários homens na porta de um bar e sinto um grande alívio por ter sido apenas olhada, como se passasse por um raio-X de aeroporto, mas sem nenhum comentário verbal.
Mais a frente, ainda degustando uma tranquilidade que eu mal sabia que seria fugaz, passo por um homem branco de uns 50 anos. Ele fala baixo, mas eu ouço: “b******** gostosa”. Gelo imediatamente, fico com as mãos tensas e tenho vontade de chorar.
Parece que volto no tempo e lembro de ter 20 anos, descer do ônibus no bairro Saci, zona Sul de Teresina, enquanto caminho várias quadras até minha casa. Também era meio-dia e eu vinha da Universidade Federal do Piauí, onde cursava Ciências Sociais. Aquele caminho era comum para mim, e quase todo dia eu o fazia intercalando ônibus e longas caminhadas até minha casa.
Naquele dia, há sete anos, um homem pára, pergunta as horas, eu olho para o relógio e antes de responder ele coloca a mão debaixo da minha saia, fala “b*********” e sai correndo. Fico atônita. Ainda tenho forças para gritar enquanto ele corre para a outra rua: “Infeliz, maldito”, falo bem alto com a revolta, humilhação e ódio engasgados.
Chego em casa me culpando por ter respondido a um estranho na rua. Eu era jovem demais para saber que a culpa não era minha. Só muitos anos depois consigo contar essa história para meu noivo, amigos e amigas.
As mulheres, quando ouvem, solidarizam-se imediatamente e passam a relatar também suas histórias. S.R., uma amiga jornalista, por exemplo, conta que chegou a ameaçar com pedras um homem que a assediou nas ruas a chamando de “gostosa”. Os homens, por outro lado, ouvem a mesma história e acabam rindo. Acham que é apenas uma anedota. Não é. Violência sexual não tem graça.
COMO SE SENTIR UM “NADA”
Logo eu, que me considero uma jovem mulher de 27 anos, empoderada, firme, forte (quase sempre), me senti um “nada”. Ocupo um cargo de chefia em um universo onde 80% dos colegas de profissão em posição de comando são homens. Não choro fácil e não abaixo a cabeça porque alguém não gostou de algo que fiz ou disse. Na rua, porém, eu baixei.
Quando passava por grupos de homens, tentava instintivamente atravessar a rua e ficar o mais longe possível deles, mesmo sabendo que minha missão nessa reportagem era seguir em frente e registrar caso fosse importunada.
Homens bem arrumados, homens desarrumados, mais novos, mais velhos, brancos, negros, mulatos. Não há um perfil para o assediador. Em comum, a sensação de impotência. No assédio, ficou claro para mim, há uma relação de poder em que se tenta colocar as mulheres em uma posição submissa.
Na rua, dificilmente encaro alguém, olho nos olhos, nada que possa ser interpretado erroneamente como um “convite”. Percebo nas mulheres próximas a mim, uma espécie de solidariedade quando tenho que passar por grupos de homens. Uma troca de olhares assustados antecedem meus passos, como se me perguntassem: “Menina, tem certeza que vai por aí?”.
Sim, eu poderia responder, retrucar, e algumas vezes já fiz isso na rua (quando estava perto de outras pessoas a quem poderia recorrer para manter minha segurança). O medo de ser seguida e (mais) agredida é ainda maior, e na maior parte das vezes as mulheres se calam já que muitos homens, ao ouvir um “não”, se revoltam, xingam e partem para a violência.
Quando a experiência chega ao fim, me sinto exausta. Não pelos calos no pé ou pela roupa quase ensopada de suor. O que cansa é todo o desgaste emocional de sentir medo e vulnerabilidade por ser mulher.
Um exemplo disso foi retratado em 2012, quando uma jovem belga de 25 anos decidiu gravar o que ouvia dos homens enquanto caminhava pelas ruas de Bruxelas – e principalmente de sua vizinhança, em um bairro pobre da cidade. O resultado foi o documentário Femme de la Rue (Mulher da Rua, em tradução livre). Um dos homens chega pelas suas costas, dizendo que ela é linda. Outro, simplesmente a cruza na calçada, vira o rosto em sua direção e a chama de “vadia”.
COMENTÁRIOS ABUSIVOS NÃO SÃO CANTADAS
Comentários sexuais abusivos e ameaçadores não são cantadas. Paquerar alguém pressupõe permissão, reciprocidade. A chave está em uma palavra: consentimento. Assédios sexuais em locais públicos são um problema social. Não tem a ver com “fulano de tal” que é grosseiro, ou aquele outro indivíduo que é machista. Não são casos isolados.
Cada “fiu-fiu” e “meu bem” direcionados à mulheres na rua que não são conhecidas de quem profere o “elogio” é, na verdade, apenas mais um sintoma de uma cultura que incentiva e considera a misoginia (a repulsa, desprezo ou ódio contra às mulheres) algo inofensivo.
E mesmo essa sendo minha opinião pessoal, em um texto assinado por mim contando uma experiência pessoal com todos os viés decorrentes dela, não estou só nessa ideia. Pesquisa divulgada em 2013 aponta que 83% das mulheres brasileiras não gostam das cantadas de rua. A pesquisa feita pelo site Olga, aponta que quase oito mil mulheres responderam o questionário elaborado pela jornalista Karin Hueck, e 99,6% relataram já terem sofrido assédio na rua.
“A gente acha que o machista e o assediador é esse homem sem rosto, esse homem desconhecido que abusa das mulheres nas ruas escuras. Não é. Esses assediadores são pais, são filhos, são profissionais competentes que estão mais perto do que a gente imagina. […] Por quê? Porque o assédio é legítimo culturalmente. Ele é entendido como algo que faz parte do homem. Ele é entendido como algo bom, como flerte. Mas não é”, relata a jornalista Juliana de Faria em sua palestra no TED São Paulo.
Ela é criadora de uma página no Facebook chamada “Chega de Fiu Fiu”, que expõe, entre outras situações, atos que as mulheres deixam de fazer por conta do assédio. Um exemplo disso é que sair de casa vestindo o que quiser, independente do destino e do meio de transporte escolhido, ou então olhar quando alguém lhe chama na rua.
“Ah mas eu sou homem e adoro quando uma mulher me ‘elogia’ na rua”, pode argumentar um. A diferença é que crimes sexuais contra mulheres são estratosfericamente maiores do que em relação aos homens. Numericamente, temos motivos para temer.
É possível, sendo homem, ouvir um “elogio” sem medo de ser perseguido, seguido ou até mesmo violado contra a própria vontade – como ocorre com muitas mulheres.
Em outubro de 2013, a estudante Anne Melo, chegou a ser presa por agentes da Tropa de Choque após ser chamada por um dos policiais de “gostosa”, durante o protesto realizado no centro do Rio de Janeiro.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que a jovem foi detida sob acusação de desacato. Segundo a estudante relatou, depois de receber o suposto “elogio” de um PM que estava na garupa de uma moto do Choque, ela respondeu ao policial de forma “agressiva”. Terminou presa por não ter aceitado a “gracinha” proferida por uma figura de autoridade.
“ASSEDIE A SUA MÃE”
Uma campanha (relembre aqui) realizada pela empresa Everlast do Peru, selecionou homens que, constantemente, assediavam mulheres na rua e localizou suas mães. Decidindo por participar da campanha, elas foram produzidas com acessórios como perucas e vestimentos tornando-as mais jovens e quase irreconhecíveis.
Resultado: foram alvos de cantadas dos próprios filhos. Ao descobrirem a real identidade de quem eles estavam cantando, os assediadores pediram desculpas e alegaram arrependimento e constrangimento. A pergunta que não quer calar: homens que assediam mulheres gostariam que suas mães ou filhas fossem assediadas da mesma forma?
Religião, política e poder, uma mistura perigosa
August 25, 2015 12:11Rolemberg se converte à fé evangélica amparado por Celina Leão
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Costurando os fatos
Obviamente que o fato de uma pessoa aderir ou não à uma fé religiosa é uma decisão de foro íntimo, entretanto, a decisão tomada pelo governador Rodrigo Rollemberg em aderir à fé evangélica, parece ter sido tomada por uma decisão política.
Rollemberg é de uma família extremamente católica e foi criado sob os dogmas da igreja romana, praticando alguns desses dogmas na sua vida adulta, até o último domingo (23), quando foi batizado em uma cerimônia realizada no Ministério Amigo Íntimo, de Samambaia.
No dia anterior Rola [como o governador é chamado pelo amigos de infância] participou de uma conferência do apóstolo Alessandro, da Comunidade Nova Geração, no Centro de Convenções de Brasília. O curioso é que esse apóstolo é assessor direto de Marco Dantas, que é secretário de Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal.
O governador foi para a cerimônia do seu batismo acompanhado pela deputada distrital e presidenta da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Celina Leão do PDT, convidada especial para a cerimônia. Até bem pouco tempo os dois andavam se desentendendo politicamente, fato que gerou a saída do ex-Chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, que denunciou a pressão exercida pela deputada para obter cargos em empresas públicas e secretarias em troca de apoio na Câmara.
Celina Leão pleiteia, desde a campanha eleitoral, ser indicada para o Tribunal de Contas do Distrito Federal. TCDF. Comenta-se hoje pelos corredores palacianos que Celina já é o nome mais forte para ocupar uma vaga no TCDF, com as benção de Rollemberg.
Os fatos por eles mesmos
No momento em que fazia sua oração, logo após ser batizado, o governador pediu ajuda para os céus na sua jornada de governante e para que possa cumprir suas promessas de campanha. Parece que, após quase um ano de ter tomado posse, o governador resolveu trabalhar, com uma mãozinha divina.
Durante a cerimônia uma pastora fez uma fala enigmática mas, ao mesmo tempo, esclarecedora. Ela disse que espera que a conversão de Rollemberg tenha sido "verdadeiramente de coração", sugerindo que não tenha sido uma conversão por decisão política. “As pessoas que vivem pela fé estão muito felizes com a atitude do governador; nós clamamos que a conversão dele seja verdadeiramente de coração, para que o povo volte a ter esperança, para que o clamor dos justos seja ouvido, para que caia por terra os meses de faraó e se inicie o governo dos justos, do qual o povo se alegra”, profetizou ela.
Em outro trecho a mesma religiosa afirma que "chegou ao fim o choro e o gemido dos que clamam pela misericórdia de Deus", como se profetizasse que à partir de agora o governador vai arregaçar as mangas e trabalhar de verdade pela cidade que o elegeu, deixando pra trás as lamentações.
Flávio Dino Investe R$ 14mi em despoluição
August 25, 2015 10:56![]() |
O governador Flávio Dino durante passeio de bicicleta que celebrou assinatura de mais uma etapa para o saneamento de São Luís |
Governo investe R$ 14 milhões para despoluir praias e Lagoa da Jansen
“Estas obras nos dão alegria. Prosseguimos trabalhando pela recuperação dos espaços públicos da cidade e com a demanda permanente pela limpeza das praias, tarefa que foi negligenciada por muitos anos”, afirmou o governador Flávio Dino, neste domingo (23), durante o lançamento de nova etapa do ‘Mais Saneamento’. O programa do Governo do Estado vai eliminar 12 dos 27 pontos de esgotos existentes na Lagoa da Jansen nos próximos 60 dias; e todos os 27 até 2016. O ‘Mais Saneamento’ inicia também a despoluição dos rios Pimenta e Claro, o que vai garantir a balneabilidade das praias de São Luís. A conclusão desta obra está prevista para 12 meses.
Serão investidos mais de R$ 14 milhões nas obras de saneamento nesta etapa do ‘Mais Saneamento’. Ao priorizar a meta de elevar o nível de tratamento de esgoto de São Luís, de 4% para 70% até o final de 2018, o Governo do Estado garante qualidade de vida, proteção ao meio ambiente e incentivo ao turismo no Maranhão.
O lançamento desta etapa do Mais Saneamento foi marcado por apresentações culturais, passeio ciclístico, feira de artesanato e programações musicais marcaram a manhã de domingo na Lagoa da Jansen e Litorânea. O governador Flávio Dino participou do passeio ciclístico e teve recepção calorosa entre skatistas na Lagoa da Jansen. Os atletas campeões dos Jogos Escolares Maranhenses na modalidade handebol, alunos do Barbosa de Godois, também participaram do evento, ao lado de vereadores, secretários estaduais e municipais.
Plano de saneamento
A construção de mais de 40 elevatórios, de duas grandes estações de tratamento de esgoto, a ampliação das estações já existentes e perfuração de vias públicas para implantar redes coletoras, são algumas das ações viabilizadas pelo Governo do Estado para os próximos anos no Maranhão. “Cuidar do saneamento é garantir que as pessoas tenham melhor qualidade de vida e a certeza de que o Meio Ambiente estará protegido. Isso tudo atrai turistas e são obras que geram emprego e renda”, disse o diretor da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), Davi Telles.
Somente o projeto de despoluição dos rios Pimenta e Claro prevê a instalação de um novo sistema de tubulação com 4.135 metros de extensão nas margens, além da construção de uma estação elevatória e redes coletoras de mais de 30 mil metros na região.
Estão em andamento obras no valor de R$ 306 milhões destinadas a quatro grandes sistemas de esgoto na cidade. A previsão é de que até o final de 2016 sejam eliminados todos os 27 pontos de esgotos existentes na extensão da Lagoa da Jansen e recuperados todos os índices de balneabilidade das praias de São Luís.
do Jornal Pequeno
Violência policial é criticada no Senado
August 25, 2015 10:50![]() |
foto Moreira Mariz/Agência Senado |
Participantes de audiência condenam impunidade em casos de homicídios cometidos por policiais
Especialistas convidados para a reunião desta segunda-feira (24) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Assassinato de Jovens protestaram contra a não investigação e, como consequência, a impunidade nos casos de homicídios cometidos pela polícia no Brasil.
A assessora de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Renata Neder Farina de Souza, citou relatos feitos em pesquisa da instituição sobre violência policial na Favela de Acari, no Rio de Janeiro, que indicam execuções extrajudiciais feitas pela polícia fluminense mesmo em casos que a vítima já estava rendida e não representava ameaça.
Renata revelou que nos últimos cinco anos a polícia em serviço foi responsável por cerca de 16% de todos os homicídios praticados no Brasil e lamentou a quantidade de investigações em aberto e o quadro chocante de impunidade nesses crimes.
- Essa impunidade, além de ser uma segunda forma de violência contra as famílias, é também uma carta branca, alimenta o ciclo de violência e da letalidade policial – disse.
A assessora ainda citou dados do relatório Você Matou Meu Filho — Homicídios Cometidos Pela Polícia Militar na Cidade do Rio de Janeiro, que mostra que no município o número de mortes em confrontos com policiais passou de 416, em 2013, para 580 em 2014. O número representa um aumento de 39%. Para ela, uma política pública de prevenção de homicídios não pode deixar de fora a questão dos homicídios praticados pela polícia.
Mães de maio
Débora Maria da Silva, Vera Lúcia Gonzaga dos Santos e Terezinha Maria de Jesus, integrantes do Grupo Mães de Maio, contaram a história do assassinato de seus filhos por policiais. Em todos os casos, segundo os relatos, a execução foi feita de forma covarde e sem motivo.
Terezinha, mãe de Eduardo Jesus Ferreira, morto aos dez anos com tiro de fuzil na porta de casa durante operação policial no Complexo do Alemão, no Rio, lamentou a existência de policiais mal treinados “que entram na favela para matar inocentes”.
Vera Lúcia lembrou que sua filha Ana Paula Gonzaga dos Santos, que estava grávida, foi uma das vítimas da onda de violência que tomou conta de São Paulo em 2006, após uma série de atentados patrocinada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Vera disse que a investigação da morte de sua filha foi arquivada e lamentou o descaso do Estado no combate a esse tipo de crime.
Após ter enterrado, em 2006, o filho Edson, Débora Maria da Silva considera fundamental a luta para evitar que outros jovens sejam vitimados pela polícia. Débora lembrou que quando um homicídio é cometido por um policial eles costumam distorcer as provas do crime. Renata Neder acrescentou que a constante ameaça e intimidação às testemunhas também são fatores que dificultam a investigação.
A pesquisadora do Instituto Igarapé Renata Avelar Gianinni afirmou que o Brasil é o país campeão em homicídios no mundo e pediu investimento nas polícias e na Justiça Criminal para que a violência e a impunidade sejam diminuídas.
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) elogiou as participantes do debate pela coragem de exporem suas dores e indignações perante a comissão.
da Agência Senado
Rio é sede de conferência internacional de cartografia
August 25, 2015 10:31Com o tema Mapas Conectando o Mundo, a Conferência Internacional de Cartografia (International Cartographic Conference) ocorre pela primeira vez no Brasil e a sede da 27ª edição do evento é a cidade do Rio.
Até sexta-feira (28), cartógrafos, geógrafos, interessados e especialistas vão discutir questões de interesse do setor, mostrarão como se usa a cartografia e suas melhores práticas no dia a dia e apresentarão novas tecnologias e estudos acadêmicos.
Segundo o diretor de Informações do Instituto Pereira Passos (IPP), Luiz Roberto Arueira, o evento é amplo e diversificado. “Por exemplo, há uma exposição de mapas feitos por crianças, com painéis elaborados por elas, retratando vários temas e locais. No evento, também há uma outra área com produtos voltados para crianças”, disse. “É uma oportunidade de se conhecer o que tem de mais avançado na cartografia mundial”, completou.
Ele explicou que a cartografia é estratégica e importante em função da melhoria dada à qualidade da informação divulgada ao cidadão. “Quando você vê uma informação representada no território, você consegue verificar tendências e correlações. A informação que não tem referência geográfica é uma informação muito pobre”, informou. Ele afirmou ainda que conhecer o território da cidade é estratégico para que a prefeitura possa estabelecer um planejamento de políticas públicas em diferentes regiões do município.
Os participantes da conferência acompanharam nessa segunda-feira (24) o trabalho desenvolvido pelo Instituto Pereira Passos, denominado Armazenzinho, que contém mapas e informações sobre o Rio de Janeiro para crianças e adolescentes. O projeto apresenta informações e mapas que introduzem a criança na área cartográfica. Além disso, são dadas informações sobre a cidade, que permitem que o jovem comece a entender como a capital fluminense se divide.
da Agência Brasil