Porto Proibido
26 de Março de 2020, 14:47Porto Proibido
Quisera eu, ao menos em sonho.
Entrar nas entrelinhas do teu mar
Navegar, navegar, navegar.
Até chegar em teu porto proibido
E ancorar o meu barco solitário
Em tuas águas quentes e cristalinas.
Paulim Diolinda
"E se a poesia se calar?
24 de Março de 2020, 20:05"E se a poesia se calar?
Se a poesia secar sua voz e também se render ao nadismo dos dias? Onde estávamos? Onde estávamos que não percebemos a fuga da poética? Onde guardamos a possibilidade de afetar-nos? Onde ou quando não nos permitimos nos afetar com a realidade? À luz dos dispositivos eletrônicos, o mundo ao toque do dedo 'mobile'... Mas sentir também se tornou virtual. Somos robôs, somos? Somos reais? Estamos exilados, ao mesmo tempo em que estamos conectados, uma gripe volta a assolar nossa vida e nosso juízo, e por que não nos fazer também refletir? Não temos mais trabalho, não precisamos mais da sucata capitalista-mercadológica que nos disseram ser necessária. Necessário apenas é viver, e, nesse caso, estamos buscando novamente a sobrevivência. Um vírus (biológico e não virtual) tem nos ameaçado! Quisera eu que ele nos fizesse perceber o quanto somos vulneráveis, - tecnológicos, mas ainda humanos... Ou não? "( Devaneios numa madrugada qualquer de uma quarentena pós-moderna, de Cláudia Martins)
NOTA PÚBLICA: Denúncia contra o golpe de estado em curso no Brasil
24 de Março de 2020, 19:52Palácio do Planalto Foto Joaquim Dantas |
As entidades abaixo nominadas vem DENUNCIAR, nacional e internacionalmente, que está em curso no Brasil um golpe de estado, revelado pela utilização abusiva do Decreto nº 06 de 2020, cujo artigo 1º reconhece que as medidas de exceção estão sendo adotadas “exclusivamente para os fins do art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000”, ou seja, para dispensar o governo de dar conta de seus gastos e de suas escolhas políticas, em um momento de crise sanitária, enquanto se pretende utilizá-lo para além disso. E mesmo que tal decreto não autorize a extensão da exceção por meio de Medida Provisória, no último dia 22 de março de 2020 o governo publicou a MP 927, que revela clara tentativa de estender a calamidade pública que já se instaura em razão da COVID-19 às pessoas que vivem do trabalho, retirando-lhes a possibilidade de sobrevivência física.
Enquanto outros países buscam garantir manutenção do emprego e a OIT manifesta-se salientando a importância da proteção social durante a pandemia, o governo brasileiro aproveita-se da crise sanitária para deflagrar mais um ataque aos direitos sociais trabalhistas. O texto da MP 927, com suas ilegalidades, torna a relação de trabalho uma benesse do empregador, chegando mesmo a desnaturar o contrato de trabalho, subtraindo uma de suas principais características, a onerosidade, além de disciplinar a conversão da quarentena em férias ou “feriado antecipado”, autorizar prorrogação de jornada para quem já está exposto na área da saúde ou a prática de afastamento sem remuneração, como se fosse possível sobreviver sem salário. Suspende exigências em saúde e segurança do trabalho, quando o que mais precisamos é exatamente redobrar esses cuidados. A MP convalida o ilícito: o uso de trabalho em situação análoga a de escravo, ou seja, de trabalho não remunerado.
A previsão de que a situação de precariedade se mantenha por até 270 dias, mesmo que a crise sanitária esteja sendo prevista para um período de, em média, 150 dias, revela seu verdadeiro intento. Não há preocupação com a saúde do povo, mas sim o uso perverso da pandemia, para retirar ainda mais direitos.
Por isso mesmo, não se vislumbra outro objetivo nessa medida, do que a criação de caos social e de esgarçamento das relações que permitem a sobrevivência digna, apostando num verdadeiro genocídio, a ponto de criar o caldo necessário à instauração de um governo autoritário e sem qualquer compromisso com os parâmetros democráticos.
Por tais razões, denunciamos publicamente o governo e exortamos as instituições democráticas a adotarem providências necessárias para inviabilizar a aplicação da MP 927 e afastar imediatamente o governo eleito, em razão da reiterada prática de atos de absoluta irresponsabilidade diante da gravidade do momento que enfrentamos.
AJD – Associação Juízes para a Democracia
ALJT – Associação Latino-americana de Juízes do Trabalho
ABRASTT – Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
ABRAT – Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas
JUTRA – Associação Luso-brasileira de Juristas do Trabalho
Frente ampla em Defesa da Saúde dos Trabalhadores
MATI – Movimento da Advocacia Trabalhista Independente
Instituto Trabalho Digno
IPEATRA – Instituto de Pesquisas e Estudos Avançados da Magistratura e do Ministério Público do Trabalho
AGETRA – Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas
DIESAT – Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas de Saúde e dos Ambientes de Trabalho
ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva
FEJUNN-RJ – Frente Estadual de Juristas Negras e Negros do RJ
IBDU – Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico
AJURD – Associação de Juristas pela Democracia
fonte CTB
Via AJD
Vice-governador do Texas diz que avós deveriam se sacrificar para salvar a economia para os netos
24 de Março de 2020, 12:36Donald Trump e Dan Patrick (Foto: Divulgação) |
Em entrevista à Fox News, o republicano Dan Patrick defendeu o fim do isolamento e disse que uma economia ruim é pior do que o coronavírus
Por Luisa Fragão na Revista Fórum
O vice-governador do Texas, Dan Patrick, de 69 anos, disse nesta segunda-feira (23) à Fox News que ele e outros avós norte-americanos estão “dispostos a morrer” para salvar a economia para os netos. O republicano defende o fim do isolamento durante a pandemia do coronavírus, mesmo que atitude contrarie as orientações das autoridades de saúde do país e do mundo.
“Ninguém me procurou e disse, como idoso: ‘Você está disposto a arriscar sua sobrevivência em troca de manter a América, que toda a América ama, por seus filhos e netos?’ Se for essa a troca, eu estou dentro. Eu acho que há muitos avós por aí neste país como eu – eu tenho seis netos – que o que mais nos preocupamos e amamos são aqueles crianças. Eu quero viver de forma inteligente e ver isso. Mas não quero que o país inteiro seja sacrificado”, disse.
“A minha mensagem é: voltemos ao trabalho, voltemos à vida, sejamos espertos com isto. Nós, com mais de 70 anos, cuidaremos de nós mesmos”, continuou Patrick durante sua participação no programa do comentarista Tucker Carlson. “Não sacrifiquem o país. Não façam isso”, finalizou.
O posicionamento de Patrick vai ao encontro do que o próprio presidente Donald Trump tem defendido nos últimos dias. Larry Kudlow, o principal conselheiro econômico de Trump, disse à Fox News, também nesta segunda, que o país terá que fazer “escolhas difíceis” e que “a cura não pode ser pior do que a doença”.
Tx Lt Gov Dan Patrick says grandparents would be willing to die to save the economy for their grandchildren pic.twitter.com/wC3Ngvtsbj— Andrew Lawrence (@ndrew_lawrence) March 24, 2020