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Blog do Arretadinho

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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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SEU PRECONCEITO NÃO APAGA MINHA VELA - Dia do Combate a Intolerância Rel...

25 de Fevereiro de 2020, 17:45, por .



Aquilomba Todas Elas: por paz, direitos e poder para periferias

22 de Fevereiro de 2020, 2:58, por .

Imagem: Yane Mendes
Por Coletivo Boca no Trombone, Coletivo Pão e Tinta e Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas no Justificando

Movimentos sociais ousam construir um novo poder nas eleições, carta lançada pelos movimento feminista, de juventude e de arte apresenta candidatura coletiva para eleições municipais de 2020.

Confira na íntegra a inovação política proposta pelas organizações, efetivando novos marcos para democracia brasileira. O recital Boca no Trombone, o coletivo Pão e Tinta, e a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas vêm através desta carta apresentar a chapa coletiva AQUILOMBA, para disputa das eleições municipais de 2020 na cidade de Recife.

Vivemos um contexto de aprofundamento da falta de representatividade na política institucional e manutenção do distanciamento da periferia dos espaços de deliberação institucionais, típico da democracia capitalista e representativa que não permite a chegada de novos corpos nesses espaços. Resistir a tal cenário perpassa pela construção de alternativas institucionais capazes de fomentar a construção e estruturação de políticas públicas que auxiliem na luta pela libertação e bem viver do povo negro e periférico. 

A candidatura coletiva AQUILOMBA apresenta-se como nova forma de exercício democrático e possibilidade de intervenção direta dos movimentos sociais de base comunitária nas tomadas de decisões em um mandato de vereador/a, bem como levantamento de demandas, criação de soluções para problemas, apresentação de projetos de lei e fiscalização da atuação da chapa eleita. Defendemos que o processo eleitoral deve ser um espaço de aprofundamento de debates e afirmação dos projetos de sociedade que pautam gênero e raça como questões estruturais, na busca pela verdadeira alternância de poder, causando rupturas com velhas práticas de manutenção de um poder branco e burguês. 

Em 2017, nossos coletivos Boca no Trombone, Pão e Tinta e RENFA foram mapeados como “inovações políticas na América Latina” pelo Emergência Política Periferias, pesquisa realizada pelo Instituto UpDate. O trabalho desenha o retrato histórico das experiências de inovação política que estão transformando a realidade das periferias brasileiras a partir de práticas que aproximam cidadãs e cidadãos da política institucional. Nossas periferias fazem construção política todo dia!  



Fora Dilma volta aos TTs, desta vez como ironia

21 de Fevereiro de 2020, 18:37, por .

Dólar a R$ 4,40 foi o estopim das piadas

Por Julinho Bittencourt na Revista Fórum

Numa súbita volta no tempo, a hashtag #ForaDilma foi parar entre os assuntos principais do Twitter, nesta sexta-feira (21). Desta vez, no entanto, por pura ironia.

A foto já emblemática de uma moça com um cartaz escrito: “Dilma, devolva meu dólar a R$ 1,99” reapareceu em diversas postagens.

As lembranças, nem um pouco auspiciosas, se deram por conta da moeda americana ter amanhecido nesta sexta-feira com um novo recorde, batendo no valor de valor de R$ 4,40, o maior de sua história.

Os internautas lembraram também que o país também bate outros recordes negativos, como desemprego, preço da gasolina, greves de policiais, educação em crise entre outros.

Veja abaixo alguns dos posts:



O DÓLAR CHEGOU A R$4,40! FORA DILMA! pic.twitter.com/DwIamlTYDR
— William De Lucca (@delucca) February 21, 2020
Vim aqui avisar que o dólar esta R$4,40 e quero panelaço na paulista já.

Fora Dilma pic.twitter.com/GEyuSWtv2b
— Maconheiro Parasita (@saisojb) February 21, 2020
Dólar a R$4,40.
Emprego só no Uber eats.
Militares d greve.
Ação polícias desastrosas.
Carne nas alturas.
Gasolina nas alturas.
Gente armada matando no trânsito, no supermercado, no bar.
Educação em frangalhos.
Governo em crise.
Ministros trapalhões.

Fora dilma, não pera... pic.twitter.com/aW0kxkrBqr
— Antonii jr (@junior_antonii) February 21, 2020
Dólar R$4,40 e não estou vendo dancinha do fora Dilma.

Apareçam bolsominions. pic.twitter.com/FLw9rQBCaG
— Maconheiro Parasita (@saisojb) February 21, 2020
Dólar R$4,40, fora Dilma!

ah é verdade, não é ela que está no governo. pic.twitter.com/ojFRyZWWtU
— kay. 🧚🏻‍♀️ (@kaymiauuu) February 21, 2020
— cartuxera de ideias (@Claudio25055380) February 21, 2020
— cartuxera de ideias (@Claudio25055380) February 21, 2020
Não gostavam do dólar a 2,65 e gritaram Fora Dilma. Agora a 4,40, dizem que o dólar alto é melhor. Durma-se com um barulho desse...
— Gabriel Gatti 🚩 🚩🇧🇷 🇮🇹 (@gabriel81979) February 21, 2020
Dólar a R$4,40
Militares de greve, gasolina altíssima, preços absurdos nós supermercados, educação precária, governo em crise, carne extremamente cara... Fora Dilma! Não pera pic.twitter.com/QLaGeHs5DS
— Bianchini_do_role (@VittorBianchin2) February 21, 2020
Será q o @o_antagonista já parabenizou o @jairbolsonaro pela cotação do dólar a R$ 4,40?

Em breve, chegará a R$ 5,00.

Fora Dilma pic.twitter.com/S8BB7D7gsL
— Dri Avlis (@driufc) February 21, 2020



Quando a polícia bandida quer mandar na sociedade

21 de Fevereiro de 2020, 0:15, por .

Policiais militares encapuzados e sem farda se reúnem em protesto na cidade de Fortaleza
No Ceará, PMs encapuzados acossam população, vandalizam cidades e baleiam senador. Como na Bolívia, corporação ameaça, com armas, golpear política, em fenômeno paralelo, mas distinto, ao das milícias cariocas

por  OUTRASPALAVRAS

Essa semana, a cidade de Sobral, Ceará, se tornou o centro do debate político no país. E como todo debate político nestes tempos de internet, o acontecimento já está recheado de vereditos sobre os seus significados. Mas o movimento todo é muito mais complexo do que parece e exige mais cautela em suas análises.

Primeiramente, é preciso que se diga: toda a movimentação que se iniciou entre os policiais do Ceará foi muito mais ampla do que o que aconteceu em Sobral e teve, a princípio, motivações legítimas ligadas à valorização salarial e da carreira. As negociações com o Governo cearense, inclusive, vêm contando com a ampla presença de associações e entidades de policiais do estado. Estas, por sua vez, vinham denunciando a perseguição política que sofriam do Governo.

Militares, porém, não têm direito à greve e possuem regimentos duros que, não raras vezes, são usados para perseguir policiais de baixa patente que reivindiquem direitos, o que sempre torna as manifestações policiais confusas e conturbadas, contando com a presença de seus familiares. Por isso mesmo, é tão necessário que a bandeira da desmilitarização esteja sempre presente nos debates sobre a valorização das carreiras policiais. A esquerda poderia ter um bom papel aqui, mas depois voltamos para este ponto.

Até aqui, nenhuma novidade ou diferença para outros movimentos semelhantes que sempre ocorreram em outros Estados também. Movimentos que, não raras vezes, têm ligações com a bancada da bala e, por outras vezes, já criaram lideranças progressistas de esquerda dentro das próprias corporações policiais. Líderes grevistas da PM do Rio Grande do Norte, por exemplo, integraram o projeto vencedor da atual governadora potiguar Fátima Bezerra, d

Também não é novidade nenhuma a instabilidade política em ano eleitoral. E é claro que se deve levar em conta o papel do bolsonarismo no ocorrido em um estado cuja capital pode vir a ser governada por um Capitão do PSL com bastante influência sobre a corporação policial. O fato da radicalização do movimento ter se dado em Sobral, central dos Ferreira Gomes, família pilar da esquerda cearense, é mais um indício disso.

E é em Sobral que as diferenças deste movimento parecem ter aparecido. Diferentemente do que se vê em greves militares, o movimento em Sobral foi além das costumeiras participações de familiares “impedindo” policiais de trabalharem. Por lá, a participação de policiais foi mais direta e ostensiva, com um claro objetivo de instaurar o terror na cidade. Manifestações que certamente extrapolam as pautas trabalhistas legítimas e mostram um interesse político muito mais amplo. Os militares de Sobral não pareciam querer demonstrar como o seu trabalho é necessário para a sociedade, como fazem grevistas. Eles pareciam querer demonstrar força.

Mas a resposta de Cid Gomes, é preciso que se diga, não foi correta. Não estou, aqui, caindo no moralismo raso de dizer que o diálogo é sempre o caminho e que a violência política é sempre condenável. Mas a atitude do Senador poderia realmente ter causado uma tragédia e, estrategicamente, poderia ter sido tão explosiva quanto a ainda mal explicada facada de Adélio em Bolsonaro. Nada, porém, justifica dois tiros no peito de Cid quando este já havia cessado a sua ação, o que, aliás, afasta qualquer hipótese de legítima defesa.

Nas redes e na mídia, as imagens de policiais encapuzados fechando comércios e aterrorizando a população fez com que muitos cravassem um rápido diagnóstico: as milícias não seriam mais uma exclusividade carioca e estariam se espalhando pelo país. E é exatamente este ponto que discordo e gostaria de explorar neste texto.

As milícias cariocas não são uma ação ou um movimento. São um verdadeiro sistema. Um capitalismo distópico que confunde público e privado e mercantiliza tudo através da força. Apesar de, esteticamente, as ações no Ceará terem sido parecidas com outras já vistas no Rio de Janeiro, a construção deste sistema não pareceu ser o objetivo dos policiais no estado do Nordeste. Não foi algo territorial, foi algo mais com caráter de pressão política. Colocar todo e qualquer tipo de violência policial na caixinha do “milicianismo” é uma simplificação rasa e perigosa que pode nos impedir de enxergar riscos ainda maiores do que as próprias milícias.

O que se viu em Sobral talvez seja mais comparável ao que ocorreu no recente golpe contra o Governo de Evo Morales na Bolívia do que com o que presenciamos todos os dias no Rio de Janeiro. Por lá, para além do histórico papel central das Forças Armadas no golpismo direitista latino-americano, viu-se uma importância inédita das forças policiais no apoio político (e não só de força bruta) ao golpe.

Lembremos que 2018 representou, eleitoralmente, um salto inédito da Bancada da Bala nas Casas Legislativas do país. Uma bancada que reúne membros das altas cúpulas das forças de segurança pública, delegados e coronéis, um grupo com interesses próprios e o privilégio do monopólio da violência. É o perigoso crescimento das instituições policiais como força política no país, e não só como uma força repressiva à serviço de um Governo elitista. Instituições falando por si.

E, apesar deste claramente ser um movimento de Comando, o uso de pautas legítimas, como foi no caso cearense, pode facilmente atrair as baixas patentes para tal movimento, ainda que existam atritos frequentes destes com as altas patentes, que nem sempre possuem os mesmos interesses políticos. Neste ponto, retorno ao papel da esquerda e sua histórica negligência com o tema da segurança pública. Tais pautas legítimas podem e devem ser disputadas pelo campo da esquerda, atreladas a propostas como a desmilitarização e a carreira única, que, ao contrário do que se pensa, têm grande aceitação entre os trabalhadores das bases das polícias.

Não se trata, aqui, de colocar a culpa na esquerda pelo perigo que o país corre. Trata-se de apontar um caminho para uma luta que não pode mais ser negligenciada. A segurança púbica é uma realidade, um direito e um serviço do Estado para o povo. A esquerda não pode fingir que a segurança pública não existe e deve disputá-la, até mesmo para travar o risco de um acirramento do golpe que vivemos desde 2016. O temor é de que 2020 já possa ser tarde demais para essa disputa.



Já reparou como o adjetivo "Petista" é usado para desqualificar a esquerda?

18 de Fevereiro de 2020, 13:45, por .

Não são esquerdistas, são petistas. Não são manifestantes, são petistas. Não são eleitores, são petistas.  Não são cidadãos, são petistas. 

De forma sutil, taxam todos de petistas e assim nos despem de nossos direitos políticos e até mesmo de nossa individualidade.  Quando a polícia vem bater na gente em atos covardes e injustificados, a primeira coisa que se ouve é que eram todos petistas, bando de vagabundos, ladrões, defensores de bandidos etc. – Bate neles! Desce o cacete!

Ora, eu não sou petista, não sou militante do PT e nunca fui filiado ao partido. Podem dizer que sou progressista, social democrata,  produtor e músico, podem me chamar de louco, podem até dizer que simpatizo com o socialismo, mas dizer que sou petista é mentira. 

Não que isso me ofenda. Ao contrário. Já fui sim fiscal de eleições pelo Partido dos Trabalhadores e nas eleições de 1989 eu carregava aquela estrela no meu peito com muito orgulho, mas petista era outra coisa.  É uma gente bonita, guerreira e decente, orgulhosa de seus ideias, gente que veste vermelho para lembrar o sangue dos companheiros torturados e mortos nos calabouços da maldita ditadura.  Muitos que nem chegaram a ver o nascimento do partido. 

Sim, com 18 anos eu toquei minha canção Zeferino no que foi um dos primeiros comícios do PT no Rio bem ali na praça Tiradentes. Subi num palco frente à cerca de 3000 mil petistas que me receberam com carinho e me aplaudiram como a um artista famoso. Mas não me chame de petista, pois eu não mereço essa honra. Petista era meu irmão, o professor Luiz Eduardo Fontoura, que vestia aquela estrela todos os dias e cumpriu sua linda missão aqui na terra muito cedo, mas que hoje corre pelo firmamento, o céu vermelho do final da tarde, montado numa linda estrela branca, homem de muito mais valor que qualquer um  destes que nos xingam. Petista era meu outro irmão, Ricardo Monteiro Rodrigues, que se foi mais cedo ainda e que deve estar cochichando no ouvido de Jesus, pedindo a ele que interceda por todos nós no momento em que essa nuvem negra sorrateiramente encobre nossa nação. Seria petista se tivesse o calibre de um Frei Beto, um Eduardo Suplicy, um Leonardo Boff, uma Benedita da Silva, um Olívio Dutra... Sim, um Luiz Inácio Lula da Silva.  

Não. Eu não sou petista. Se fosse não teria partido para o exílio. Se fosse estaria nas trincheiras, lutando para salvar nosso patrimônio, nossas florestas, nossa água, nossa liberdade.  Sou apenas um democrata progressista assistindo meu país ir para o brejo com uma lágrima no canto do olho e muito temor no coração. Um reles seguidor de Péricles, discípulo de Platão e de Carl Jung, devoto de Francisco e Clara de Assis ...  um velho menino que com muito orgulho se formou na ala progressista da Igreja Católica da América Latina em plena ditadura militar e que por isso odeia o autoritarismo em todas as suas formas com todas as suas forças. 

Sou bisneto do poeta e político que escreveu a primeira lei de proteção florestal no Brasil, amigo de Bertha Lutz e que num tempo em que não havia mulheres na política, serviu de porta voz no congresso para que as elas pudessem votar e ser representadas. Outro avô, por parte de mãe, era coronel médico do exército. Cuidava dos pobres de graça,  pegou em armas nos anos 30 pelo socialismo e felizmente morreu sem ver o que os militares fariam com o nosso país. Esses avós sim, são dignos de serem chamados de petistas.  

Não. Não sou petista, mas com muito orgulho faço parte da maioria da população que elegeu Lula e Dilma e teve seu voto roubado em 2016. Não sou petista, porque quando nos chamam de petista, roubam a nossa cidadania. A cidadania de mais de 50% da população que pensa para frente e quer levar esse país para um futuro sem miséria, sem donos do poder, sem injustiça, mas que é impedida pela outra metade que quer o retrocesso, que está na contramão da história e insiste em nos rotular nos chamando de petistas... como se fosse um insulto.

Lufe Lima