Nota de repúdio
10 de Fevereiro de 2020, 15:00Após um lindo dia de trabalho, estudo, papo com amigos, banho de chuva, resolução de questões domésticas e de fazer a ronda virtual com os filhos me dou o direito de ligar a TV para abstrair a mente com algumas besteiras e, também, para me atualizar sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo através do noticiário e, neste momento, eis que ouço a frase proferida pelo presidente em exercício "uma pessoa com HIV, além de ser um problema sério para ela (si própria), é uma despesa para todos aqui no Brasil". Paro estarrecida e imóvel diante da TV, ainda sem acreditar no acabei de ouvir, nutrindo a esperança de ter me enganado, de ter ouvido outra coisa, de ter sido traída pelos meus ouvidos, contudo, para minha total decepção, não foi engano e os meus ouvidos não me traíram, ao contrário disso, ouviram muito bem, palavra por palavra desta frase descabida e cruel.
Senhor Presidente da República Federativa do Brasil venho, através desta nota, verbalizar todo o meu repúdio à sua declaração que além de uma crueldade sem tamanho, imputa a pessoa portadora de HIV a culpa pelo descontrole financeiro do país, incentiva o preconceito, a marginalização e, consequentemente, o desrespeito à esta população.
Vale lembrar que os portadores de HIV são cidadãos de direito e que muitos deles ajudaram a te eleger. Também vale lembrar que sua função como presidente do país não é infernizar a vida dos cidadãos, sua função é tornar a vida da população mais segura, fluida, com garantia dos direitos básicos, proporcionando educação e saúde de qualidade, enfim, o senhor deveria ser o principal articulador das vontades da população, mas ao invés disso, prefere apoiar medidas inadequadas e proferir frases que ridicularizam o povo brasileiro e envergonham a Nação.
Sabe o que é despesa para todos no Brasil? A corrupção, os altos salários governamentais, as mordomias governamentais, as pensões das filhas solteiras de militares (que em sua maioria vivem maritalmente mas não se casam legalmente para não perder a boquinha), a criação de políticas públicas descabidas, os banquetes oferecidos pelo Estado, as obras inacabadas, o genocídio indígena, as licitações mal feitas, o excesso de politicos, gabinetes e acessores com altos salários, o não investimento nos três pilares sociais básicos segurança/saúde/educação, o descaso com a população de rua, o corte de verbas para as pesquisas científicas, a impunidade, o descaso com a natureza, e tantas outras demandas que oneram o Estado e os brasileiros e que a Presidência nada faz para resolver. Isso sim causa despesas e transtornos para todos os brasileiros.
Senhor Presidente, cuidar da saúde da população, inclusive dos portadores de HIV é obrigação do Estado. Sugiro que use o seu poder para assegurar que todos sejam assistidos e que recebam sua medicação em dia.
Como cidadã espero, encarecidamente, que o senhor se coloque no seu lugar e que resolva assumir a sua função pois já passou do tempo de exercê-la com zelo, competência, transparência e, acima de tudo, com amor e respeito pelo povo brasileiro e, claro, que se retrate com a população portadora de HIV.
Ass: Telma Lobato, mulher, mãe, avó, trabalhadora, cidadã e, acima de tudo orgulhosa de ser brasile
ISSO É CRIME! ALERTA!
10 de Fevereiro de 2020, 14:44Colegas, a escola recebeu ligação " se dizendo do Tribunal Eleitoral" querendo conversar com os Estudantes sobre a importância do voto, de fazer o título eleitoral e já fazer o Cadastramento Eleitoral.
Isso, lá em dezembro.
Minha Diretora questionou se o Tribunal Eleitoral estava com " tanto pessoal disponível para percorrer as escolas", o jovem acabou respondendo que " era uma parceria". Então, a Diretora solicitou que enviassem e-mail.
Não veio.
Hoje, ligaram novamente.
Quando questionei porque interessava ao Tribunal Eleitoral a Informação sobre " existência de Grêmio Estudantil", informado pela garota que ligava, ela me respondeu que era da "ALIANÇA LIBERTADORA NACIONAL", ou algo parecido.
Já percebendo o " golpe" respondi que não aceitaremos a entrada na escola de Instituição não reconhecida. " Vocês faltam com a ética, mentem." - Falei e desliguei.
Eu e Minha Diretora, suspeitamos tratar-se de alguma Organização " Parceira" do Bolsonarismo, buscando "captar aliados" para o seu projeto de um novo partido ou algo além disso, como "arregimentar adeptos para sua ideologia".
Por isso, decidimos compartilhar este alerta.
Neiva Lazzarotto
Malafaia reclama que ‘Trabalhador brasileiro tem muito privilégio’
7 de Fevereiro de 2020, 16:37No bate-papo, o Malafaia comemora "um milhão de novos empregos com carteira assinada". Segundo dados do Caged, vinculado ao ministério de Paulo Guedes, foram 644 mil |
FÉ NO LUCRO
Proprietário de 116 empresas, Malafaia reclama a Bolsonaro: ‘Trabalhador brasileiro tem muito privilégio’
Apoiador do presidente e dono de igrejas e empreendimentos diversos, pastor se queixa da multa sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa. "O cara já tem o fundo de garantia..."
Publicado por Cida de Oliveira, da RBA
São Paulo – Apoiador de Jair Bolsonaro (sem partido), o pastor evangélico Silas Malafaia, da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do Rio de Janeiro, está crente que o trabalhador brasileiro tem muitos “privilégios” e que os patrões necessitam de mais “incentivos”. “Acho que no nosso país essa visão esquerdopata, de só pensar em ‘privilégios’, acabou prejudicando os próprios trabalhadores. Por que uma empresa, rapaz… em que lugar do mundo, em que lugar é esse do mundo que você paga uma multa… O cara (trabalhador) tem fundo de garantia… e ainda tem de pagar uma multa para mandar o cara embora. E se a empresa (es)tiver mal?”, questiona, em bate-papo com Bolsonaro – que ele chama de entrevista –, publicado nesta semana em seu canal no Youtube (assista ao vídeo no final desta matéria).
Desprezando o fato de os trabalhadores virem perdendo direitos trabalhistas e previdenciários desde o governo de Michel Temer (MDB-SP), a quem também apoiou abertamente, Malafaia não se comporta como um entrevistador, e sim como integrante da turma de empresários bolsonaristas, a exemplo de Luciano Hang, dono da Havan.
Chega a inflar o número de empregos com carteira assinada criado no governo Bolosonaro, que por sua vez, não corrigiu a informação falsa: em vez dos 644 mil anunciados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o empresário da fé fala em 1 milhão de novos empregos, levantando a bola para o presidente dizer em seguida que “tem de facilitar a vida do patrão”. “Se o patrão não cria emprego, não sou eu que vou criar.”
Teologia e prosperidade
O empresário Malafaia, que defende políticas que facilitem a vida, e principalmente o lucro dos patrões, “puxa a sardinha para o seu lado”, naturalmente. Depois de ter aberto seu primeiro templo, a Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, em 29 de setembro de 1971, no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, viu seus negócios prosperarem.
Segundo a Receita Federal, há atualmente 116 empresas das quais ele é sócio, entre as quais algumas inativas. O total do capital social declarado de seus empreendimentos é de R$ 17.040.000,00.
São empresas como a Central Gospel Music, que tem lojas no Rio de Janeiro e em São Paulo, fora o comércio virtual e uma produtora de audiovisuais, onde grava CDs e DVDs e mantém estrelas do milionário filão da música gospel em seu casting. No grupo há também a Editora Central Gospel Ltda, que entrou em recuperação judicial em meados de 2019. Segundo a Justiça do Rio, as dívidas são da ordem de R$ 15.644.138,72, sendo R$ 1.508.955,80 só com credores trabalhistas.
O fundamental para mim sempre foi poder dedicar tempo à minha esposa e à família. Sempre tirei férias, mesmo tendo muitos compromissos. Promova e aproveite os momentos de lazer com a sua família! pic.twitter.com/a33LR7MqyM— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) January 20, 2020
Além de centenas de templos espalhados pelo país, o império da fé da família Malafaia inclui a Talli Eventos e Produções Gospel, cuja atividade econômica é a produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão, além de organização de feiras, congressos, exposições e festas. E ainda, como exemplo, a Editora Vida Vitoriosa, que comercializa livros.
Chama a atenção uma empresa de participações – tipo de empreendimento que é criado com o objetivo de administrar um grupo de outras empresas, segundo manuais de administração –, a ESM Investimento e Participações Ltda. Sua atividade econômica: outras sociedades de participação, exceto holdings. Pode ser um indicativo que Malafaia esteja se preparando para ampliar seus investimentos.
Em tempo: pesquisa Datafolha publicada em 13 de janeiro no jornal Folha de S.Paulo revela que 48% das famílias evangélicas têm renda familiar de até dois salários mínimos; 21%, de dois a três. Apenas 2% do total de famílias têm rendimento maior que 10 salários. Onde estão os “privilégios” desses irmãos que frequentam os templos?
Assista Silas Malafaia e Jair Bolsonaro
‘Sonho’ de Bolsonaro é autorizar a ‘invasão de terras indígenas’, alerta associação
7 de Fevereiro de 2020, 15:55"Sonho de Bolsonaro é na verdade atender aos interesses econômicos que impulsionaram sua candidatura e sustentam seu governo", contesta Apib sobre PL 191/2020 |
POR INTERESSES
‘Sonho’ de Bolsonaro é autorizar a ‘invasão de terras indígenas’, alerta associação
Governo envia ao Congresso Nacional projeto que regulamenta mineração e hidrelétricas em territórios indígenas. Em nota, Apib reage e aponta "racismo" em declarações do presidente. Por ofício, Psol adverte que matéria é "inconstitucional"
Publicado por Redação RBA
São Paulo – Para atender aos interesses de grandes empresários e fazendeiros, o governo de Jair Bolsonaro desferiu novos ataques aos povos indígenas. Nesta quinta-feira (6), o Executivo enviou à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 191/2020 que regulamenta a mineração e a geração de energia em terras dos povos originários. Um “sonho”, como destacou o presidente em referência à medida.
Entidades, indígenas e partidos da oposição ao governo prontamente contestaram a proposta que, de acordo com ofício apresentado pelo Psol, é “evidentemente inconstitucional”. “Agora, além dele (Bolsonaro) não demarcar e devolver as nossas terras, ele quer tirar de nós e destruir o nosso território, isso é, decretar o genocídio, o etnocídio às populações indígenas desse país, além de destruir o meio ambiente e os recursos naturais”, criticou o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) Paulo Tupinikim em entrevista à repórter Camila Piacesi, do Seu Jornal, da TVT.
A liberação inclui atividades desde a mineração e garimpo à extração de petróleo e gás, assim como a construção de hidrelétricas e a agropecuária. O governo argumenta que a mineração, por exemplo, já ocorre nas terras indígenas, e os povos “precisam ter acesso a essas riquezas”. Ainda segundo o presidente, ” índio é um ser humano exatamente igual a nós, Tem coração, tem sentimento, tem alma, tem desejo, tem necessidades”.
Em nota, a Apib classificou as declarações de Bolsonaro como “racismo visceral”, que faz lembrar o “etnocentrismo dos invasores europeus” que massacraram os indígenas no período colonial, além de divergir do “sentido real de autonomia, para na verdade autorizar também a invasão dos territórios indígenas”. ‘Esse tipo de exploração dos territórios não vai significar nada para a qualidade dos povos indígenas, mas sim para a iniciativa privada”, garantiu o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Eduardo de Oliveira à TVT.
Oliveira destaca que o governo Bolsonaro mente ao dizer que houve consulta pública. De acordo com ele, os povos indígenas não participaram de quaisquer discussões sobre o PL. A Apib acrescenta que a maioria dos povos indígenas não compartilha dos anseio do governo e alerta que o verdadeiro “sonho” de Bolsonaro “é na verdade atender aos interesses econômicos que impulsionaram sua candidatura e sustentam seu governo”.
Assista à reportagem da TVT
Bolsonaro acaba com departamento de AIDS
6 de Fevereiro de 2020, 17:28Bolsonaro quer liquidar o programa brasileiro de combate à AIDS que é referência no mundo |
POLÍTICA DE MORTE
Bolsonaro acaba com departamento de AIDS e revolta organizações e ex-ministro da Saúde
Brasil é reconhecido mundialmente por políticas de combate ao vírus HIV, mas o governo rebaixou o departamento e o inseriu em outro setor
Publicado por Rodrigo Gomes, Da RBA
São Paulo – O rebaixamento do Departamento de IST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde para parte de um setor mais amplo chamado Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, feito pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), revoltou ativistas, pessoas que vivem com a doença e o ex-ministro da Saúde e atual deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). O parlamentar avalia que essa mudança é muito grave, pois o setor perde em autonomia para a execução de políticas. E a retirada do termo AIDS do nome é uma forma de “tentar colocar no esquecimento algo grave, que é a epidemia do vírus, existente no Brasil e no mundo”.
Padilha ressaltou que o governo está acabando com uma política que é referência internacional em saúde pública, construída ao longo dos últimos 20 anos e fortalecida pelos governos petistas. “O trabalho de prevenção ao vírus ultrapassou vários governos e foi fortemente aprimorada por Lula e Dilma. Em 2013, por exemplo, o Brasil voltou à vanguarda mundial na resposta à AIDS ao adotar a estratégia de ampliar o acesso ao tratamento da forma mais rápida possível. Isso fez com que pudéssemos reduzir o número de mortes causadas pelo vírus”, relembra. Dados do Ministério da Saúde mostram a taxa de mortalidade pela infecção teve queda de 16,5% entre 2014 e 2017.
O Movimento Nacional de Luta Contra a AIDS destacou que o governo agiu de forma “perversa”, não tendo informado qualquer proposta de alteração nas reuniões da Comissão Nacional de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais (CNAIDS) e da Comissão Nacional de Articulação com Movimentos Sociais (CAMS), ocorridas há um mês. “Não se trata apenas de uma questão de nomenclatura: é o fim do Programa Brasileiro de AIDS. O governo, na prática, extingue de maneira inaceitável e irresponsável um dos programas de AIDS mais importantes do mundo, que foi, durante décadas referência internacional na luta contra a Aids”, diz o movimento.
Bolsonaro nunca escondeu uma visão preconceituosa sobre pessoas vivendo com HIV. Em entrevista ao programa Custe o Que Custar (CQC), em 2010, Bolsonaro declarou que a infecção é problema de quem vive com a doença. “A pessoa não pode ficar aí na vida mundana e depois querer cobrar do poder público um tratamento que é caro nessa área aí. Se não se cuidou, o problema é dele”, afirmou. Na prática, as políticas de enfrentamento da doença passam a ser elaboradas conjuntamente e dividindo recursos com ações contra a Tuberculose e a Hanseníase. A medida foi oficializada pelo Decreto 9.795, de 17 de Maio de 2019.
As organizações ressaltam que a AIDS ainda “mata cerca de 12 mil pessoas por ano e que, longe de estar controlada, continua crescendo, especialmente entre populações pobres e estigmatizadas, já tradicionalmente excluídas e que com este ato se tornam mais invisíveis e desrespeitadas”.
Vanessa Campos, integrante do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas avaliou que o objetivo do governo é tornar a invisível tanto a AIDS quanto suas demandas específicas. “Isso já vem sendo feito na prática com a campanha de prevenção no Carnaval que focou em homens cis héteros. Além disso, com a incorporação da hanseníase na pasta, também divide-se a atenção com esta outra especificidade que já não recebe o enfoque necessário há anos. Resta a pergunta: e a implementação de recursos financeiros para tudo isso, como fica? A AIDS não é prioridade para este governo”, afirmou, à Agência de Notícias da AIDS.