PMs acusados de torturar jovens são soltos no RJ
28 de Dezembro de 2015, 15:48![]() |
Foto da internet |
Oito policiais militares acusados de torturar jovens com faca quente, são soltos no Rio de Janeiro
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Os oito policiais militares acusados de queimar com faca quente, roubar, ameaçar e humilhar quatro rapazes no bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro, ganharam a liberdade na manhã desta segunda-feira (28). Eles ficaram presos administrativamente apenas por 72 horas.
Os PMs trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora, UPP, da Coroa, Fallet e Fogueteiro, mas por enquanto não voltarão aos seus postos, eles vão realizar serviços internos em uma unidade militar que não foi divulgado pelo comando da corporação.
Os quatro jovens que tem entre 13 e 23 anos, saiam de uma festa na madrugada do último dia 25 quando foram abordados pelos PMs em uma blitz. Segundo relataram os jovens a abordagem foi feita com chutes no rosto e no tórax, ao tempo em que eram acusados pelos policiais de serem bandidos.
Não satisfeitos com a agressão inicial, os PMs cortaram com uma faca quente parte dos braços e pernas dos jovens sendo que, um deles, teve parte do saco escrotal cortado. A tortura não parou por aí, ainda segundo o depoimentos dos rapazes, os policiais queimaram o cabelo deles com um isqueiro, obrigaram os quatro jovens a ficarem completamente nus no meio da rua e obrigaram um deles a fazer sexo oral com outro rapaz enquanto um PM filmava a cena.
Em declaração à imprensa carioca um dos rapazes afirmou que “a gente implorava para parar. Não pedia, não. Implorava para parar, chorando todo mundo. E ele não parava, não. Aí, é que eles batiam mais. Teve uma hora que eu falei: estou passando mal, meu senhor. Está passando mal? Pegou o spray de pimenta e tacou na minha cara”.
Os relatos dão conta ainda de que os rapazes estão com muito medo de represálias por parte dos acusados, eles afirmam também que foram roubados pelos PMs em R$ 400,00, sandálias, bonés e cordões.
Após a seção de tortura os quatro jovens dirigiram-se à delegacia para prestar queixa e foram intimidados pelos policias, que já estavam no local, para que não fizessem isso.
Não resta a menor sombra de dúvida de que esses rapazes estão correndo risco de morte, após a libertação dos policiais, mesmo que eles não voltem a ocupar os antigos postos nas UPPs. Os PMs deveriam continuar presos até que as investigações fossem concluídas, agora só resta torcer para que esses jovens, pretos e pobres, não engrossem as estatísticas de homicídios praticados pela polícia do Rio.
Dilma reúne ministros para tratar de ações para 2016
28 de Dezembro de 2015, 11:24A presidenta Dilma Rousseff vai começar a última semana do ano com uma reunião nesta segunda-feira (28) com ministros da área econômica e do núcleo político.
É para discutir reformas e projetos prioritários do governo para o começo de 2016. Dilma passou o natal com a família, em Porto Alegre, e, no sábado (26), sobrevoou o município de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, afetado por fortes chuvas e enchentes.
Na reunião de hoje à tarde, que terá a participação dos novos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão, entre outros, Dilma vai definir a pauta do Executivo que será apresentada ao Congresso Nacional na volta do recesso legislativo, em fevereiro.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, a pauta do encontro de hoje inclui a reforma da Previdência, novas concessões de portos e aeroportos e medidas como a simplificação do sistema tributário e financiamento de longo prazo.
A presidenta também deverá discutir com os ministros a estratégia do governo para aprovar no Congresso a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), considerada fundamental para aumentar a arrecadação no próximo ano.
Dilma também pode se reunir ainda hoje com governadores que estarão em Brasília para um encontro com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
Mais de dez governadores já confirmaram a vinda a Brasília, entre eles, Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro, Geraldo Alckmin, de São Paulo, Fernando Pimentel, de Minas Gerais, e Flávio Dino, do Maranhão.
da Agência Brasil
Pesquisa revela melhora na confiança da indústria
28 de Dezembro de 2015, 11:17Empresários do setor industrial encerram o ano mais desanimados do que em 2014.
No entanto, em relação a novembro último, houve melhora no humor sobre as possibilidades de bons negócios no primeiro semestre do próximo ano.
É o que revela pesquisa sobre o Índice de Confiança da Indústria (ICI), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), que subiu 1,1 ponto em dezembro, passando de 74,8 para 75,9 pontos.
Em relação a dezembro do ano passado, o resultado indica queda de 10,7%. A percepção do empresariado sobre os rumos da economia tem oscilado entre altas e baixas no segundo semestre.
Em outubro último, havia apresentado elevação de 3,1 pontos, seguindo-se um recuo de 1,4 ponto em novembro.
A melhora em dezembro é reflexo, principalmente, do aumento de 1,9 ponto do Índice de Expectativas (IE),que atingiu 77,0 pontos.
O Índice da Situação Atual (ISA) subiu 0,4 ponto ao passar para 75,2 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NuciI) também subiu e atingiu 75,1%, resultado que é 0,5 ponto percentual superior ao registrado no mês passado.
O levantamento foi feito com base em dados coletados em 1.126 empresas entre os últimos dias 1o e 21.
Apesar do avanço, o coordenador da pesquisa, Tabi Thuler Santos, observou que ainda não dá para se prever uma tendência de recuperação.
“A alta do ICI no quarto trimestre traz boas notícias, como o movimento no sentido de normalização dos estoques e alguma melhora das expectativas. Porém, como os indicadores da pesquisa visitaram seus mínimos históricos ao longo do segundo semestre e a alta é tímida, há que se esperar por novos avanços para se confirmar uma mudança de trajetória”.
da Agência Brasil
Homem estava se masturbando na poltrona do avião durante voo
27 de Dezembro de 2015, 14:37![]() |
Engenheiro tem esposa no Recife e estava vindo para a capital pernambucana Foto: Polícia Federal / Divulgação |
Engenheiro civil é detido no Aeroporto do Recife por prática de ato obsceno
Um engenheiro civil de 29 anos foi detido na tarde desse sábado (26) por prática de ato obsceno após desembarcar no Aeroporto Internacional dos Guararapes-Gilberto Freyre, no Recife. De acordo com a Polícia Federal, durante o voo, o homem estava com o pênis fora da bermuda fazendo movimentos de masturbação. Uma advogada de 39 anos, que estava sentada na poltrona ao lado, percebeu o ato. O engenheiro, natural da Bahia, tem esposa no Recife e estava vindo para a capital pernambucana passar as festividades de fim de ano com a família.
Indignada com a situação, a advogada procurou o comissário de bordo, que a orientou a fazer um boletim de ocorrência na Polícia Federal assim que o avião pousar. Ainda conforme a corporação, o suspeito foi detido e encaminhado para a Delegacia de Imigração, para prestar esclarecimentos.
Em seu depoimento, o engenheiro afirmou que fica muito ansioso e com medo da decolagem do avião e, por isso, procurou uma forma de se distrair. Ele disse ainda que não sofre nenhum problema psiquiátrico, mas não soube explicar porque não procurou o banheiro para praticar tal ato.
A Polícia Federal afirmou ainda que, o engenheiro civil foi autuado através de um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por ato obsceno. Se condenado, ele pode pegar de 3 meses a 1 ano, além de multa. Após assinar um termo de compromisso de comparecimento à audiência na Justiça onde deverá responder pelo crime, ele foi liberado.
fonte jconline.ne10.uol.com.br/
“Cadê o prejuízo?,” pergunta Gurgacz
27 de Dezembro de 2015, 12:26
Por Paulo Moreira Leite no Brasil 247
Elaborado nos últimos dias de 2015, o relatório do Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) está destinado a se transformar no primeiro texto base da política brasileira em 2016. Resposta à resolução do Tribunal de Contas da União que propõe a rejeição das contas do governo Dilma em 2014, o documento é uma aula de administração pública, conhecimento jurídico – e respeito pelas regras do Estado Democrático de Direito. Também oferece novidades fulminantes contra a decisão do TCU.
Lembrando que qualquer acusação de irregularidade contra a presidente da República “ deve ser comprovada, e não presumida”, ele observa na página 67: “apesar de recomendar a rejeição (das contas), em nenhum momento do TCU especificou o efetivo prejuízo causado às contas públicas pela conduta presidencial.” Não é uma omissão qualquer.
Entre as quatro hipóteses previstas legalmente para a rejeição das contas da presidente, três se referem a desfalques, desvios e atos de natureza criminal ou pelo menos ilegal. (A outra hipótese pune o governante que simples deixar de enviar ao Congresso um relatório sobre suas contas). Ao se mostrar incapaz de definir sequer o “efetivo prejuízo causado às contas públicas pela gestão presidencial,” o documento do TCU valoriza uma narrativa que pretende descrever um suposto sistema de desvios e irregularidades, mas não aponta fatos para justificar o que pretende. Privilegia a trama, sem apresentar a prova.
Com paciência e detalhamento – o relatório tem 243 páginas, com gráficos e tabelas que tornam a argumentação mais compreensível – Gurgacz sustenta que as contas de Dilma em 2014 devem ser aprovadas “com ressalvas.”
Essa classificação é um termo técnico, usado para definir uma gestão onde podem ter ocorrido falhas e deslizes de natureza formal, mas que não causaram prejuízo aos cofres públicos. Para permitir um debate ponderado sobre as contas, o documento recorda que em 2011 o TCU apontou 25 falhas e deslizes formais, quase o dobro daquilo que se aponta nas contas de 2014 – e nem por isso concluiu que as contas deveriam ser rejeitadas, como agora se pretende.
A principal crítica de Gurgacz envolve a postura do TCU, que acusa de tentar assumir um papel de protagonista num debate no qual deveria manter-se em função secundária, de assessoramento do Legislativo, como determina a Constituição. Com essa observação, o senador coloca o debate no plano correto – da democracia.
Diz que, ao pedir a rejeição das contas de Dilma, o TCU de extrapola suas atribuições legais, de órgão de assessoria do Legislativo, fugindo ao espírito da Constituição democrática de 1988. Chega a denunciar, na página 63, uma “quebra de princípios da igualdade e independência entre os poderes.” Lembra que, não cabe ao TCU julgar um governo e muito menos fazer recomendações a deputados e senadores, pois seu trabalho é muito mais modesto, de outra natureza: apenas emitir um “parecer prévio”, apoiado em fatos objetivos e dados técnicos, sem tentar “influenciar” a decisão dos parlamentares. Sem demonstrar, em nenhum momento, o mais leve desrespeito pelo tribunal e sua atividade, empregando, por todo tempo, uma linguagem adequada, ele recorda, entre outras, uma observação de Marco Aurélio Mello, em 1992, que define o TCU como “simples órgão auxiliar da esfera opinativa.”
As diversas referências à Constituição de 1988 não constituem um truque retórico. Sem esconder-se atrás de eufemismos que poderiam prejudicar a clareza do raciocínio, o senador argumenta que com a postura assumida no exame das contas de 2014 o TCU em 2015 permitiu-se “julgar tudo o que considera conveniente.”
Diz, por exemplo, que o tribunal chega a “reinterpretar” as normas internas do Banco Central, num esforço destinado a contestar a metodologia tradicional da instituição para produzir suas próprias estatísticas fiscais, num exercício padronizado há décadas, e aceito internacionalmente.
O texto localiza a origem desse comportamento de quem ignora fronteiras legais a suas atribuições num período lamentável de nossa história, no Brasil que vivia sob o AI-5. Lembra que o TCU foi usado pelo regime dos generais para funcionar como um instrumento de pressão permanente para enquadrar o Congresso, visto como principal foco de discórdia e atitudes de contestação que, mesmo limitadas, pretendia-se evitar a qualquer custo.
Num necessário serviço de reconstituição da memória histórica, o relatório recorda que, nos primórdios da Constituinte de 1988, quando os rumos da democratização ainda não estavam claros, fez-se uma tentativa de assegurar que o TCU mantivesse os poderes políticos acumulados no período anterior. Esse movimento chegou a prosperar no início dos trabalhos, como um dos diversos entulhos autoritários – até que, numa reação compreensível da maioria dos parlamentares, o texto definitivo assegurou as devidas prerrogativas dos representantes eleitos, aos quais o TCU deve prestar uma assessoria, limitada a “aspectos meramente formais,” como ensina o mestre Celso Bandeiro de Mello, uma das vozes mais respeitadas do direito administrativo brasileiro.
Para sublinhar que o debate real não envolve problemas de contabilidade, mas opções de política econômica que dizem respeito ao destino de um país com mais de 200 milhões de habitantes, a ser resolvido em urnas, pelos eleitores, Gurgacz recorda, na página 8, uma observação antológica deixada por Aliomar Baleeiro (1905-1978), um parlamentar da UDN que chegou ao Supremo por indicação de Castello Branco, primeiro presidente do golpe 64 mas, com o passar dos anos, tornou-se uma referência liberal na mais alta corte do país.
Em obra clássica sobre administração pública e sobre o papel dos governantes, Baleeiro observou que é preciso considerar as mudanças de conjuntura de cada país – e de cada governo – para entender o ordenamento de despesas e definição de prioridades, o que só reforça a necessidade de reservar o trabalho de julgar as contas da presidente da República a um poder político, o Legislativo, e não a um órgão de assessoria técnica.
“Num país dominado por uma elite requintada, esta exigirá do governo obras de luxo e de conforto,” escreveu Baleeiro. Falecido no mesmo ano em que ocorreram as grandes greves que projetaram a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva no plano nacional, o jurista acrescentou: “se as circunstâncias mudam, e as massas humildes conseguem a partilha do poder político, as despesas públicas se dirigirão para a construção de hospitais, maternidades, postos de puericultura, escolas primárias e outros serviços que de modo geral interessam ao proletariado.”
É nesse contexto, observa o senador, que cabe ao Congresso examinar se a presidente “procedeu como devia e, ainda, como prometeu.”
Pela consistência, o trabalho, intitulado “Contas Prestadas pela Excelentíssima Senhora Presidente da República (Exercício 2014)” representa, no plano político, aquilo que o voto do ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, representou no plano jurídico, ao desmontar, linha por linha, argumento por argumento, o projeto de Eduardo Cunha, que encaminhava a proposta de impeachment por uma via rápida, leviana e irresponsável.
Pela qualidade de sua argumentação, pela importância dos dados que apresenta, é de se imaginar que possa vir a ter um impacto semelhante entre seus pares, contribuindo para assegurar uma discussão de bom nível, fundamentada em conhecimento de caso e dados consolidados.
(Este é o primeiro de um conjunto de artigos sobre as contas do governo que planejo publicar nas próximas semanas)