Falso índio çigado ao grupo Sarney é condenado no MA
14 de Novembro de 2015, 3:30Juiz que condenou falso índio ligado ao grupo Sarney diz que réu cometeu crimes gravesCondenado a 14 anos e sete meses de prisão em regime fechado, o falso índio Uirauchene Alves Soares, foi considerado criminoso grave pela Justiça Federal.
‘’Não há possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade de por pena restritiva de direitos. Por se tratar de crime doloso cometido mediante grave ameaça’’, diz a sentença.
Uirauchene foi condenado por sequestrar servidores da Funasa em 1994. Na época ele já respondia vários processos na justiça por envolvimento em outros crimes.
Em junho, Uirauchene ocupou os meios de comunicação do grupo Sarney para tentar receber recursos irregulares relativos à transporte escolar relativos à contratos assinados na gestão anterior da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).
Índio paraguaio
Na sentença condenatória, a Justiça coloca sob suspeição a condição de índio usada por Uirauchene para tentar fugir de punições: ‘’Nota-se que (…) Uirauchene Alves Soares nasceu em São Luís, filho de índia mestiça e pai não índio, apresentando, inclusive, características fenotípicas’ de afrodescendente como evidenciado em documento (…)’’
Segundo a Justiça, Uirauchene usou a condição de suposto índio para insuflar outros caciques a cometerem crimes.
fonte maranhaodagente.com.br
Manifestações em SP e Brasília pedem saída de Cunha
13 de Novembro de 2015, 22:05![]() |
Foto Nena Medeiros clique para ampliar |
Movimentos Sociais em São Paulo e Brasília vão às ruas pedir "fora Cunha!"
De Brasilia
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Com informações, fotos e vídeo de Nena Medeiros
Cerca de 3000 manifestantes tomaram a Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (13) para pedir a saída do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, PMDB/RJ. Cunha é acusado pelo Ministério Público da Suíça de possuir contas secretas no país em seu nome, da mulher e da filha.
Segundo a revista Carta Capital "os recursos estão inacessíveis desde abril, quando o banco Julius Bar identificou Cunha, sua mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e uma das filhas do deputado como beneficiários finais de contas secretas que somam 2,4 milhões de dólares, cerca de 9 milhões de reais.
A própria instituição financeira reportou as suspeitas de origem ilícita do dinheiro ao procurador-geral suíço, Michael Lauber, que instaurou um inquérito contra o deputado por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro. Mais recentemente, o Ministério Público da Suíça firmou um acordo de colaboração com o Brasil e passou a compartilhar informações com a Procuradoria-Geral da República.
A revelação reforça as suspeitas contra o presidente da Câmara, acusado de receber propinas da Petrobras. Em julho deste ano, Júlio Camargo, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal no Paraná que Cunha exigiu 5 milhões de dólares decorrentes de contratos para a construção de navios-sonda da Petrobras," publicou a revista no dia 10 do mês passado
Após seguirem pela Paulista, os manifestantes caminharam em direção à Rua Augusta, sempre gritando palavras de ordem e pedindo a saída de Cunha.
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Em Brasília 10.000 manifestantes Foto: Lula Marques/Agência PT clique para ampliar |
Em Brasília cerca de 10.000 pessoas saíram em marcha contra o retrocesso, em defesa da democracia e pela saída de Cunha.
A marcha começou em frente da Biblioteca Nacional, onde a Frente Brasil Popular, composta por movimentos como a Central Única dos Trabalhadores, CUT, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST e União Brasileira de Estudantes Secundaristas, UBEs partiu em direção ao Congresso Nacional, ao Palácio do Planalto e ao Ministério da Educação, onde a manifestação terminou.
Um peque incidente ocorreu em frente ao Congresso Nacional entre os estudantes e um grupo que está acampado no gramado e pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas foi rapidamente controlado pela Polícia Militar, que criou um cordão de isolamento para evitar o confronto entre os dois grupos.
Já na marcha de São Paulo o incidente foi em frente ao Conjunto Nacional, um manifestante tentou pendurar uma faixa contra Cunha, mas foi impedido por seguranças do local. Não foi necesário a intervenção da Polícia Militar.
Confira mais fotos da manifestação em SP:
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Foto Nena Medeiros |
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Foto Nena Medeiros |
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Foto Nena Medeiros |
Transposição vai levar água a 12 milhões
13 de Novembro de 2015, 12:03Transposição do São Francisco usa gravidade e bombeamento para levar água a 12 milhõesMais de 12 milhões de pessoas beneficiadas em 390 municípios em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, R$ 8,2 bilhões investidos, cerca de 10 mil trabalhadores envolvidos.
Os números fazem a integração do Rio São Francisco ser considerada a maior obra de infraestrutura para abastecimento de água da história do Brasil.
do Portal EBC
Prevista para terminar em 2017, a transposição do “Velho Chico” atende a uma demanda de recursos hídricos na região Nordeste do Brasil.
De acordo com dados do governo, o Nordeste possui 28% da população brasileira e apenas 3% da disponibilidade de água. Já o Rio São Francisco responde por 70% de toda a oferta de água da região.
A obra consiste, basicamente, em fazer com que as águas do Rio São Francisco cheguem a outros reservatórios de forma sustentável (ou seja, sem grandes impactos ambientais). Para tanto, a água percorre o trajeto de duas formas: por gravidade (o canal da obra tem uma declive de 3º) ou com a força de estações de bombeamento.
A sustentabilidade da transposição, no entanto, divide opiniões. Movimentos em defesa do rio alegam que o projeto poderia desequilibrar o ecossistema do local. O governo, por sua vez, garante que projetos de revitalização devem compensar possíveis impactos ambientais.
A obra de transposição do Rio São Francisco é dividida em dois eixos: o Norte, que vai do município de Cabrobó (PE) até Cajazeiras (PB) e tem 260 km de extensão, e o Leste, que vai de Floresta (PE) até Monteiro (PB) e tem 217 km. No Eixo Norte, a primeira fase das obras da Meta 1, que conta com a primeira estação de bombeamento (EBI-1), foi entregue no dia 21 de agosto de 2015. Já no Eixo Leste, a primeira estação de bombeamento (EBV-1) foi entregue no ano passado. A previsão é de que seja entregue a EBV-2 em 15 de outubro deste ano. Confira no mapa abaixo mais detalhes sobre cada ponto do projeto. Clique nos números para navegar:
A fonte: Rio São Francisco
O início do caminho das águas é o São Francisco. Com cerca de 2,8 mil km de extensão, o rio passa por cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. Do “Velho Chico” até as primeiras estações de bombeamento, a água será transportada por gravidade. De acordo com o governo, serão retirados 26,4 m³/s (26,4 mil litros) do rio em períodos de seca e 127 m³/s (127 mil litros) com rio cheio.
Do canal até as casas
Mesmo que as obras de transposição estejam prontas, a água só chegará às torneiras das pessoas beneficiadas após obras de sistemas de abastecimento serem feitas para tratar a água dos reservatórios e fazer com que ela chegue às cidades. Um protocolo de intenções foi assinado pelo governo federal e estados, mas não há data para que obras estejam prontas e a água finalmente chegue às torneiras.
Entenda o trabalho feito em uma estação de bombeamento
Há duas possibilidades para a água do Rio São Francisco chegar aos reservatórios dos Eixos Norte e Leste. Uma delas é por gravidade. Ou seja, a água do rio vai descendo suavemente pelos canais. Caso o terreno seja muito elevado, túneis farão com que a água passe pelo subterrâneo. Caso o terreno seja muito baixo, há duas possibilidades: construir aquedutos ou se utilizar de estações de bombeamento:
Estrutura
O projeto tem nove estações de bombeamento. Três estão localizadas no Eixo Norte (chamadas de EBI) e seis no Eixo Leste (chamadas de EBV). A primeira estação a ser construída foi a EBV-1, entregue no ano passado. A EBI-1 foi a segunda, inaugurada na cidade de Cabrobó (PE) em agosto de 2015. A bomba pesa cerca de 100 toneladas, tem motor de potência de 5,5MW (que equivale a 91 mil lâmpadas de 60W) e custo estimado em R$ 175 milhões.
Entrada das águas
O primeiro ponto da estação de bombeamento é o canal de aproximação. Nele, a água chega por gravidade na câmara de sucção da estação de bombeamento por meio de um “forebay”. O “forebay” nada mais é do que um corredor mais largo de água. Ele é assim para que a vazão chegue com mais suavidade à estação de bombeamento.
Câmara de sucção
Após entrar na câmara de sucção (estrutura de concreto e com grades), a água é puxada por um motor a uma vazão (impulsionada por pás) de até 99 m³/s (mais do que a vazão média da água) para que ela seja elevada até vencer a altura de 36 metros, equivalente a um prédio de 12 andares (no caso da EBI-1).
O motor e a bomba
A principal parte da estação de bombeamento é composta pelo motor e pela bomba de sucção. De acordo com o Ministério da Integração, a bomba e o motor devem funcionar entre 16 e 20 horas por dia, sendo poupados apenas em horários de pico (à tarde e à noite). Junto ao motor e a bomba, há uma cabine com guindaste para eventuais manutenções das peças.
Painel de controle
Três pessoas são designadas para fazer a operação da Estação de Bombeamento 1 (EBI-1). Elas ficam em um painel de controle localizado na parte fechada da estação, controlam a força do motor e monitoram o bombeamento de água.
Saída da água
Depois de ser puxada, a água vai passar por um duto que a leve da estação para o reservatório. É por ele que a água vai subir pelos 36 metros e continuar o caminho por mais um forebay (espaço mais largo do canal) seguir a sua rota, sempre com declive de 3°.
Para chegar do Rio São Francisco até a casa dos moradores da região, a água passa por um longo caminho. O vídeo abaixo mostra as etapas do percurso:
1 – A água sai do rio e desce por gravidade até uma estação de bombeamento.
2 – Na estação, ela é elevada e volta aos canais. Lá continua a descer por gravidade.
3 – Para descer sempre no mesmo ritmo, a água passa por aquedutos e túneis subterrâneos.
4 - No meio do caminho, saídas de água vão abastecer diretamente 390 comunidades vizinhas à obra.
5 – A água que continua pelos canais vai para reservatórios. Em alguns casos, será usada também para gerar energia elétrica.
6 – Dos reservatórios, a água deve chegar até as cidades por meio de planos de saneamento básico. Depois de todo esse processo, enfim, chega às torneiras das casas e à agricultura.
Glossário:
Declive - Superfície cuja altura diminui gradualmente à medida que é percorrida
Aclive - Superfície cuja altura aumenta gradualmente à medida que é percorrida
Transposição – Transporte de água
Metros cúbicos – Medida de volume: 1 metro cúbico equivale a mil litros
Forebay – Espaço mais largo do duto que serve para diminuir a pressão da água
Vazão – Volume de água que passar por determinado ponto
Fascista é preso com arsenal em frente ao Congresso
13 de Novembro de 2015, 11:33![]() |
Foto divulgação PMDF |
A Polícia Militar prendeu um fascista que estava com um verdadeiro arsenal em frente ao Congresso
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Na noite desta quinta-feira (12), a Polícia Militar do Distrito Federal, PMDF, prendeu, no acampamento em frente ao Congresso Nacional, um manifestante pró-impeachment da Presidente Dilma Rousseff portando um verdadeiro arsenal de guerra. O bandido fazia inúmeras ameaças aos simpatizantes do Governo.
Quando a PMDF abordou o elemento, constatou que o mesmo mantinha escondido em seu veículo uma pistola calibre .Taurus 380, 12 cápsulas de spray de pimenta, 16 furadores de coco, 1 canivete adaptado em um instrumento conhecido como soco inglês e um porrete de madeira.
O nome do elemento não foi divulgado pela polícia, entretanto, uma fonte nos informou que o veículo onde foram encontradas as armas está em nome de Jucemar de Souza Lima, sargento reformado da PMDF e que reside no Residencial Salvador, setor de industria do Gama, cidade distante cerca de 35km do centro de Brasília. O último licenciamento do veículo é de 2013 e tem R$ 3.400,00 de débito.
A abordagem foi feita após manifestantes que apoiam o governo terem sido ameaçados pelo fascista com a pistola. As vítimas acionaram a PMDF que prendeu o acusado em flagrante e o encaminharam à 5ª Delegacia de Polícia, onde foi constatado que o mesmo não possui autorização para portar armas.
Segundo relato de manifestantes presentes no local, o homem preso dizia que iria matar Dilma Rousseff e jogar uma bomba no Congresso Nacional.
Assista abaixo ao flagrante feito pela página Botando Pilha, do jornalista Rodrigo Pilha, no momento da prisão do manifestante.
Assista abaixo ao flagrante feito pela página Botando Pilha, do jornalista Rodrigo Pilha, no momento da prisão do manifestante.
Botando Pilha traz vídeo com detalhes da prisão em FLAGRANTE do Sargento da PM que foi preso COM UM ARSENAL no...
Posted by Botando Pilha on Sexta, 13 de novembro de 2015
Carina Vitral: 'Nenhum governo progressista teve coragem de fechar escola'
13 de Novembro de 2015, 4:00![]() |
Em entrevista, a ativista classifica como "absurdo" o fechamento de escolas proposto pelo governo Alckmin foto UNE/DIVULGAÇÃO |
Presidenta da UNE afirma que Frente Brasil Popular vai às ruas na sexta-feira (13) pelo "Fora, Cunha", entre outras bandeiras, e que a perspectiva do movimento estudantil é "derrotar o projeto" de Alckmin
por Eduardo Maretti, da RBA
A União Nacional dos Estudantes, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e inúmeras entidades do movimento social brasileiro e entidades integrantes da Frente Brasil Popular vão às ruas de Brasília amanhã (13) para protestar contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por mais direitos e por uma nova política econômica. A defesa da Petrobras também é uma das bandeiras da manifestação.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, em entrevista à RBA, diz que essas são “as plataformas dos movimentos sociais para enfrentar a crise, e que falam da conjuntura atual”.
Na entrevista, a ativista fala do “absurdo” da política para a educação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com o fechamento das 94 escolas, número considerado oficial no momento. Porém, Carina diz que as manifestações da sociedade já surtiram efeito. “O governo já voltou atrás e modificou (a reorganização). Desde a luta dos estudantes, dos professores, pais e mães, a gente já teve avanço, e acho que essa é a nossa perspectiva, de derrotar esse projeto.”
Antes de chegar ao número de 94 escolas, o governo paulista pretendia fechar centenas de escolas.
Nascida em Santos e aluna de Economia da PUC-SP, a ex presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) Carinal Vitral foi eleita presidenta da UNE no 54° congresso da entidade, realizado no início de junho em Goiânia.
Nesta sexta-feira (13), haverá um ato com a participação da UNE, pelo “Fora, Cunha”, por mais direitos, em defesa da Petrobras e por uma nova política econômica. As bandeiras são essas?
Isso, essas são as pautas de uma manifestação puxada pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. A Frente Brasil Popular aderiu a essa pauta, que tem esses quatro eixos como fundamentais. São as plataformas dos movimentos sociais para enfrentar a crise, que falam da conjuntura atual.
Qual sua opinião sobre essa crise na educação de São Paulo, o governador Alckmin fechando escolas etc?
É um absurdo. Isso distingue bastante a diferença dos governos diante da crise. Porque os movimentos sociais lutam contra todo tipo de ajuste fiscal, contra todo tipo de corte de verbas, contra todo o tipo de corte de programas sociais, mas fechar escola nenhum governo progressista teve coragem de fazer, como fechar universidade. Eu acho que é uma coisa muito problemática que mostra o jeito tucano de governar, que é efetivamente retroceder nos direitos fundamentais.
Apesar de muitos protestos, manifestações, estudantes tentando tomar escolas, o governador parece irredutível. Esses protestos vão resultar em efeitos concretos?
Eu acho que a luta do movimento social pode, sim, surtir efeito. Inclusive, já existem efeitos. Na primeira proposta do governo sobre as escolas, o governo já voltou atrás e modificou (o projeto de “reorganização” do sistema). Desde então, desde a luta dos estudantes, dos professores, pais e mães, a gente já teve avanço, e essa é a nossa perspectiva, de derrotar esse projeto.
O governador fez outra proposta, de menos escolas que serão mexidas. Poucas coisas efetivamente mudaram, mas o fato é que ele está sentindo o baque das manifestações, tanto é que na semana que vem ele vai anunciar quais escolas que vão mudar.
Qual sua expectativa para o ano que vem, já que estamos em um momento de crise no país?
Acho que a crise é passageira, e o mais importante é que a gente consiga sair dela com um rumo, com uma perspectiva de mais mudanças para o povo. Quando um projeto político volta ao poder, reeleito pelo voto popular, é porque o povo lhe creditou mais alguns anos para continuar mudando a vida do povo. Eu tenho certeza que essa nova perspectiva será construída pelas mãos dos movimentos sociais, por mais diálogo, e só assim a gente vai conquistar mais mudanças.
Como você avalia a gestão da educação pelo governo Dilma?
A gente viveu um período na universidade bastante frutífero nos últimos dez anos, quando várias universidades foram criadas, modelos pedagógicos inovadores. Depois de quatro anos da Lei de Cotas, e mais quase 10 anos das políticas de cotas das universidades, a gente atinge quase 50% das universidades federais com alunos cotistas. Então, é uma mudança, o Enem substituindo o vestibular, ele também se consolida como uma alternativa de avaliação de ensino médio e entrada na universidade. Uma série de mudanças significativas, porém iniciais, aconteceram nos últimos anos.
O que a gente discute agora na universidade é como conseguir mexer nas estruturas da universidade, para conseguir mudar a qualidade de educação superior.
Mas não falta um Plano Nacional de Educação Nacional que mexa na estrutura da educação brasileira como um todo?
O Plano Nacional de Educação que a gente aprovou em 2014 é um marco importante. Esse deve ser o guia pra educação no próximo período. Lá existem metas claras de qualidade na educação básica, de erradicação do analfabetismo, de ampliação dos recursos em educação, ampliação das vagas das universidades. A maior luta do movimento educacional é a implementação do PNE.
Depois de dez anos de luta, a gente conquistou o Plano Nacional de Educação, que está em vigência de 2014 a 2024, que aprovou os 10% do PIB pra educação, as metas de erradicação do analfabetismo. É um plano ousado que tem a marca dos movimentos sociais.
Não falta uma reforma estrutural na educação do Brasil, já que o governo federal, nos últimos 12 anos, investiu bastante na educação universitária, mas a básica e a de ensino médio estão muito precárias?
Concordo. Mas o PNE, conquistado depois de consulta à sociedade civil, através das conferências, é um marco histórico exatamente em relação à educação básica. De 20 metas, 17 falam de educação básica, por isso a importância de ele ser implementado. Acho que o PNE é um marco, tanto pra sociedade civil, quanto pro governo. Agora, a gente precisa que tire do papel, porque muito dessas reformas estruturais que a gente não fez no último período estão nesse plano nacional, que é para dez anos. Tem que vencer o lobby de muita gente, vai ter que lutar muito para implementar, mas vai ser uma evolução importante, principalmente na educação básica.
Atualmente existe uma discussão sobre a necessidade de união da esquerda no Brasil, principalmente pelo crescimento das forças conservadoras. Existe unidade na esquerda?
Acho que as diferentes frentes de mobilização e de unidade dos movimentos sociais contribuem para uma reaglutinação das forças progressistas. É natural que, depois do fechamento de um ciclo político que teve as suas vitórias e conquistas, mas também seus limites, as forças políticas no país, em especial as de esquerda, tendem a uma reaglutinação, fruto de uma avaliação do último período e de uma avaliação conjuntural diante da crise.
O principal não é saber se existe a unidade necessária no dia de hoje, mas quais são os caminhos para que a esquerda, os movimentos sociais, os partidos políticos progressistas, a intelectualidade estão trilhando para que haja uma unidade entre a esquerda.
Existem diferenças fundamentais entre a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular?
Não, são duas frentes importantes de mobilização do povo brasileiro, que aglutinam movimentos sociais igualmente importantes, e por esse motivo, por entender que as duas frentes são igualmente importantes, a UNE participa das duas frentes.
Essas duas frentes são unidas ou há divergências?
Essas duas frentes podem construir alternativas de luta nas ruas. É muito simbólico, e a maior mobilização da esquerda no último período aconteceu quando essas duas frentes se aglutinaram para dizer “não ao golpismo”. As duas frentes têm iniciativas diferentes, mas na opinião da UNE devem caminhar para, nas ruas, se encontrarem.