GDF mantém arrocho e SINPRO convoca greve
22 de Setembro de 2015, 12:17Em reunião no Palácio do Buriti, GDF mantém decisão de não pagar direitos dos professores e o sindicato da categoria convoca greve
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O Governo do Distrito Federal, GDF, manteve a decisão de não pagar o que deve aos (às) professores (as), orientadores (as) educacionais e auxiliares administrativos da Secretaria de Estado de Educação, SEEDF.
A notícia foi divulgada em uma reunião realizada na noite desta segunda-feira (21), entre representantes do governo e diretores do Sindicato das Professores no Distrito Federal, SINPRO/DF, no Palácio do Buriti. O governo realizou inúmeras reunião durante o dia com sindicalistas de várias categorias e os representantes dos professores foram os últimos a serem recebidos
Segundo o SINPRO/DF, o GDF alegou não ter recursos para efetuar o pagamento, nem agora e nem depois, a sexta e última parcela de reajuste do Plano de Carreira em curso, conforme determina a Lei nº 5.105/2013, tão pouco estipulou uma data para que esse pagamento seja feito. Ainda segundo o sindicato o governo alegou que não tem previsão e nem condições de pagar a pecúnia da licença-prêmio dos (as) recém-aposentados (as), mas que se comprometeu a não deixar que a pecúnia entre em "exercício findo", o que pode significar que o GDF não pagará este direito em sua totalidade este ano.
O arrocho proposto pelo governo Rollemberg não pára por aí. Na reunião o governo comunicou aos sindicalistas que que não tem a menor perspectiva de quando poderá reajustar o auxílio-alimentação, regularizar o pagamento do 13º salário e que não garantia que o pagamento dos salários de outubro seja feito em dia.
Para protestar contra essa decisão palaciana, o SINPRO/DF convocou a categoria para uma paralização de 24h na próxima quinta-feira (24), com uma grande manifestação em frente ao Buriti às 10h.
Uma informação extraoficial garante que o governo quer ir além no arrocho salarial da categoria. Fontes palacianas garantem que, entre outras coisas, o governo vai determinar o fim da coordenação pedagógica, o congelamento de salário até o fim deste governo, o aumento do número de alunos por turma, a redução de 6 para 5 aulas diárias no diurno com redução salarial e a redução de coordenadores.
O governo Rollemberg tem se destacado pela criação de grande número de boatos que partem do próprio Buriti, uma espécie de terrorismo para desarticular a categoria, entretanto, caso esta notícia seja verdadeira, significará um enorme retrocesso nas conquistas da categoria.
Nota denuncia genocídio no MS
22 de Setembro de 2015, 10:46![]() |
Munição utilizada para assassinar indígenas |
Fazendeiros do Mato Grosso do Sul promovem um verdadeiro genocídio dos indígenas locais
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Lideranças indígenas do Mato Grosso do Sul, denunciaram no último domingo (20), nas redes sociais, que pistoleiros estão sendo contratados por fazendeiros da região e, além de agredirem e estuprarem as mulheres, estão assassinando os indígenas à sangue frio.
Confira:
"Por meio desta nota pública apresentamos as fotos de milhares de munições deflagradas contra as vidas dos Guarani e Kaiowa no tekoha Potrero Guasu, às 5h , os fazendeiros começaram a atacar a tiros os indígenas e pararam a lançar tiros às 17h quando Polícia Federal chegou ao local do massacre.
Dia 19/09/2015 às 17h a Polícia Federal chegou ao local dos ataques terroristas aos indígenas Guarani e Kaiowa do tekoha Potrero Guasu, promovidos pelos fazendeiros. No local desses ataques são deixadas mais de 1.000 (um mil de munições deflagradas contra as famílias indígenas na terra indígena desde 5h até 17h. No momento em que o líder Elpídio e mais 3 indígenas foram feridos a tiros, duas mulheres foram sequestradas, estupradas, torturadas, cabelos cortados com a faca pelos pistoleiros das fazendas.
Mais de 20 barracas queimadas, roupas e utensílios de cozinha foram tudo incendiadas pelos pistoleiros. Mais de 100 famílias indígenas ficaram sem roupas e sem nada. Os pistoleiros pararam de lançar os tiros sobre os indígenas só quando Polícia Federal chegou ao local de massacre às 17h dia 19/09/2015. Dezenas de pistoleiros fortemente armados fugiram quando PF chegou.
Ao correr os pistoleiros deixaram no local milhares de cartuchos e munições de diversos calibres no local. Hoje 20/09/2015 desde 9h, as autoridades policiais encontraram mais de 800 munições no acampamento abandonado pelos pistoleiros. É evidente que os jagunços das fazendas tem diversos tipos de armamento de guerra, de grossos calibre que estavam aplicando contra os indígenas.
Diante desse fato, as comunidades Guarani e Kaiowa resistem e lideranças de povo Guarani e Kaiowa mais uma vez demandam a investigação séria e punição aos fazendeiros/ mandantes e aos seus pistoleiros. Os pistoleiros são financiados pelas organizações dos fazendeiros para promover massacre, tortura, genocídio e violências diversas contra as vidas indígenas.
Os fazendeiros continuam financiando o genocídio e massacre indígenas no Estado de Mato Grosso do Sul-Brasil. Os povos indígenas massacrados resistem e continuam reocupando as terras tradicionais indígenas, lutando contra o genocídio. Contamos com atenção da justiça do Brasil e apoios de todas sociedades nacionais e internacionais.
Líderes de Aty Guasu do grande povo Guarani e Kaiowá luta contra o genocídio
Tekoha Potrero Guasu,
20 de setembro de 2015"
Deputado maranhense se retrata mas não convence
22 de Setembro de 2015, 10:33Deputado estadual do Maranhão que chamou os índios de "veadinhos" e "baitolas", emite nota de retratação mas não convence
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
O suplente de deputado estadual, Fernando Furtado. PCdoB, ao participar de uma audiência pública no município de São João do Carú, no Maranhão, no dia 4 de julho último, tratou de forma pejorativa os indígenas e os homossexuais. De acordo com áudios divulgados nas redes sociais, o deputado disse que "“Lá em Brasília o Arnaldo viu, os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de veadinho. Tinha uns três que eram veado, que eu tenho certeza, veado. Eu não sabia que tinha índio veado, fui sabe naquele dia em Brasília. Então desse jeito que tá, como é que já índio consegue ser veado, ser baitola e não consegue produzir, negativo…”, disse ele.
A comissão política do PCdoB maranhense emitiu nota repudiando a declaração do deputado e exigindo uma imediata retratação.
Confira a íntegra da nota do partido:
"Em relação às declarações do deputado Fernando Furtado, o PCdoB Maranhão, por sua Comissão Política Estadual, esclarece:
As declarações do deputado ofendem não apenas índios e homossexuais, como também a história e o programa do Partido Comunista do Brasil, sempre à frente das lutas pela garantia da igualdade e dos Direitos Humanos;
Consideramos a declaração do deputado uma falta grave cometida contra índios, homossexuais e com o nosso partido, razão pela qual a repudiamos publicamente;
No entendimento do partido, trata-se de uma equivocada manifestação individual do deputado Fernando Furtado, pelo que se espera do parlamentar a devida retratação em relação aos indígenas, aos homossexuais; e ao partido;
O PCdoB reafirma seu irrestrito compromisso com a proteção aos direitos dos povos indígenas e contra quaisquer manifestações de conteúdo homofóbicos.
São Luís, 21 de setembro de 2015
Egberto Magno
Pela Comissão Politica Estadual do PCdoB Maranhão"
No mesmo dia o suplente de deputado emitiu uma nota de retratação mas não me convenceu, em um trecho da nota ele afirma que "em nenhum momento tive a intenção de denegrir a imagem do povo indígena". Como assim denegrir? Então tornar algo em negro é ruim? Mais adiante ele afirma que "me deixei levar pelo calor do momento e acabei falando o que não condiz com o meu pensamento e minha formação". Peraí! Se não condiz com sua formação, como é que se deixou levar pelo calor do momento? Contraditório é pouco.
Confira a nota do deputado:
"Diante das matérias publicadas nos últimos dias na imprensa, obtidas através de um áudio feito em uma audiência pública realizada no município maranhense de São João do Carú, no dia 4 de julho onde fui convidado pela Associação de Produtores Rurais de São João do Caru – MA (Aprocaru), venho a público fazer uma retratação formal em relação aos indígenas, homossexuais, ao PCdoB e a todo o povo do Maranhão.
Gostaria de reforçar que em nenhum momento tive a intenção de denegrir a imagem do povo indígena que muito contribuiu para a formação do povo brasileiro, em especial do Maranhão.
Infelizmente, me deixei levar pelo calor do momento e acabei falando o que não condiz com o meu pensamento e minha formação.
Diante destes esclarecimentos reitero que o meu trabalho sempre foi a serviço da população maranhense, sem distinção de raça, gênero ou religião, sempre na defesa dos direitos de todos e à frente das lutas pela garantia da igualdade e dos direitos humanos, como prega o nosso partido PCdoB.
Eu, deputado Fernando Furtado e cidadão, reitero minhas sinceras desculpas a toda a população do nosso Estado.
Fernando Furtado
Deputado Estadual – PCdoB"
Na minha opinião a comissão política do partido no Maranhão deveria ser mais rigorosa na punição, ao invés de exigir desse senhor uma simples nota de retratação. Eu penso que está claro que esse deputado é que "não condiz" com a ideologia socialista e com o programa do partido.
180 anos da Revolta da Cabanagem
22 de Setembro de 2015, 9:45A questão da autonomia política foi, desde a independência, a grande força motriz motivadora de diversos conflitos e revoltas no Brasil. Na província do Pará, a péssima condição de vida das camadas mais baixas da população e a insatisfação das elites locais representavam a crise de legitimidade sofrida pelos representantes locais do poder imperial.
Além disso, a relação conflituosa entre os paraenses e os comerciantes portugueses acentuava outro aspecto da tensão socioeconômica da região.
A abdicação de Dom Pedro I e ascensão do governo regencial estabeleceram a deflagração de um movimento iniciado em 1832. Naquele ano, um grupo armado impediu a posse do governador nomeado pela regência e exigia a expulsão dos comerciantes portugueses da província. No ano seguinte, Bernardo Lobo de Sousa, novo governador nomeado, administrou o Pará de maneira opressiva e autoritária. Desta maneira, abriam-se tensões e a possibilidade de uma nova revolta provincial.
Em 1835, um motim organizado pelo fazendeiro Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre prendeu e executou o governador Bernardo Lobo de Sousa. Os rebelados, também chamados de cabanos, instalaram um novo governo controlado por Malcher. Francisco Vinagre, líder das tropas do novo governo, se desentendeu com o novo governador. Aproveitando de seu controle sobre as forças militares, tentou tomar o governo, mas foi preso pelo governador. Em resposta, Antônio Vinagre, irmão de Francisco, assassinou Félix Clemente Malcher e colocou Francisco Vinagre na liderança do novo governo.
Nessa nova etapa, Eduardo Angelim, líder popular, ascendia entre os revoltosos. A saída das elites do movimento causou o enfraquecimento da revolta. Tentando aproveitar desta situação, as autoridades imperiais enviaram o almirante britânico John Taylor, que retomou o controle sobre Belém, capital da província. No entanto, a ampla adesão popular do movimento não se submeteu à vitória imperial. Um exército de 3 mil homens liderados por Angelim retomou a capital e proclamou um governo republicano independente.
O governo, agora controlado por Angelim, abria possibilidades para a resolução dos problemas sociais e econômicos que afligiam as camadas populares. No entanto, a falta de apoio político de outras províncias e a carestia de recursos prejudicou a estabilidade da república popular. Sucessivas investidas militares imperiais foram enfraquecendo o movimento cabano. Em 1836, Eduardo Angelim foi capturado pelas autoridades do governo imperial.
Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar um movimento de oposição ao governo.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Documentário os pobres vão à praia
21 de Setembro de 2015, 21:38Produzido entre os anos 1989 e 1996 para redes de TV aberta, O Documento Especial ia muito além do que normalmente os programas jornalísticos mostravam na TV.
A proposta era mostrar a realidade nua e crua, dando prioridade para assuntos polêmicos, guetos, submundos e exibindo cenas fortes.
De 1989 a 1996, foi um dos programas mais assistidos na televisão aberta brasileira e acabou por ser uma referência em qualidade de televisão. O Documento Especial ganhou prêmios em todo o mundo, incluindo o Prêmio Príncipe Rainier no Monte-Carlo TV Festival.