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Zemiguel em confraternização em Goiânia

декабря 8, 2015 11:18, by Blog do Arretadinho

deputado federal Rubens Otoni (de pé), Zemiguel com seu violão
A foto é de Tomazia Neta Vieira Rodrigues
Zemiguel Rodrigues participa de confraternização de final de ano com funcionários do gabinete de deputado federal

De Goiânia
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Colaborou Tomazia Neta Vieira Rodrigues

O palco do restaurante Buritis, no setor Oeste de Goiânia, recebeu na noite desta segunda-feira (8) o renomado cantor e compositor Zemiguel Rodrigues, para uma confraternização de final de ano de todos os trabalhadores do gabinete do deputado federal Rubens Otoni, PT/GO.

Zemiguel interpretou canções de sua autoria e em parceria com o poeta Paulim Diolinda e clássicos da música popular brasileira. O músico dividiu o palco com a cantora Lisa Milhomem e Rodrigo sambista.

A confraternização começou por volta das 20h e estendeu-se até o começo da madrugada e todos os presentes foram contagiados pela voz, carisma e qualidade musical de Zemiguel. 

O cantor e compositor piauiense, radicado em Goiânia há 30 anos, participou recentemente do projeto do poeta pernambucano Paulim Diolinda, Noutros Cantos. O poeta reuniu os músicos com quem fez parceria para apresentarem-se nas feiras do Distrito Federal. Zemiguel Rodrigues, um dos parceiros mais importantes de Diolinda, além de compor a banda que acompanha os músicos, fez o encerramento do show.

Zemiguel esteve na histórica cidade goiana de Pirenópolis, ou "Piri", como é carinhosamente chamada pela maioria das pessoas. A cidade fica distante de Goiânia cerca de 128km e de Brasília cerca de 174, onde o cantor cumpriu agenda durante todos os finais de semana de novembro de 2015. O músico se apresentou nas sextas-feiras e aos sábados no Bar da Ponte, sempre as 12h.

Já durante este mês de dezembro, o músico dá continuidade a sua agenda em Piri, ele está se apresentando no restaurante Boi Carreiro, localizado na avenida Aurora nº 4, Centro Histórico da cidade todos os sábados, onde ele faz um happy hour e aos domingos, também à partir das 12h, ele tem brindado a todos com suas belíssimas canções durante o almoço.

Aos sábados à noite Zemiguel se apresenta no Bar da Ponte, também em Piri.



Direita internacional viola lei eleitoral na Venezuela

декабря 8, 2015 10:20, by Blog do Arretadinho


O presidente da Assembleia Nacional de Venezuela, Diosdado Cabello, acabou de aparecer na Televisión Oficial de Venezuela apoiando a medida tomada pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral) retirando a condição de observadores do processo eleitoral venezuelano aos ex presidentes Andres Patrana (Colômbia), Jorge Quiroga (Bolívia) e Laura Chincilla (Costa Rica).


por Alejandro Acosta, de Caracas.
no PRAVDA.Ru

A partir de um centro eleitoral da direita venezuelana eles disseram que o horário eleitoral deveria ser finalizado imediatamente, contra a orientação do CNE de que todas as pessoas que estiverem nas filas poderiam votar, mesmo após as 18:00, como já aconteceu nas eleições anteriores.

Segundo o regulamento do CNE, os observadores nacionais e acompanhantes internacionais não podem emitir opiniões antes do término do processo eleitoral nem induzir, persuadir ou orientar o eleitorado. Também é proibido exercer uma função que corresponde apenas ao CNE e a seus órgãos subordinados, como o aviso de finalização da votação - coisa que os sujeitos citados fizeram.

Cabello ainda pediu a expulsão dessas pessoas. Alertou o povo venezuelano sobre o tumulto do processo eleitoral pela direita.Este seria o fato mais relevante das eleições até o momento, a menos de uma hora do fechamento. Não se reportaram conflitos.Ainda não há visão sobre os resultados que serão anunciados à noite pelo CNE.Os institutos de pesquisas dão a vitória da direita por 20% a 30% de diferença. Mas o estado que se observa, pelo menos nas ruas de Caracas, é de polarização.

Eleitores vão às urnas na Venezuela
[12:00 de Brasília de 6.12.2015] Hoje, domingo 6 de dezembro, as votações para as eleições legislativas começaram cedo em toda a Venezuela, às seis da manhã. Apesar do voto não ser obrigatório, podiam ser vistas filas em praticamente todos os centros de votações que percorri no Município El Libertador, a cidade de Caracas.

Durante as primeiras horas, o clima transcorreu com tranquilidade, sem incidentes. Os canais de televisão não têm reportado anormalidades em nenhuma região do país, nem sequer nos munícipios localizados na fronteira com a Colômbia, que se encontram sob estado de intervenção.

Os candidatos do chavismo e da direita votaram cedo. Ambos têm se engajado no chamado ao povo venezuelano a votar.

No sábado, pode ser visto um certo aumento nas filas dos supermercados, o que pode ser interpretado como um certo temor à repetição dos eventos do ano passado, 2014, quando a direita promoveu as "guarimbas", as manifestações nas ruas de cunho fascistoide, que, em alguns lugares, chegou a deixar algumas ruas bloqueadas durante três meses.

Os observadores internacionais da Unasul e outros convidados se encontram na Venezuela como observadores. O presidente Nicolás Maduro os recebeu pessoalmente. O governo chavista não permitiu a presença de inspetores da OEA (Organização dos Estados Americanos) e da União Europeia conforme a direita exigia.

Por um governo de "coalizão nacional"?
O secretário-geral da OEA, o uruguaio Almagro, fez declarações conciliadoras, chamando a manter a paz e a se focar em resolver os problemas de Venezuela. Isto acontece após ter criado um forte mal estar no governo chavista devido às críticas realizadas há algumas semanas no marco da campanha que acusa o governo como ditatorial devido à prisão de elementos da extrema direita venezuelana, como Leopoldo López, no ano passado, após as "guarimbas".

Os chavistas pedem à direita que reconheça os resultados dos comícios, sejam quaisquer que forem. A direita nem sequer reconheceu os mecanismos colocados em pé pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral).

As pesquisas eleitorais, controladas pelos grandes capitalistas, têm falado numa vitória "de lavada" da direita. O chavismo fala na sua vitória, mas apertada.

Por trás do show propagandístico há a crise econômica que avança num dos países onde a radicalização das massas tem levado o governo a direcionar nada menos que 42% do orçamento público aos programas sociais, apesar do colapso das finanças públicas devido à queda da renda petrolífera.

A Administração Obama pressiona para a integração da direita no governo, por um governo o mais de coalizão nacional possível. É a mesma política que foi aplicada no México e que acabou de ser aplicada na Argentina. A vitória de Macri tem como objetivo aplicar um ajuste econômico contra as massas trabalhadoras, e conta com o apoio direto da direita do peronismo, em geral, e do kirchnerismo e da maioria da burocracia sindical.

Um setor do chavismo busca o acordo com a direita e o imperialismo devido ao impacto do aprofundamento da crise capitalista mundial sobre a Venezuela. Mas o setor do chavismo vinculado aos movimentos sociais, que é encabeçado pelo próprio presidente Nicolás Maduro, vacila por medo à radicalização das massas.

Direita e chavistas: inimigos mortais?
No ano passado, a direita promoveu as "guarimbas", os protestos nas ruas, promovidos em cima de setores de classe média, principalmente estudantes universitários. À cabeça esteve o Partido Voluntad del Pueblo (Vontade do Povo), liderado por Leopoldo López, que é um elemento que pertence à mesma ala do alcalde (prefeito) da Grande Caracas, Ledezma, que hoje se encontra preso, e da deputada Corina Machado. Esse partido é ligado à extrema direita norte-americana do Tea Party.

As mobilizações da direta provocaram a morte de mais de 40 pessoas, inclusive de dois membros do primeiro escalação chavista. Um deles, Robert Serra, ligado estreitamente aos movimentos sociais, foi encontrado morto com mais de 40 facadas no peito. Esse assassinato provocou um estado de comoção nacional. O governo declarou publicamente que haveria um plano, promovido por elementos direitistas, para assassinar Leopoldo López. Os chavistas fizeram um acordo com a ala de centro da MUD (Mesa de Unidad Democrática), liderada por Henrique Capriles. Leopoldo López acabou se entregando e hoje está preso, condenado a mais de 13 anos de prisão e se transformou num dos "herois" da campanha da direita mundial contra o governo chavista.

Se Leopoldo López estava ameaçado por elementos da própria direita ou pelos Coletivos ou milícias chavistas é difícil de saber. Provavelmente, estava ameaçado por ambos. Mas também é um fato que os setores hegemônicos do chavismo e a direita compartilham algum temores, principalmente a busca pela contenção dos protestos sociais.

Os resultados destas eleições legislativas marcarão o rumo das reformas sociais chavistas. E independentemente dos resultados, o mais provável é que a Revolução Bolivariana, como a conhecemos hoje, o chavismo e a própria direita já não sejam mais os mesmos. Deverá se fortalecer a tendência dos trabalhadores venezuelanos a se organizar de maneira independente pelo aprofundamento das reformas sociais, o que é impossível sem expropriar o capital, sem colocar abaixo o estado burguês e substitui-lo pelos órgãos do poder popular de cima a baixo, sem romper com as amarras impostas pelo imperialismo.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.



Quem paga pela corrupção?

декабря 8, 2015 10:13, by Blog do Arretadinho

Operários na construção da usina de Jirau, em Rondônia.
Foto: “Jaci – Sete Pecados de Uma Obra Amazônica”
Construtoras investigadas pela operação Lava Jato foram flagradas com trabalho escravo e outras violações trabalhistas graves
A Lava Jato e o trabalho escravo: quem paga pela corrupção na construção civil

Investigadas pela Polícia Federal, construtoras OAS, Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez apresentam extensa ficha corrida de violações trabalhistas
Os três casos listados abaixo têm três elementos em comum. Descubra quais.

Caso um. Em uma casa da periferia de Guarulhos, em São Paulo, 38 homens se amontoavam no espaço de quatro quartos e dois banheiros. Muitos dormiam na cozinha, outros, debaixo da escada. Não havia colchões para todos. Os habitantes tinham de dividi-los entre si ou dormir no chão, enrolados em lençóis. Faltavam fogão e geladeira, nem a água chegava todos os dias.

Vindos do Pernambuco, os operários aguardavam para trabalhar na ampliação do aeroporto de Cumbica, obra da OAS, em 2013. A promessa era de carteira assinada, salário de R$ 1.412, vale-alimentação de R$ 320 e vale-transporte de R$ 360. Para garantir a vaga, cada um havia desembolsado cerca de R$ 500. O Ministério do Trabalho e Emprego responsabilizou a construtora pela exploração de trabalho análogo ao de escravo. Em novembro do mesmo ano, firmou um acordo judicial com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo e aceitou pagar R$ 15 milhões pelo flagrante.

Caso dois. Um par de anos antes, do outro lado do oceano Atlântico, em Angola, operários brasileiros bebiam água não potável, faziam suas refeições de qualidade duvidosa em um ambiente infestado por ratos e baratas e eram obrigados, muitas vezes, a defecar no mato. Vômitos e diarreias eram comuns, assim como doenças como malária e febre tifoide.

Os trabalhadores, recrutados em sua maioria no interior paulista, atuavam na construção da usina de açúcar e etanol Biocom, obra da construtora Odebrecht. Em setembro de 2015, a empresa foi condenada pela Justiça do Trabalho de São Paulo, juntamente com duas de suas subsidiárias, ao pagamento de R$ 50 milhões por tráfico de pessoas e exploração de mão de obra escrava de 500 trabalhadores.

Caso três. Em 2009, 38 operários maranhenses foram obrigados, por vários dias, a disputar o pequeno espaço de um barracão de madeira improvisado para descansar após a dura jornada na construção da vila Nova Mutum, local que abrigaria as famílias que residiam na área inundada pela hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, em Rondônia. Os trabalhadores dormiam em colchões improvisados, pois não havia camas. As instalações elétricas eram precárias, oferecendo risco de incêndio, e o banheiro, feito de tábuas de madeira, não tinha teto. Sequer água potável era fornecida.

O Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério Público do Trabalho responsabilizaram, por exploração de mão de obra escrava, a Construtora BS, que prestava serviços ao consórcio responsável pela construção da usina, do qual faz parte a empreiteira Camargo Corrêa.

Além da exploração de trabalho escravo e do aliciamento de imigrantes, esses três casos têm um terceiro elemento em comum: aconteceram em obras de grandes empreiteiras envolvidas nas denúncias de corrupção da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

A precariedade de condições ofertadas aos trabalhadores contrasta com as altas cifras de corrupção ligadas a essas mesmas empresas na investigação. Enquanto operários dormiam no chão e não tinham acesso ao banheiro, denúncias apresentadas ao Ministério Público Federal apontam que a Odebrecht teria desembolsado R$ 144 milhões, a Andrade Gutierrez, R$ 123 milhões, e a Camargo Correa, 110 milhões para um esquema de corrupção que envolvia políticos e funcionários da Petrobras.

A economia com os funcionários chama ainda mais atenção quando comparada com as volumosas verbas públicas destinadas a essas construtoras.A expansão do aeroporto de Guarulhos, por exemplo, recebeu um investimento inicial de R$ 1,2 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Em dezembro de 2013, poucos meses após o flagrante de trabalho escravo, a instituição aprovou mais R$ 2,28 bilhões. A OAS era uma das quatro empresas que formavam o consórcio Invepar que, juntamente com a Airports Company South Africa, detinha 51% da sociedade com a Infraero para a administração do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

Sobre a construção da usina Biocom pela Odebrecht, pesa a suspeita, segundo o Ministério Público do Trabalho, de que tenha havido “financiamento oculto” do BNDES. Já a construção da usina de Jirau, incluída no Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do Governo Federal, e tocada pela Camargo Corrêa, recebeu do BNDES financiamento inicial de 7,2 bilhões.

“A fraude trabalhista, que é o grande combustível do trabalho escravo, é uma face da mesma moeda da corrupção e da fraude tributária”, diz Renato Bignami


Sobre o caso ocorrido em Angola, a Odebrecht afirma deter participação minoritária na Biocom e não ser responsável pela construção do empreendimento, “que foi executada por companhias especializadas e contratadas pela própria Biocom”. Disse também que as condições de trabalho são “adequadas”, que “nunca existiu qualquer cerceamento de liberdade de qualquer trabalhador”. (Leia a nota na íntegra)

A construtora, condenada por conta dessa denúncia, deve explicações também sobre a libertação, no fim de julho deste ano, de 11 trabalhadores nas obras da Vila dos Atletas, que irá abrigar competidores das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. As vítimas, vindas do Maranhão, Paraíba, Bahia e Espírito Santo, dormiam em pequenas quitinetes numa favela da região. Algumas delas afirmaram passar a noite do lado de fora das casas, por conta da sujeira dos locais. Um cheiro forte de esgoto saía do ralo do quarto de uma das residências, e os operários tinham de conviver com ratos e baratas. Segundo a procuradora Guadalupe Louro Turos Couto, do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, além da empresa terceirizada Brasil Global Serviços, as integrantes do Consórcio Ilha Pura, a Odebrecht e a Carvalho Hosken, que tocam a obra, também serão responsabilizadas.

Procurada pela Repórter Brasil sobre esse flagrante de trabalho escravo, o Consórcio Ilha Pura disse identificar e fiscalizar os alojamentos mantidos por seus fornecedores e que a Brasil Global Serviços havia declarado que não possuía alojamento por que todos os contratados tinham comprovantes de residência do Rio de Janeiro. (Leia a nota na íntegra)

A OAS e a Camargo Corrêa não responderam aos pedidos de entrevista.

Além do caso de trabalho escravo nas obras de compensação social, o canteiro da usina hidrelétrica de Jirau, foi palco de uma revolta de trabalhadores, em março de 2011, por conta de queixas como não pagamento de horas-extras, falta de tratamento para operários adoecidos e o não cumprimento das promessas feitas quando do recrutamento em outros estados. Parte do canteiro ficou destruída e tropas da Força Nacional passaram a ocupar o local. A rebelião resultou na assinatura, em fevereiro de 2012, do Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção, que foi criticado por não contemplar todos os problemas trabalhistas do setor. Dois meses depois do início da vigência do acordo, uma nova revolta eclodiu em Jirau.

A Andrade Gutierrez, outra grande empreiteira denunciada por corrupção no esquema investigado pela Lava-Jato, também é acusada por uma série de irregularidades trabalhistas, por exemplo, no estado do Amazonas. Responsável pela construção do estádio Arena da Amazônia, em Manaus, a construtora firmou, em setembro de 2014, um acordo judicial para o pagamento de R$ 5 milhões de danos morais coletivos por irregularidades trabalhistas na obra, como violações a regras relacionadas à segurança do trabalho em altura, com máquinas e equipamentos, em instalações elétricas e contra a projeção de materiais. A negligência custou a vida de três operários em decorrência de acidentes: Raimundo Nonato Lima Costa, Antônio José Pita Martins e Marcleudo Melo Ferreira. O horário do acidente ocorrido com este último, de madrugada, levantou a suspeita de que a construtora estaria pressionando os trabalhadores a finalizarem a obra, que recebeu, via estado do Amazonas, um financiamento de R$ 400 milhões do BNDES.

Corrupção e trabalho escravo
Estariam o trabalho escravo e as graves violações trabalhistas diretamente relacionados à corrupção?
Para alguns, sim. “A fraude trabalhista, que é o grande combustível do trabalho escravo, é uma face da mesma moeda da corrupção e da fraude tributária”, diz Renato Bignami, ex-coordenador estadual do programa de erradicação do trabalho escravo da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego de São Paulo Ele acredita que a empresa que utiliza recursos públicos para a corrupção possivelmente precise “esquentar” esse dinheiro de alguma forma. “Ou cria empresas fictícias, ou cria folhas de pagamento fictícias, ou se beneficia de fraudes trabalhistas diversas”. Para Bignami, se juntamente com as investigações dos casos de trabalho escravo houvesse a busca por crimes de colarinho branco e tributários, outros delitos poderiam ser encontrados.

Para outros, a relação seria menos direta. Para Claudio da Silva Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira, filiados à CUT a partir do momento em que a empreiteira tem de considerar a corrupção como um item de custo, ela compensa na outra ponta. “Como ela faz isso? Mantendo precárias as condições de seus trabalhadores”, diz.

“Conversando com proprietários de grandes construtoras, percebe-se que há a visão de que ‘se os funcionários estão recebendo marmita, o salário pode atrasar’”, diz Guadalupe Couto


Como forma de abordar esses temas em conjunto, Bignami propõe a implementação de um plano nacional global de combate às fraudes trabalhistas e sociais. “Um plano que envolva a questão do vínculo empregatício, a discussão da terceirização e subcontratação, a questão das cadeias produtivas, principalmente aquelas que se utilizam de dinheiro público, que é onde está a fonte de corrupção, mas também os crimes de natureza securitária. Sugiro que isso seja feito com a participação de instituições como a Inspeção do Trabalho, a Receita Federal e a Polícia Federal”.

Ao contrário das denúncias da Lava-Jato, os inúmeros exemplos de violações aos direitos dos trabalhadores no setor da construção civil não ganham destaque na imprensa.  Nem mesmo a extensa lista de mortes, trabalho escravo, obstrução da liberdade, salários não pagos, alojamentos desumanos e aliciamento de trabalhadores é capaz de gerar comoção e medidas concretas pela melhora desse quadro.

De acordo com dados da Previdência Social e do Ministério do Trabalho, a construção civil é o quinto setor econômico no Brasil em número de acidentes, mas o segundo em ocorrências fatais – hoje a média está em torno de 450 mortes por ano. O risco de um trabalhador morrer na construção é mais do que o dobro da média dos outros setores, enquanto a probabilidade de ficar incapacitado permanentemente é multiplicada por seis.

Chama a atenção o aumento de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão no meio urbano, contrariando uma tendência de libertações majoritariamente no campo desde 1995, quando foi instituída uma política nacional de combate ao crime. Nas cidades, os casos acontecem principalmente nos setores têxteis e da construção civil.

A construção civil é o segundo setor com maior número de acidentes fatais no Brasil


“No ramo da construção, existe muito desprezo pelo atendimento das obrigações trabalhistas”, aponta a procuradora do Trabalho Guadalupe Couto. “Conversando com proprietários de grandes construtoras, percebe-se que há a visão de que ‘se os funcionários estão recebendo marmita, o salário pode atrasar’”

Dados do Ministério do Trabalho sistematizados pela Comissão Pastoral da Terra revelaram que a construção civil foi o setor com o maior número de vítimas de trabalho escravo em 2013: 866, o que representa 40% do total de trabalhadores resgatados no país naquele ano. O setor já havia liderado em 2012, mas com um percentual bem menor: 23%. Em 2014, de acordo com levantamento do governo federal, a construção civil continuou à frente, com 27%, do total de libertados.

Grandes empreiteiras são diretamente responsáveis por parte desses números. A MRV, por exemplo, foi flagrada cinco vezes desde 2011. Além do caso do aeroporto de Guarulhos, a OAS foi considerada responsável por utilizar mão de obra escrava de 124 pessoas na construção da torre comercial do Shopping Boulevard, em Belo Horizonte, Minas Gerais, também em 2013. O episódio fez a empresa ser incluída, em julho de 2014, na chamada “lista suja” da escravidão, cadastro do Governo Federal em que constam os nomes dos empregadores flagrados utilizando trabalho escravo. A lista hoje está suspensa por conta de uma decisão do Supremo Tribunal Federal a pedido da associação das incorporadoras imobiliárias. Antes da suspensão, porém, a construtora já havia sido excluída.

Para ‘inglês ver’
“Mais um instrumento para inglês ver” é como o auditor fiscal Marcelo Campos vê o Compromisso Nacional para o Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Indústria da Construção, acordo assinado em fevereiro de 2012 entre Governo Federal, empreiteiras e trabalhadores após revoltas de operários ocorridas no ano anterior no canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. Coordenador do Projeto de Combate ao Trabalho Análogo ao de Escravo em Minas Gerais, do Ministério do Trabalho e Emprego, ele diz que, de acordo com a experiência dele e de sua equipe no estado do Sudeste, “entendemos que o compromisso não se efetivou”.

O acordo é criticado por não atacar todos os problemas trabalhistas do setor. Por exemplo, o fato de a construtora aderir a ele não como uma política permanente, mas por inscrição de obras, conjuntos ou frentes de trabalho específicos. Ou seja, em construções não inscritas no compromisso, a empresa não é obrigada a seguir seus termos.

Outro questionamento diz respeito à abrangência do acordo, já que a maioria das empresas continua de fora. Como consequência, violações trabalhistas continuam ocorrendo com frequência no setor.
“As empresas que são signatárias vêm cumprindo o acordo. O problema é que o número é pequeno”, avalia Claudio da Silva Gomes, presidente da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT, uma das entidades de trabalhadores que participou da negociação do compromisso e é uma de suas signatárias.

Por meio do acordo, as grandes empreiteiras se comprometem a, entre outros pontos, garantir condições adequadas de trabalho e a ampliação da representatividade dos trabalhadores nas grandes obras. Segundo Gomes, em relação à última questão, a avaliação é positiva: “tanto que depois do pacto não tivemos mais aqueles conflitos da natureza que tinha anteriormente”. Em relação a Jirau, no entanto, o compromisso não evitou nova revolta de trabalhadores apenas dois meses depois do início de sua vigência.

Há ainda sérias dúvidas sobre a efetividade do cumprimento de um dos principais pontos do compromisso: o recrutamento de trabalhadores em municípios e estados diferentes dos da obra. Essa prática abre caminho para a atuação dos “gatos”, intermediários que buscam operários para trabalharem em outros locais. Como em geral o pretendente à vaga é convencido a viajar por meio de falsas promessas de bons salários, registros em carteira e outros benefícios, ele acaba sendo vítima de superexploração. Como forma de tentar evitar essa situação, o acordo prevê que as empresas devem utilizar o Sistema Nacional de Emprego, o Sine, do Governo Federal, para realizar as contratações – o trabalhador pode se cadastrar no órgão para concorrer a vagas de emprego. Porém, segundo a reportagem apurou, a avaliação do próprio governo é de que o Sine não vem sendo efetivo nessa tarefa, por manter um banco de dados desatualizado e não ter pessoal capacitado para a função. Dessa forma, a atuação dos “gatos” não foi restringida.

Ainda de acordo com o apurado pela Repórter Brasil, durante o processo de negociação do Compromisso, alegando aumento dos custos, as empreiteiras teriam rechaçado a proposta de contratação dos trabalhadores em seus locais de origem. Essa medida é considerada fundamental por quem atua no combate à superexploração de mão de obra como melhor forma de impedir o aliciamento.

A lista de empresas e obras signatárias disponibilizada no site da então Secretaria Geral da Presidência da República, hoje secretaria do Governo, órgão que articulou o acordo, mostra que empresas já flagradas com trabalho escravo a integram, como a OAS e a MRV. No caso da primeira, consta até a obra na qual foi realizado o flagrante, a de ampliação do aeroporto de Guarulhos.

Questionada pela reportagem, a Secretaria disse que os itens do compromisso, que tem vigência até dezembro de 2018, são fiscalizados pela representação dos trabalhadores nos canteiros de obras criada no âmbito do próprio acordo. “As avaliações do Compromisso feitas periodicamente pelos sindicatos são majoritariamente positivas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Confederação Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira [ICM] também já se manifestaram favoravelmente.”



Gilberto Gil diz que processo de impeachment é "delírio político"

декабря 8, 2015 9:26, by Blog do Arretadinho

O músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil no debate
As Aventuras Políticas do Século 21, no encontro
Emergências, no Circo Voador, na Lapa
foto Fernando Frazão/Agência Brasil
O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil criticou nesta segunda-feira (7) o processo de impeachment aberto na Câmara dos Deputados contra a presidenta Dilma Rousseff. 
Segundo ele, neste momento, se vê no Brasil um exemplo de uma “aventura, um delírio político tentando legitimar uma aventura jurídica com o pedido de impeachment da presidente”.

Gil disse ainda esperar que a sociedade brasileira se manifeste contra o impedimento de Dilma. “É uma coisa que está ficando cada vez mais clara e espero que fique suficientemente clara para a sociedade brasileira, no sentido que a sociedade brasileira tenha a capacidade de se manifestar definitivamente contra essa tentativa de impedimento da presidente”.

Ele afirmou ainda que não se sente capacitado para o exercício da política e classificou de uma contribuição passageira a experiência que teve no campo político quando ocupou os cargos de secretário de Cultura da Bahia e, depois, de ministro da Cultura durante o governo Lula. Gil disse que essa contribuição se deu mais na gestão da questão pública, no sentido de conceber e dirigir à população políticas públicas e refletir as necessidades delas.

“Se fosse para fazer uma contribuição no campo da política, possivelmente, não teria assumido as responsabilidades que assumi tanto na Secretaria de Cultura da Bahia como no Ministério da Cultura, porque não me sinto capacitado, não me sinto apto, não tenho talento para o exercício da política”, disse. “Não tenho apetite político para vivenciar a vida política da maneira que a política se estabeleceu nestes últimos quadrantes”, acrescentou.

Para o ex-ministro, a política se não foi sempre assim, pelo menos de um tempo para cá, passou a ser um sistema subsidiário de grandes jogos de interesses em outros campos, especialmente, da vida material, dos interesses da produção e na distribuição de bens. “A política tem se reduzido cada vez mais a esses interesses confinados em certos setores e certos âmbitos. A capacidade da política pensar em uma aventura maior que inclua a visão 360 graus da vida, de toda a sociedade, em todo o tempo, isso é uma questão cada vez mais complicada e difícil”.

Gil participou hoje (7), no Circo Voador, no centro do Rio, do debate Aventuras Políticas do Século 21, incluído na programação do projeto Emergências realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). Após o debate, ele fez houve um show musical.

da Agência Brasil



Impeachment é absolutamente ilegítimo

декабря 7, 2015 23:51, by Blog do Arretadinho

Há dois meses, o jurista Fábio Konder Comparato tornou-se um dos mais proeminentes questionadores do pedido de impeachment escrito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Conceição Paschoal. 
No dia 12 de outubro publicou um parecer, elaborado junto com o jurista Celso Antônio Celso Bandeira de Mello, afirmando que a proposição “em termos jurídicos é literalmente absurda”, o que levou o pedido a ser reformulado.

Após a aceitação da nova proposição, Comparato concedeu essa entrevista exclusiva à Agência Pública. “Agora vocês jornalistas estão felizes, né, porque tem notícia”, disse, ao telefone. Professor aposentado da Faculdade de Direito da USP, ele reitera sua posição publicada em outubro. “Não há nenhuma base jurídica para o impeachment agora”, afirma. Convidado a comparecer a Brasília na segunda-feira (7) para demonstrar seu apoio ao governo, ele negou. “Meu parecer dado juntamente com o professor Celso Antônio não significa que nós somos advogados de defesa da presidente. Nós somos defensores da Constituição”, diz.

Leia a íntegra da entrevista.

Como o senhor recebeu a notícia do acolhimento do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha?
De certa maneira já se esperava, porque tudo isso é apenas um confronto entre políticos, no caso o presidente da Câmara e a chefe de Estado. Mas o fundamental é nós tentarmos entender que o impeachment hoje, sobretudo num país como o Brasil, é absolutamente ilegítimo. Porque o impeachment foi criado na Inglaterra e depois passou para os Estados Unidos, mas num momento em que não havia propriamente uma democracia autêntica. Quando se criou a democracia representativa, o povo ficou de lado. Mas nos Estados Unidos houve um avanço muito grande no que diz respeito ao recall, o referendo revogatório de mandatos políticos. Afinal, quem elege o mandato não é o povo? Então por que não é o povo que pode tirar do seu encargo? Por que tem que ser o Congresso Nacional?

Aliás, eu em 2005 apresentei a dois senadores uma proposta de Emenda Constitucional instituindo orecall, não apenas para o chefe de Estado mas também para parlamentares. E houve uma tramitação no Senado até o final do ano passado, quando foi arquivada. Então na verdade nós precisamos entender que não vivemos numa democracia autêntica.

Por que não é uma democracia autêntica?
Porque, é óbvio, o povo não é soberano! O que faz o povo? No máximo ele elege pessoas ditas seus representantes, mas não toma nenhuma grande medida diretamente. A Constituição diz no artigo 14 que são manifestações da soberania popular o plebiscito, o referendo, o projeto de lei por iniciativa popular. Já no artigo 49, inciso XV, a Constituição volta atrás e diz que é da competência exclusiva do Congresso autorizar referendo e convocar plebiscito. Então o representante tem mais poder que o representado.

Existe na sua visão alguma diferença substancial entre esse pedido de impeachment e o anterior?
Não vejo. Simplesmente eles haviam pedido o impeachment com base em suposto crime, ou melhor, suposta irregularidade fiscal, que seria um crime de responsabilidade. Mas essa irregularidade fiscal ocorreu em 2014, e o mandato da presidente Dilma Rousseff expirou em 31 de dezembro de 2014, portanto eles não podiam, em 2015, em um novo mandato, para o qual ela foi novamente eleita… Eles viram esse erro grave, então alegaram que ela havia cometido outras irregularidades fiscais durante esse exercício.

Os próprios autores do pedido de impeachment reconheceram que eles tinham feito um trabalho incompleto no primeiro pedido. Mas ainda que o Tribunal de Contas da União entenda que houve irregularidades em 2015, vai ser apenas em 2016 que o Tribunal vai julgar as contas de 2015 como um conjunto. E essa decisão do Tribunal de Contas vai ser levada ao Congresso Nacional. O Tribunal é meramente um órgão auxiliar do Congresso Nacional, então é preciso que o Congresso, em 2016, tome a decisão. Na verdade ele tem que tomar duas decisões em 2016: não só se aceita o julgamento do TCU, mas a segunda a decisão, aí por 2/3 de votos, se entende que essa irregularidade configura um crime de responsabilidade. Então não há nenhuma base jurídica para o impeachment agora.

No seu parecer de outubro, você alega que mesmo “a reprovação das contas pelo Legislativo é algo que, em si mesmo e por si mesmo, em nada se confunde com crime de responsabilidade”. O que configuraria crime de responsabilidade, então?
Há outros crimes de responsabilidade que não são ligados a irregularidade fiscal. Agora, quando o pedido original do impeachment, e depois, no adendo, os autores do pedido alegam que o fundamento é a irregularidade fiscal, não pode sair desse processo. Esse processo começa no Tribunal de Contas, é concluído com o julgamento das contas pelo Legislativo, mas relativamente ao ano anterior, e se o Legislativo concordar com o Tribunal de Contas ainda tem que dar uma segunda decisão. Porque ele pode entender que apesar disso não vale a pena afastar o presidente.

Afinal, o impeachment é um processo político ou jurídico?
O processo é formalmente jurídico, mas no fundo, ele é de natureza política. Por quê? Qual é o órgão que decide em última instância a ocorrência de irregularidades jurídicas? É o Judiciário. O Legislativo não tem essa prerrogativa. Agora, quando se tem o recall, aí sim, aí não tem nada a ver com o jurídico, é como uma eleição… O povo elegeu um determinado representante, não está satisfeito com o desempenho dele, destitui esse representante.

Isso seria o ideal, para o senhor. Mas o que temos agora é o que está na Constituição…
O que existe hoje na Constituição é a possibilidade de o processo de impeachment ser utilizado como uma arma no conflito puramente político entre o presidente da República e o Congresso Nacional. É o que está acontecendo agora. Não é que eu esteja inteiramente de acordo com o governo Dilma Rousseff. Aliás devo dizer que fui convidado por um assessor da presidente para comparecer a Brasília na segunda-feira para dar todo o apoio a ela juntamente com outros juristas, e eu respondi que não, porque meu parecer dado juntamente com o professor Celso Antônio não significa que nós somos advogados de defesa da presidente. Nós somos defensores da Constituição, o que é algo muito diferente.

No centro da questão há uma lei de 1950 (1.079/50), que define os crimes de responsabilidade do presidente da República e sua forma de julgamento. Há um questionamento atualmente no STF proposto pelo PC do B porque teria lacunas nos procedimentos de julgamento. Qual a sua opinião?
Não sei, precisaria ver qual é a alegação do PC do B. Mas os pedidos foram feitos, agora compete ao Congresso Nacional prosseguir nesse processo, primeiro com um parecer da comissão do Congresso, que não é uma decisão final, é um parecer, e esse parecer é submetido à Câmara. Se a Câmara entender por 2/3 dos votos que é procedente a denúncia, então a presidente vai ser julgada pelo Senado. Vai ser no Senado que ela vai se defender.

O pedido cita também que a mesma Lei 1.079/50, que estabelece como crime de responsabilidade contra a probidade na administração “não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição”. E menciona nomes de membros do governo que foram investigados como Erenice Guerra, Graça Foster, Nestor Cerveró e Edinho Silva…
A improbidade administrativa tem que ser reconhecida pelo Judiciário.

Em caso de impeachment, quais serão as consequências no ordenamento jurídico? Abre-se um precedente perigoso?
Bom, é preciso lembrar que a decisão final do Congresso Nacional ainda pode ser submetida ao julgamento do Supremo Tribunal Federal. Foi o que aconteceu no caso do afastamento do presidente Fernando Collor, que entrou com mandado de segurança no Supremo e perdeu. Se o Supremo entende que o processo tem irregularidades graves, ele pode ser anulado.

A sua leitura sobre a ilegitimidade do processo também se aplica ao impeachment de Collor?
Sem dúvida. Mas de qualquer maneira, a demonstração de que o Collor não tinha mais apoio popular e que ele havia cometido crimes foi muito grande na época.

Na sua opinião essa falta de apoio não está dada no caso de Dilma Rousseff?
No Congresso Nacional não sei. Infelizmente acho que perante o povo ela não tem maioria. Mas o Congresso Nacional não quis aceitar a minha proposta de introdução do recall, que é essencialmente democrática, porque ele não quer abrir mão de poder nenhum. Eles são oligarcas, eles têm a soberania e o povo não tem. Agora eles estão vendo que a coisa não é bem assim como eles estavam pensando. Agora, de qualquer maneira é preciso entender que se se introduz o recall é preciso que ele abranja não apenas os membros do Executivo mas também parlamentares. Os parlamentares também são eleitos pelo voto, e por isso que eles não quiseram.

Por: PT.org